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Sem negociação

Diretor revela que TV Cultura impediu que Castelo Rá-Tim Bum virasse Harry Potter

Divulgação/TV Globo

O diretor Cao Hamburger durante homenagem que recebeu na CCXP, em São Paulo, no último dia 5

O diretor Cao Hamburger durante homenagem que recebeu na CCXP, em São Paulo, no último dia 5

FERNANDA LOPES

Publicado em 17/12/2019 - 5h27

Castelo Rá-Tim-Bum completa 25 anos em 2019 como um dos programas infantis de maior sucesso de público e crítica no Brasil. Cocriador e diretor da atração, Cao Hamburger acredita que seus personagens poderiam ter tido sucesso internacional. Ele revelou que houve interesse de uma emissora gringa no programa, e que Nino (Cássio Scapin) quase fez sucesso mundial como bruxo bem antes de Harry Potter.

Hamburger, de 57 anos, revelou detalhes e curiosidades sobre seu principal produto para a televisão até hoje, o Castelo Rá-Tim-Bum. O programa começou a ir ao ar em 1994, na Cultura, e logo chamou a atenção de emissoras estrangeiras.

Ele lembrou que executivos norte-americanos visitaram os sets de gravação e quiseram comprar os direitos do Castelo Rá-Tim-Bum para exibir o programa no mundo inteiro. "Mas a Cultura não negociou", lamentou.

Anos depois, em 1997, foi publicado o primeiro livro da saga Harry Potter, escrita por J. K. Rowling, que contava a trajetória de um bruxinho de 11 anos numa escola de magia. Em 2001, quando os livros já eram sucesso mundial, o primeiro filme da saga chegou aos cinemas. Para Hamburger, Nino poderia ter feito sucesso globalmente muito antes do bruxo britânico; teria sido o "primeiro Harry Potter".

Bastidores do Castelo

Cao ainda revelou que, inicialmente, o projeto de um programa infantil que ele queria fazer na Cultura era muito maior. A ideia era montar um mundo encantado, com seres mágicos, fundo do mar  e vários elementos lúdicos, entre eles um castelo. Mas o projeto ficaria muito caro, algo inviável para o canal público.

Então, ele e o roteirista Flávio de Sousa, que também teve grande participação na criação do projeto, decidiram concentrar todas as ideias dentro do castelo. Por isso cada cantinho e personagem representava uma área de conhecimento ou brincadeira, como arte, ciência e história.

Mesmo com seu projeto mais ambicioso recusado, Hamburger se orgulha do que ele e sua equipe conseguiram colocar no ar, com câmeras antigas e muita criatividade para suprir a falta de efeitos especiais mais tecnológicos. Ele afirmou que existia na época um investimento em equipe especialista em produções infantis na TV aberta, algo que não acontece mais atualmente.

"O Castelo não foi um acaso. A Cultura investiu muito em programas infantis desde antes do Castelo, a equipe já sabia fazer infantis, desenvolveu know-how sobre isso. Castelo é o ponto máximo de uma trajetória de gente talentosa e dinheiro investido. A TV aberta, infelizmente, parou de investir em infantis, é uma pena", declarou.

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