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VESTIDAS DE AMOR

Estilista se comove ao criar vestidos de noivas para casal LGBTQIA+: 'Senti na pele'

FOTOS: FÁBIO ROCHA/TV GLOBO

Carlos Tufvesson abraça Josy em foto de divulgação

Carlos Tufvesson com Josy; estilista cria os vestidos de noiva no doc-reality Vestidas de Amor

DÉBORA LIMA

debora@noticiasdatv.com

Publicado em 11/5/2023 - 6h35

O doc-reality Vestidas de Amor estreia nesta quinta (11) no catálogo do Globoplay sob o comando de Carlos Tufvesson. Nos seis episódios da série, o estilista tem a missão de criar o vestido de noiva dos sonhos para mulheres de diferentes culturas, idades e religiões. Uma história em especial mexeu com apresentador: Josy e Carla quebraram tabus ao celebrar o amor numa cerimônia na igreja evangélica.

"Isso me toca muito, porque é uma luta da minha vida inteira. Eu passei por isso, senti também na minha pele", conta Tufvesson em conversa com o Notícias da TV. O estilista foi casado durante 25 anos com o arquiteto André Piva (1968-2020) e sempre batalhou pelos direitos LGBTQIA+.

A história é contada logo no primeiro episódio. Josy e Carla são pastoras de uma igreja evangélica inclusiva em São Paulo. Elas se conheceram na juventude e ficaram amigas, mas depois a amizade virou amor.

"Foi a primeira vez que fiz um casamento homoafetivo na igreja, mas é um casamento na igreja como outro qualquer. O fato de ser homoafetivo não faz nenhuma diferença. Mas ver aquelas duas meninas se casando... Elas tinham ficado 12 anos separadas apenas pelo preconceito. Você notar o quanto a gente luta pelo direito de amar...", se comove ele.

É óbvio que tem uma identificação enorme. Acho muito bonito elas estarem casando numa igreja. Porque casais do mesmo sexo não se sentem abençoados por Deus, e é exatamente o contrário. É bacana que quem assistir perceba que todos nós somos abençoados por Deus. O amor é uma coisa divina. Esse episódio tem essa mensagem que me toca muito.

Acompanhar as cerimônias durante o programa também fez com que o estilista se lembrasse do seu dia especial. "O que é o casamento? Quando você manifesta o seu desejo de casar diante dos seus pares, da família, de todos. Você torna isso público. Cada um fazendo da sua maneira, como eu fiz da minha maneira com o André. O meu foi no MAM [Museu de Arte Moderna]. Eu revivi esse momento quando assisti."

"É impressionante. Seja do candomblé, no meio da mata, ou na igreja, um casamento pomerano… Todos eles me lembravam o meu casamento pela manifestação do amor. A gente tá mostrando no projeto: 'Olha esse é um amor entre pessoas'. Um respeita o outro. Como é possível amar, vamos nos lembrar de amar o próximo. Amar e respeitar é algo fundamental", completa.

Carlos com a noiva Carla

Tufvesson com a noiva Carla no ateliê

Toda forma de amor

E foi exatamente movido por esse desejo de falar sobre o amor que o doc-reality surgiu durante uma conversa entre Carlos Tufvesson e o diretor Rafael Dragaud.

"No mundo de hoje, a gente sabe o que nos separa, mas nunca sabe o que nos une. Desenvolvendo essa ideia, ele falou: 'O Brasil é um país tão grande, tão continental, com várias culturas'. Cada uma dessas noivas são de uma cultura, religião ou dogma diferente. O que elas todas têm em comum? É isso que a gente quer colocar: é o amor", explica o estilista.

Tufvesson logo topou o desafio de assinar e produzir os vestidos exclusivos incorporando elementos simbólicos do universo de cada casal. São mostradas no reality seis cerimônias distintas: pomerana, candomblé, indígena, árabe, evangélica e um casamento na melhor idade.

Esse programa fala de amor, e o símbolo desse amor é o vestido de noiva. Não importa qual cultura, quão diferentes elas sejam, ao mesmo tempo são tão iguais. Isso é o poético. A alma do programa é mostrar que, independentemente das culturas, o amor nos faz igual.

Carlos promete que o público vai se emocionar ao acompanhar cada uma das histórias reais: "A gente vê quanto amor tem na vida dessas pessoas". "Está muito bonito. É um privilégio fazer esse programa e poder falar de amor nos dias de hoje. Esse produto fala de histórias de tantas pessoas que vão se identificar ali. Eu fico muito honrado e privilegiado, gratidão mesmo."

O estilista teve todo o cuidado para agradar às noivas e se envolveu com cada uma delas. "O vestido é uma coisa muito única. A pessoa vai casar uma vez só. Eu tenho que primeiro observar o que, segundo a minha ótica, fica legal para o corpo dessa menina, para a cerimônia onde vai ser. Nós tivemos uma cerimônia que foi numa cachoeira, por exemplo. Então tem que pensar que não poderia ser um vestido comprido", detalha.

"O vestido de noiva depende da hora em que vai casar, do local em que vai casar, quantas pessoas têm. Tudo isso é observado. Mas o mais importante é o gosto da noiva. Como ela está se sentindo, o que ela está querendo para esse dia tão especial. E aí a gente traduz isso em tecido", conta ele.

Tufvesson revela qual dos modelitos foi o mais desafiador durante o programa: "Na confecção do vestido, a tradução do indígena foi o mais difícil para mim. Tive que mergulhar muito na cultura, entender os símbolos. Por exemplo, na barra do vestido é bordado um grafismo que é o jacaré, que é a ponte que liga as culturas. Foi ela que escolheu".

"Talvez esse tenha sido mais desafiador, porque é um vestido que ao mesmo tempo tem uma base moderna, porque ela é uma artista plástica, faz a exposição em Berlim, é feminista, uma mulher porreta, incrível", enaltece.

Carlos Tufvesson de mãos dadas com a noiva da terceira idade

Carlos Tufvesson com uma das noivas do programa

O apresentador também faz questão de ressaltar todo o trabalho da equipe responsável por tirar o projeto do papel, desde roteiristas e diretores até as costureiras que ajudaram em cada confecção. "Ninguém faz nada sozinho", valoriza.

"A partir do desafio de criar vestidos para noivas de origens totalmente diferentes num tempo apertado, conhecemos mais a fundo toda riqueza das suas histórias. Mergulhar na história de amor dos casais e nos rituais de casamento das suas religiões foi um passaporte para conhecermos mais sobre o nosso país e para falarmos do grande tema universal deste projeto: o amor. Vestidas de Amor é uma grande ode ao amor!", declara Antônia Prado, diretora artística da atração.

"Penso que o que torna esse projeto especial é o fato de ele celebrar o amor. Amor é amor. Amor não tem gênero, raça, idade... Como diz a poesia de Drummond: 'Eu te amo porque te amo'. Espero que essa série emocione e toque o coração do público. E nos faça amar cada vez mais", deseja a roteirista Claudia Thevenet.


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