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SEM ACORDO

Em crise, Globo rescinde contrato com Conmebol e deixa de exibir a Libertadores

REPRODUÇÃO/FLAMENGO

Imagem do Flamengo comemorando a conquista da Libertadores em 2019

Flamengo ergueu a taça da Libertadores em 2019; Globo rescindiu o contrato do torneio com a Conmebol

RICARDO MAGATTI

Publicado em 6/8/2020 - 21h32
Atualizado em 7/8/2020 - 5h35

Em crise financeira e sem conseguir reduzir os valores pagos à Conmebol para exibir as partidas da Copa Libertadores da América 2020, a Globo rescindiu o contrato com a entidade sul-americana e abriu mão da competição. Nesta quinta-feira (6), a emissora afirmou em nota que, diante da nova realidade econômica provocada pela pandemia do novo coronavírus, ficou inviável manter os pagamentos. 

Ao Notícias da TV, a Globo reiterou que tentou renegociar com a Conmebol uma redução no valor pago para exibir as partidas da Libertadores na TV aberta e no Sportv, mas não teve sucesso. 

"Nesse contexto, e tendo em vista a suspensão daquela competição por vários meses, a empresa tentou renegociar com a Conmebol o contrato da Libertadores, válido até 2022, mas infelizmente não houve acordo", disse a Globo.

A crise econômica provocada pela pandemia de Covid-19 não foi a única razão de a Globo interromper o acordo. A desvalorização do real frente ao dólar também contribuiu muito, uma vez que o contrato foi assinado quando a moeda americana valia menos de R$ 4. Hoje, o dólar é cotado em R$ 5,33. Logo, houve um salto considerável no valor do acordo.

"Grandes players mundiais têm sido obrigados a renegociar seus acordos sobre eventos esportivos em razão da crise econômica provocada pela Covid-19, que, no Brasil, ainda é acentuada pela desvalorização cambial, que multiplica o valor dos contratos em dólar", pontuou a emissora.

A Globo também ressaltou que havia no acordo uma cláusula que permitia a rescisão em caso de suspensão da Libertadores por um período longo, motivado por "força maior". A competição está paralisada desde o início de março e só será reiniciada no dia 15 de setembro.

Leia, na íntegra, a nota da Globo enviada à reportagem:

"Diante do cenário extremamente desafiador provocado pela crise econômica e potencializado pela pandemia de Covid-19, a Globo vem fazendo uma revisão completa de seu portfólio de direitos.

Nesse contexto, e tendo em vista a suspensão daquela competição por vários meses, a empresa tentou renegociar com a Conmebol o contrato da Libertadores, válido até 2022, mas infelizmente não houve acordo. Assim, não restou alternativa à Globo a não ser rescindir o contrato.

Grandes players mundiais têm sido obrigados a renegociar seus acordos sobre eventos esportivos em razão da crise econômica provocada pela Covid-19, que, no Brasil, ainda é acentuada pela desvalorização cambial, que multiplica o valor dos contratos em dólar. Como principal competição de clubes das Américas, a Libertadores continua sendo importante para a Globo.

No entanto, para que sua transmissão seja viável e satisfatória para todas as partes envolvidas, ela precisa se adequar à nova realidade mundial dos direitos esportivos e à situação econômica vivida pelo país. Por fim, é importante esclarecer que havia no contrato cláusula específica de rescisão em caso de suspensão da competição por períodos prolongados, por motivo de força maior."

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