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De bocha na neve a skeleton: 5 esportes exóticos para ver na Olimpíada de Inverno

Reprodução/Twitter

A norte-americana Mikaela Shiffrin, medalha de ouro no esqui de slalom em Pyeongchang - Reprodução/Twitter

A norte-americana Mikaela Shiffrin, medalha de ouro no esqui de slalom em Pyeongchang

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 16/2/2018 - 6h08

Os Jogos Olímpicos de Inverno acontecem até o dia 25 e, para os brasileiros, acostumados às competições de verão, algumas modalidades disputadas na neve são bastante exóticas: o que dizer de uma bocha sobre o gelo, com direito a uma vassoura para varrer o trajeto das peças? Ou de um esporte em que o atleta esquia até uma estação de tiro e precisa disparar um rifle no alvo antes de voltar a esquiar?

Por mais estranhas que soem, as modalidades existem. São, respectivamente, curling e biatlo e estão no calendário dos Jogos de Pyeongchang, na Coreia do Sul. Mas esportes bem diferentes também fazem parte da competição: é o caso do skeleton, em que o atleta se deita em um trenó e vai de cabeça por um trajeto de neve em velocidades altíssimas.

Entre os esportes exóticos, mas um pouco menos bizarros, dois chamam a atenção por um motivo especial: a presença de atletas brasileiros na disputa. Afinal, ter representantes de um país tropical, conhecido pela ausência de neve, em uma competição tão gelada é, no mínimo, curioso.

Pois a brasileira Isadora Williams conseguiu a marca para representar o país na patinação artística, e o time formado por Edson Bindilatti, Edson Ricardo Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza da Silva se prepara para competir no bobsleigh, em uma história comparada ao longa Jamaica Abaixo de Zero (1993).

As competições são exibidas nas madrugadas e nas manhãs do canal Sportv, que tem uma equipe trabalhando diretamente de Pyeongchang. Para quem não puder acompanhar a transmissão ao vivo, elas estão disponíveis sem custo adicional no Now, serviço de vídeo sob demanda para clientes da Net e da Claro TV _a cerimônia de abertura do evento também pode ser assistida na plataforma.

Confira cinco modalidades exóticas dos Jogos Olímpicos de Inverno: 

reprodução/sportv

A atleta Markéta Davidová, da República Tcheca, se destacou por causa de rifle com unicórnio

Biatlo
Uma versão reduzida do pentatlo moderno, que reúne cinco modalidades bem diferentes em uma única competição, o biatlo mistura "apenas" esqui de velocidade com tiros de rifle. Em algumas estações de disparo, os participantes precisam se deitar na neve, enquanto em outras eles ficam de pé para empunhar a arma.

Como se trata de uma prova de velocidade, cada tiro errado rende uma penalidade para o atleta, que pode ser de tempo ou de distância a ser percorrida, de acordo com a modalidade disputada. Há até uma curiosa prova de revezamento misto, em que homens e mulheres se juntam em equipes e cada atleta deve cumprir sua etapa da disputa antes de passar a vez para o companheiro.

As competições de biatlo estão previstas para acontecer até o dia 23, mas os ventos fortes na região podem alterar o calendário da modalidade _como já ocorreu com a prova de 15 km feminino individual. 

reprodução/sportv

Torger Nergård, do time norueguês de curling, que roubou a cena com calças chamativas

Curling
Criado na Escócia no século 16, o curling virou um fenômeno na TV brasileira durante os Jogos de Sochi, em 2014. Para os inexperientes, a comparação mais fácil é com a bocha: uma equipe arremessa um disco e tenta posicioná-lo em um alvo desenhado na pista. Quanto mais perto do centro, mais pontos. O time rival, então, precisa lançar a sua pedra para deslocar a primeira, ao mesmo tempo em que tenta posicionar a sua em um bom local.

O curioso fica por conta dos jogadores que carregam a vassoura. No momento em que o lançador faz seu disparo, os vassouristas começam a "varrer" o gelo, a fim de diminuir o atrito entre a pedra e o chão. Eles também conseguem direcionar a pedra para um ou outro lado apenas varrendo, sem tocá-la.

As competições de curling se estendem até o dia 25, quando ocorre a final do torneio feminino. A decisão masculina acontece no dia 24.

reprodução/sportv

O atleta Akwasi Frimpong, de Gana, com capacete que mostra coelho na boca de um leão

Skeleton
No skeleton, a competição não é tão bizarra, mas os competidores precisam ser um pouco malucos para topar o desafio. Eles correm com um trenó na mão e, na linha de partida, se jogam (literalmente) de cabeça na pista congelada, deslizando sobre o carrinho com velocidades que chegam a 130 km/h.

Para quem assiste à competição na TV, um dos destaques do skeleton em Pyeongchang são os capacetes usados pelos atletas. O sul-coreano Yun Sung-Bi surgiu na pista com um que simulava o herói Homem de Ferro. Outros participantes tinham designs de caveira, tigres, águias e lobos.

As competições de skeleton acontecem até sábado (17), com a final da competição feminina. A final masculina ocorre nesta sexta (16).

divulgação/cbdg

A equipe brasileira de bobsleigh durante os Jogos Olímpicos de Sochi, em 2004: superação

Bobsleigh
Ao contrário do skeleton, no bobsleigh os atletas se deslocam sentados no trenó, e a competição ocorre por equipes, que podem ser duplas ou quartetos. Como o peso dos carrinhos é maior, a velocidade que eles alcançam no gelo também cresce: chegam a 150 km/h, mas o recorde mundial é de incríveis 201 km/h.

O Brasil participa pela quarta vez da modalidade: a estreia ocorreu em Salt Lake-2002, com retorno em Turim-2006 e Sochi-2014. O time brasileiro nunca conquistou medalhas, mas a história de superação já é considerada uma vitória.

Neste ano, a participação brasileira começa no dia 18, com a dupla Edson Bindilatti e Edson Ricardo Martins. No dia 24, os dois se juntam a Odirlei Pessoni e Rafael Souza da Silva para a competição de quartetos.

divulgação/cbdg

A patinadora Isadora Williams representa o Brasil pela segunda vez na Olimpíada de Inverno

Patinação artística
Espécie de ginástica olímpica sobre patins, com piruetas, mortais e giros de tirar o fôlego. Cada apresentação recebe notas de uma bancada de juízes, que avaliam a dificuldade das manobras pretendidas e a qualidade na execução de cada uma.

A brasileira Isadora Williams participa de sua segunda olimpíada consecutiva: em 2014, ela acabou na 30ª posição nos Jogos de Sochi. Agora, tenta melhorar sua classificação embalada por dois bons desempenhos no circuito mundial: ela ficou em quinto no Troféu Nebelhorn e em segundo na Volvo Open Cup.

Isadora fará duas apresentações: a mais curta no dia 21 e a livre no dia 23.

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