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PIONEIRA

Dança dos Famosos faz história com participante drag queen... na Austrália

Divulgação/Channel 5

A drag Courtney Act em participação no Celebrity Big Brother britânico, do qual foi campeã em 2018 - Divulgação/Channel 5

A drag Courtney Act em participação no Celebrity Big Brother britânico, do qual foi campeã em 2018

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 21/2/2019 - 5h21

Com mais de uma centena de temporadas realizadas mundialmente desde 2004, o formato Dancing With the Stars (que no Brasil gerou tanto a Dança dos Famosos quanto o Dancing Brasil) ainda consegue quebrar barreiras. Na Austrália, a atual edição conta com a drag queen Courtney Act. A performer ensaia "desmontada", como Shane Jenek, mas se apresenta como a personagem e tem um homem, Josh Keefe, como professor.

É o segundo ano consecutivo que o Dancing faz história: em 2018, a versão italiana do formato, o Ballando con le Stelle, colocou dois participantes do mesmo sexo para dançar juntos: o estilista Giovanni Ciacci e o professor Raimondo Todaro.

Mas, enquanto Ciacci e Todaro ficaram na quinta colocação na Itália, Courtney tem potencial para levar para casa o troféu: na estreia, que ocorreu na segunda (18), a drag conseguiu a maior nota da noite com um animado jive --recebeu 23 (de um máximo de 30) dos três jurados. Confira a apresentação:

Logo que foi anunciada como uma das participantes do Dancing, Courtney disse que ela mesma solicitou que tivesse um professor do sexo masculino. "Eu disse que eu gostaria de me apresentar em drag e dançar com um homem. E aí, no meio da temporada, talvez eu faça uma dança [desmontada], como Shane, e finalmente teremos um casal do mesmo sexo no programa", disse ela.

A drag tem um vasto currículo em reality shows do mundo todo. Em 2003, ficou em terceiro lugar no Australian Idol, uma competição musical. Em 2014, foi a segunda colocada na sexta temporada do norte-americano RuPaul's Drag Race, disputa entre drags que, no Brasil, faz muito sucesso na Netflix.

No ano passado, Courtney ganhou o Celebrity Big Brother britânico e, neste ano, antes mesmo de começar a dançar na TV, participou da seletiva para o Eurovision, uma espécie de Festival da Canção que reúne um competidor por cada país da Europa (além de Austrália e Israel). Ela ficou em quarto lugar na seletiva para o representante australiano na competição continental.

divulgação/abc

Em 2011, o transgênero Chaz Bono fez história ao dançar com Lacey Schwimmer nos EUA

Histórico de pioneirismo
Enquanto Austrália e Itália dão show de pioneirismo com seus participantes no Dancing with the Stars, outros países ainda tentam dar pequenos passos. Nos Estados Unidos e na Inglaterra, países em que o formato tem um público expressivo, participantes assumidamente gays já participaram e mandaram bem na competição. O patinador Adam Rippon, por exemplo, foi campeão no ano passado.

Em 2011, o Dancing norte-americano fez história ao escalar Chaz Bono, ator e ativista, para dançar. Filho da cantora Cher, ele nasceu mulher, mas iniciou o processo de redesignação de gênero em 2008. Em 2016, o reality colocou um participante surdo e "sexualmente fluido", o modelo e ator Nyle DiMarco, para dançar: mesmo sem ouvir as músicas, ele sagrou-se campeão.

Enquanto isso, no Brasil, tanto a Dança dos Famosos quanto o Dancing Brasil evitam participantes LGBT+. No quadro do programa de Faustão, apenas Letícia Lima e Sandra de Sá assumiram relacionamentos com mulheres, e Preta Gil se declarou bissexual; já na atração de Xuxa, o jornalista Bruno Chateaubriand foi o único gay assumido a se arriscar na pista. Isso em uma lista que inclui mais de 150 nomes.

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