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CUCA LEGAL

Diretor detonou novela da Globo após ser substituído: 'Condições precárias'

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Francisco Cuoco e Mário Lago em foto preto e branco da novela Cuca Legal (1975)

Francisco Cuoco e Mário Lago (1911-2002) em cena da novela Cuca Legal (1975), exibida na Globo

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 27/1/2023 - 6h15

Há exatos 48 anos, a novela Cuca Legal (1975) estreava na faixa das sete da Globo. Principal responsável por desenvolver o argumento da trama, o diretor Oswaldo Loureiro (1932-2018) se revoltou com a falta de investimentos na produção e acabou sendo substituído. "As condições de que dispúnhamos eram as mais precárias possíveis", reclamou ele na época.

O folhetim foi inspirado na peça Boeing-Boeing, do autor francês Marc Camoletti (1923-2003). Loureiro e Paulo Pontes (1940-1976) assumiram o desenvolvimento do argumento da história.

O autor Sylvan Paezzo (1938-2000) chegou a ser chamado para escrever a novela, mas recusou o convite da Globo. Marcos Rey (1925-1999), então, estreou na emissora com a missão de adaptar a peça para a TV.

Mas Oswaldo Loureiro não ficou satisfeito com os rumos da história e foi substituído por Jardel Mello (1937-2008) na direção a partir do capítulo 101. "Cuca Legal nasceu, cresceu e se perdeu", disparou o profissional após o desfecho do folhetim.

"Uma ideia que tinha tudo para ser abordada da melhor forma possível, acabou se diluindo e prejudicando a consistência da história de Marcos Rey. As condições de que dispúnhamos eram as mais precárias possíveis. A falta de condições de Cuca acelerou esse processo de degeneração da novela, tornando-a alvo de críticas à sua monotonia e repetição", detonou Loureiro em entrevista à revista Amiga.

Quem saiu ganhando com a derrocada da novela foi a TV Tupi (1950-1980), que viu o público de Meu Rico Português (1975) aumentar na época.

A narrativa girava em torno do aviador Mário Barroso (Francisco Cuoco), um solteirão envolvido com três mulheres ao mesmo tempo. Virgínia, vivida por Françoise Fourton (1957-2022), era uma empresária rica e obcecada com os rumos dos negócios do pai morto. Vinda da classe média, Irene (Suely Franco) dava aulas particulares de piano. Já Fátima, interpretada por Yoná Magalhães (1935-2015), era uma viúva pobre.

O protagonista tentava decidir qual das pretendentes seria a ideal para lhe dar um filho com uma "cuca legal", gíria usada para "tranquilo" nos anos 1970. Para piorar a situação do rapaz, Maria Joaquina (Rosamaria Murtinho), mãe de Virgínia, também chamou a atenção do aviador.


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