Menu
Pesquisar

Buscar

Facebook
X
Threads
BlueSky
Instagram
Youtube
TikTok

FIM TEMPORÁRIO

Com promessa de manter grevistas, RedeTV! consegue suspender paralisação

REPRODUÇÃO/REDETV!

Marcelo de Carvalho no estúdio do Mega Senha, com um terno cinza e uma gravata vermelha, na sede da RedeTV!

Marcelo de Carvalho, um dos donos da RedeTV!: radialistas da emissora suspendem greve

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 15/9/2021 - 17h21
Atualizado em 15/9/2021 - 21h34

A RedeTV! fechou nesta quarta-feira (15) um acordo com o TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo) para a suspensão temporária da greve de radialistas na emissora, que acontecia desde 31 de agosto. Com isso, os profissionais seguem em estado de greve, mas voltarão ao trabalho. Para isso, a emissora se comprometeu a não demitir nenhum grevista, como chegaram a ameaçar seus donos.

A informação foi confirmada pelo Sinrad (Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo) ao Notícias da TV. O vice-presidente do TRT-SP, o desembargador Valdir Florindo, foi quem intermediou o acordo entre as partes. O sindicato também aprovou a retomada ao trabalho em uma assembleia com grevistas ocorrida na tarde desta quarta.

O TRT-SP propôs a retomada das negociações e a suspensão da paralisação, mas com a manutenção do estado de greve dos trabalhadores. O retorno foi condicionado à garantia de estabilidade de todos os trabalhadores que participaram da paralisação de alguma forma.

A direção da RedeTV! concordou com a proposta do TRT-SP. Com isso, os três lados vão negociar um acordo coletivo sem a necessidade de paralisação. Mas a greve pode voltar a qualquer momento. Se Amilcare Dallevo e Marcelo de Carvalho não cumprirem o acordo, os profissionais podem retomar o movimento.

Por causa da paralisação temporária, um ato previsto na frente da sede da RedeTV! marcado para esta quinta-feira (16) foi cancelado. "A estabilidade não é nenhuma concessão, ela é fruto da luta direta dos trabalhadores que, junto com seu Sindicato, se mantiveram firmes na greve por mais de duas semanas. Seguimos juntos e firmes na luta do conjunto da classe trabalhadora", diz trecho da nota do Sinrad sobre o assunto.

Após a publicação deste texto, a RedeTV! procurou o Notícias da TV e ressaltou que "não fez nenhum acordo nos moldes divulgados pelo Sindicato". Ressaltou, entretanto, que atendeu à sugestão feita pelo desembargador com "uma cláusula de paz, que implica a suspensão da greve, para que sejam retomadas as tratativas". Ou seja, o mesmo que informava a reportagem inicial (confira a nota completa abaixo). 

A greve na RedeTV!

A paralisação dos funcionários começou à meia-noite de 31 de agosto. Com o apoio do Sinrad, os profissionais lutam por um reajuste salarial compatível com a defasagem perante a média do mercado.

Além disso, afirmam que os donos da RedeTV! se opuseram a cumprir direitos trabalhistas que são essenciais, como o fim do aviso prévio para trabalhadores com mais de 45 anos e o pagamento de adicional de tempo de serviço para quem tem cinco anos de contrato.

No último dia 9, a emissora propôs repor as perdas pela inflação até 2020, com aumento de 7,7% nos salários, a serem pagos em três parcelas, um valor menor do que a metade exigida pelos grevistas (eles pedem 17,70%). A proposta foi recusada pelos grevistas. 

A RedeTV!, por meio de seus advogados, afirmava que considerava a greve ilegal, já que os sindicatos envolvidos não avisaram a emissora com 72 horas de antecedência sobre a paralisação dos funcionários. O Sinrad negou e afirmou que avisou sobre o estado de greve bem antes. 

Confira na íntegra a nota do Sinrad sobre a suspensão da greve: 

"Greve na RedeTV!: A greve foi só suspensa, mas a luta continua

Fruto da luta, os trabalhadores na RedeTV! garantiram estabilidade no emprego, e a luta segue em defesa dos direitos e pelo devido aumento salarial

No dia de hoje, 15/9, os trabalhadores na RedeTV! decidiram em assembleia junto com o Sindicato dos Radialistas de SP suspender temporariamente a greve. Foi decidido manter o estado de greve e, se a direção da emissora continuar fugindo de pagar o devido aumento salarial e não respeitar os direitos da Convenção Coletiva de Trabalho, a paralisação volta imediatamente.

O vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo propôs a retomada das negociações, a suspensão da paralisação, mantendo o estado de greve, condicionado à garantia de estabilidade de todos os trabalhadores e a direção da RedeTV! concordou com a proposta, mas só isso não basta é preciso pagar o que deve e respeitar os direitos.

Por isso, a decisão da assembleia é de se manter em mobilização permanente e, caso a direção a Rede TV fuja da legítima pauta de reivindicações, a greve voltará imediatamente.

A estabilidade não é nenhuma concessão, ela é fruto da luta direta dos trabalhadores que, juntos com seu sindicato, se mantiveram firmes na greve por mais de duas semanas.

Com a suspensão da greve, o ato de solidariedade marcado para amanhã, dia 16/9, também foi suspenso, agradecemos a todos os companheiros dos sindicatos, centrais, movimentos populares que demonstraram sua solidariedade à nossa greve.

Seguimos juntos e firmes na luta do conjunto da classe trabalhadora."

Confira também a nota na íntegra da RedeTV!:

"Ao contrário do que afirma a reportagem, a RedeTV! não fez nenhum acordo nos moldes divulgados pelo Sindicato. A RedeTV! e o Sindicato atenderam à sugestão feita pelo excelentíssimo desembargador do TRT-SP, celebrando uma cláusula de paz, que implica a suspensão da greve, para que sejam retomadas as tratativas.

Atendendo à sugestão do TRT, a emissora não realizará nenhuma dispensa enquanto perdurar a cláusula de paz ou até julgamento pelo TRT-SP. O que causa estarrecimento é que, logo após a concordância do estabelecimento de uma cláusula de paz perante o tribunal, o sindicato se pronuncia junto à imprensa distorcendo a realidade dos fatos, desrespeitando a intenção primordial da sugestão feita pelo TRT- SP."


Mais lidas


Comentários

Política de comentários

Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.