TOB
REPRODUÇÃO/STAR+
Vimerson Cavanillas, o Tob do Balão Mágico, em depoimento à série A Superfantástica História do Balão
Vimerson Cavanillas, conhecido como o Tob do Balão Mágico, foi o primeiro a deixar o grupo infantil. Por ser o mais velho entre os quatro integrantes (além dele, Simony, Mike Biggs e Jair Oliveira também faziam parte), Cavanillas foi demitido. Fora do conjunto, ele ainda viveu momentos difíceis, com problemas de pele que o deixaram em carne viva, dificuldades para emplacar no meio artístico e depressão.
Cavanillas falou sobre as questões enfrentadas durante e depois de sua passagem pelo Balão Mágico em depoimentos à série documental A Superfantástica História do Balão, do Star+.
Em 1985, ele estava com 14 anos, com o corpo e a voz já de um adolescente, o que destoava dos colegas e não fazia sentido para um grupo infantil. Por isso, o cantor foi obrigado a deixar o Balão --que tinha discos, shows e um programa na Globo.
Naquela época, Cavanillas estava lidando também com problemas típicos de qualquer adolescente, mas que foram intensificados pelo fato de ele estar na mídia. Uma dessas questões era a acne, que influenciou em sua saúde mental.
"Esse problema da espinha foi muito intenso e não acabava. Durou muito tempo, muitos anos. Todo tipo de remédio que tinha eu tomei. O objetivo do remédio era fazer todas as espinhas saírem pra fora, e aí curava. Só que, no meu caso, elas saíram e inflamaram", disse.
Eu não sei se é porque eu coçava, não sei o que aconteceu. Começou a virar umas carnes vivas. Não podia sair do quarto, não podia ver a luz, nem a luz do sol. Comecei a entrar numa depressão.
Simony e Jair Oliveira (o Jairzinho) comentaram na série documental que sentiram muito a saída do amigo do grupo. Mike ainda ressaltou que, durante seis meses, os organizadores dos shows fizeram Tob se despedir do público, o que todos consideraram algo muito cruel para se fazer não só com ele, mas com os amigos que permaneceram no grupo.
Após o Balão Mágico, Cavanillas ainda teve direito (por determinação de contrato) a gravar um álbum solo na mesma gravadora. No entanto, o projeto não foi um sucesso.
"Foi uma coisa meio 'fizemos um disco aí'. Acho que foi uma coisa de consolação, não teve muita divulgação", explicou ele. Um dos diretores da gravadora admitiu que foi um fracasso, e uma das músicas foi até regravada com outro cantor na época, Markinhos Moura.
Cavanillas mostrou uma manchete de jornal sobre sua carreira solo, que dizia: "Tob promete voltar, assim que acabarem as espinhas". Depois dessa fase, ele optou por "enterrar o Tob".
"Eu quis desvincular, enterrar o Tob. Eu achava que só ia conseguir começar uma coisa nova, uma vida nova de verdade, se ele [Tob] ficasse no lugar dele, que é no passado. Porque as pessoas continuam cobrando", falou.
Após deixar a música, Cavanillas entrou no Centro de Pesquisa Teatral (CPT), coordenado na época pelo renomado diretor Antunes Filho (1929-2019). Ele foi selecionado sem que o diretor soubesse de seu passado no Balão. Atualmente, Cavanillas é artista plástico.
"Tudo que eu for fazer, seja cantando, atuando ou agora nas artes plásticas, eu tento colocar algo que está aqui dentro [do peito] de verdade. Comecei meio que pra extravasar mesmo, sentimentos, conflitos que a gente tem. A arte é boa pra você expressar isso", declarou.
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