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NIVALDO PRIETO

De caos aéreo a táxi sem rumo, narrador revela perrengues na Copa da Rússia

Reprodução/Fox Sports

Nivaldo Prieto em estúdio do Fox Sports: muito trabalho (e apertos) em sua quinta Copa do Mundo - Reprodução/Fox Sports

Nivaldo Prieto em estúdio do Fox Sports: muito trabalho (e apertos) em sua quinta Copa do Mundo

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 6/7/2018 - 5h57

Quem vê Nivaldo Prieto narrar os jogos da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia no canal Fox Sports nem imagina os perrengues que os brasileiros estão passando por lá. Como boa parte dos russos não fala inglês, a comunicação é difícil. O locutor já pegou um táxi que deu voltas sem chegar a lugar nenhum e conta que os aeroportos russos são caóticos.

"Para pegar um voo doméstico, você precisa chegar com pelo menos umas quatro horas de antecedência [no Brasil, a recomendação é de 60 minutos]. E os voos atrasam muito, cerca de duas horas, até mais. Falta comunicação também, já vi funcionários que não fazem questão nenhuma de colaborar. Eu diria que só uns 20% deles falam inglês, então quem não entende russo fica perdido", conta ele.

Já o encontro com o taxista perdido ocorreu em Moscou, sede da equipe do Fox Sports na Rússia. "Eu saí do IBC [Centro Internacional de Transmissões] numa noite, já cansado, e pedi um táxi pelo aplicativo de celular. Após uns 50 minutos rodando, com um trânsito pesado, ele parou exatamente onde tinha começado. Sem entender nada do que ele estava falando, liguei para o nosso tradutor e coloquei os dois para conversarem. O motorista simplesmente tinha desistido da corrida", relata, aos risos.

E os problemas na Rússia não ficam apenas na compreensão do idioma. Como o país tem extensões continentais, apresenta vários climas diferentes. "Em Samara, na partida da seleção contra o México, a temperatura estava 37º C. Saí de lá depois do jogo e, quando cheguei em Moscou, peguei 11º C", explica.

Nenhum dos contratempos, porém, tira o bom humor do jornalista, que está em sua quinta transmissão de Copa do Mundo e, pela primeira vez, é a voz principal de um canal. "É sempre um privilégio, independentemente de estar escalado para fazer os jogos do Brasil. Estou muito feliz por terem confiado em mim para ser essa espécie de porta-voz do canal na hora de levar informações ao público", valoriza Prieto.

reprodução/instagram

Prieto com o ex-craque Edmundo na transmissão de Brasil x Costa Rica, em São Petersburgo

E informação é o que não falta para o narrador compartilhar. Como a transmissão do Fox Sports é ininterrupta, os profissionais enfrentam verdadeiras maratonas no ar. A entrevista ao Notícias da TV, por exemplo, foi concedida por telefone depois que ele saiu do ar na quinta (5), às 17h40 no horário de Brasília, ou 23h40 no fuso de Kazan.

"Nós temos essa estratégia de virar a madrugada com a cobertura, temos equipes espalhadas por toda a Rússia, mas sobretudo onde o Brasil está naquele momento. É muito trabalho, mas nem poderia ser diferente em um canal segmentado. Nós respiramos esporte e, em uma Copa do Mundo, estamos inseridos em um contexto de vivenciar a seleção brasileira segundo a segundo", filosofa.

Com a experiência de quem já participou das Copas de 1998, 2006, 2010 e 2014, Prieto jura que não sente mais frio na barriga antes de entrar no ar. Afinal, se prepara intensamente para que esteja por dentro de tudo o que ocorrerá na transmissão. "Estou sempre lendo, estudando. Quanto mais eu me preparo, mais tranquilo eu fico."

Prieto nem se surpreende mais com as zebras do Mundial _e, na Rússia, não foram poucas. "Elas acontecem sempre. É claro que uma Alemanha sair na primeira fase é chocante, mas aconteceu a mesma coisa com a Espanha na Copa de 2014, no Brasil. E vai acontecer de novo no Qatar, em 2022. O telespectador pode até se surpreender, mas quem está na cobertura precisa estar pronto para a zebra", resume.

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