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Nova temporada

Em 'tempos sombrios', Amor & Sexo levanta bandeira contra o fascismo

Raquel Cunha/TV Globo

Fernanda Lima ao lado de Antonio Amâncio, criador do programa Amor & Sexo, da Globo - Raquel Cunha/TV Globo

Fernanda Lima ao lado de Antonio Amâncio, criador do programa Amor & Sexo, da Globo

FERNANDA LOPES, no Rio de Janeiro

Publicado em 8/10/2018 - 5h26

Falar de relacionamentos sexuais e amorosos também é falar de política, segundo a equipe do Amor & Sexo. O programa, que volta à Globo nesta terça (9), retomará debates sobre temas espinhosos discutidos nas ruas e redes sociais, como homossexualidade, felicidade e "família tradicional brasileira". A atração de Fernanda Lima promete manter o didatismo, deixando claras quais são as bandeiras levantadas, entre elas o machismo e o fascismo.

"A gente entendeu que quando a gente está falando de sexo, está falando de política, porque tudo que a gente faz é político. Essa temporada vem discutindo pontos que às vezes ficam um pouco confusos, difíceis de entender. A gente entrou com o máximo de didatismo, sem o menor pudor disso, para explicar tudo com afeto", diz Antonio Amâncio, criador e redator final do programa.

"O Amor & Sexo é contra o machismo, o racismo, o fascismo e qualquer forma de opressão. A gente é a favor da liberdade, da igualdade, de direitos sociais pra todo mundo. Essa é nossa bandeira, que a gente está defendendo com muita empatia", completa.

Fernanda Lima segue no comando do programa, com figurinos ainda mais absurdos e coreografias mais trabalhosas, segundo ela mesma. Para a apresentadora, é a temporada mais importante de todas até agora.

"Realmente vivemos tempos muito sombrios [em relação à política e conjuntura do Brasil]. O Amor & Sexo vem fazer sua parte pra clarear as ideias, dar um pouco de esperança. A gente quer mudança, vamos trabalhar juntos", declara.

A nova temporada mantém o formato: uma bancada com integrantes fixos discute o tema do dia, com artistas convidados, plateia e pessoas comuns que dão seus depoimentos. As brincadeiras e números musicais também continuam em destaque, para dar um pouco de leveza à atração.

O elenco tem algumas novidades, para proporcionar mais inclusão no discurso: a filósofa e escritora Djamila Ribeiro entra como especialista em feminismo e combate ao racismo, e a jornalista Milly Lacombe, assumidamente gay, faz parte da equipe de roteiristas.

Para Fernanda, o principal intuito do programa é desconstruir preconceitos e ajudar telespectadores e suas família a se entenderem melhor e estabelecerem mais diálogos.

"Acho que a gente hoje tem muito mais informação. Quando você ve um programa como esse na televisão, percebe que vivemos tempos livres pra falar sobre tudo. Em contrapartida, a gente encontra aí discursos de ódio absolutamente retrógrados que vêm pra se chocar com essa tentativa de liberdade. Mas acho que o bem vai vencer. Espero que vença. Conseguir ajudar um pai a entender que não há problema em seu filho ser gay, que o que importa é o caráter, e não a sexualidade dele, é muito potente", exemplifica.

Essa é a 11ª temporada do Amor & Sexo, e todo ano surge a história de que será a última. Fernanda Lima já prefere nem mais tocar no assunto e deixar o futuro do programa em aberto, pois acredita que ainda há muito a ser dito e revisitado no plano de relacionamentos amorosos e sexuais. Assunto é o que não falta para o programa.

"Os relacionamentos precisam ser revistos. Há mudanças muito radicais na maneira de se relacionar, e acho importante a gente levar em conta as ferramentas que fazem o mundo mudar. São muitas questões, narrativas novas, chances que a gente tem de colocar o relacionamento na mesa, repensar como vai ser", diz a apresentadora.

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