RENATA JHIN
ACERVO/TV GLOBO
Diná (Christiane Torloni) abraçada ao irmão, Alexandre (Guilherme Fontes) em cena de A Viagem
A novela A Viagem vai ser adaptada para a faixa das 18h da Globo. Renata Jhin, filha da autora Elizabeth Jhin, já trabalha no projeto. A negociação da emissora com a roteirista começou há alguns meses, e a previsão é que o remake estreie em 2024, quando a versão de 1994 da trama escrita por Ivani Ribeiro (1922-1995) completa 30 anos de exibição. Procurada, a Globo diz que as informações não procedem.
Aos 73 anos, Elizabeth Jhin não quer mais assumir um folhetim. Ela não teve seu contrato renovado com a Globo no ano passado, e a filha dela foi apontada como a melhor escolha entre os profissionais do mercado para estar à frente do remake de A Viagem. Renata estava na equipe de colaboradores da mãe de Amor Eterno Amor (2012) e de Espelho da Vida (2018).
Nos bastidores, comenta-se que ela teve papel fundamental no desenvolvimento da última trama da mãe há quatro anos. Renata, aliás, deixou o remake de Dona Beija (1986), da HBO Max, em maio deste ano, justamente para fechar contrato com a Globo.
Ela segue, de certa forma, os passos de Bruno Luperi, autor responsável pela adaptação de Pantanal. Assim como o novelista, Renata conhece bem o terreno em que vai pisar: os meandros de histórias que trazem o universo espírita, com reencarnações e almas obsessoras. Elizabeth foi convidada para ser supervisora da história, mas optou por não ser a mentora da filha --há quem diga que ela quer ver a herdeira fazer esse voo solo com as próprias asas.
O projeto está bem no início, e Renata só começou a fazer esboços do que precisará para desenvolver a "encomenda" da líder de audiência na TV aberta. Ela está estudando muito para reescrever a saga de Ivani Ribeiro, considerada um ícone da teledramaturgia brasileira.
De acordo com o colunista André Romano, do Observatório da TV, Walcyr Carrasco chegou a ser convidado para escrever a saga sobre a vida após a morte. O novelista até publicou um vídeo em seu perfil em uma rede social no qual afirmou não saber de nada e deixou claro que está focado em construir a saga de Terra Vermelha (título provisório), trama que vai substituir Travessia no horário nobre da Globo em maio de 2023.
No entanto, o Notícias da TV ouviu fontes ligadas ao remake de A Viagem que asseguram que a Globo está em contato com o autor para que ele seja o supervisor de Renata Jhin.
A emissora foi procurada pela reportagem para comentar as informações apuradas, mas não respondeu até a publicação do texto. No final da manhã desta terça-feira (30), a Comunicação da emissora declarou somente que não procede.
A versão de 1994 de A Viagem foi considerada muito ousada, principalmente por ser inspirada na filosofia de Allan Kardec (1804-1869). No enredo, Alexandre (Guilherme Fontes), um playboy delinquente que se mata na cadeia após ser condenado por roubo seguido de homicídio, passa a infernizar as vidas de todos aqueles que considera serem os responsáveis por seu trágico destino. O encapetado é o verdadeiro condutor da história.
Raul (Miguel Falabella) e Téo (Maurício Mattar), irmão e cunhado de Alexandre, respectivamente, são os principais alvos do espírito obsessor. Diná (Christiane Torloni) e Otávio (Antonio Fagundes) também estão entre os personagens atormentados por Alexandre. Entretanto, mostrar uma trama que busca explicar a vida após a morte é o principal foco.
Até hoje, o intérprete do vilão do Além é lembrado pelo "satanás" de A Viagem. O universo mágico, além de marcante, também é um dos trunfos da trama, que conta com Céu e inferno --o primeiro retratado em um jardim lindo, cheio de flores, e o segundo em uma espécie de mar de lama, onde Alexandre desembarcou após cometer suicídio.
O roteiro teve origem nos anos 1970, com a primeira versão exibida entre 1975 e 1976 na TV Tupi (1950-1980). Em 1994, a segunda versão, fez sucesso na Globo. As reprises no Vale a Pena Ver de Novo também foram bem-sucedidas. Recentemente, entre 2020 e 2021, o folhetim foi reapresentado pelo Viva.
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