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DEMISSÃO COLETIVA

RedeTV! faz reunião emergencial para anunciar plano contra grevistas

REPRODUÇÃO/REDETV!

Marcelo de Carvalho com a boca semiaberta, usando um terno cinza e gravata vermelha cafona, enquanto gesticula com a mão

Marcelo de Carvalho no comando do Mega Senha; dono da RedeTV! se opõe a aumento de salários a funcionários

A RedeTV! reuniu na tarde desta sexta-feira (10) os funcionários que não aderiram à greve para fazer um comunicado: irá buscar todas as brechas que possam apontar para uma ilegalidade na paralisação e, dessa forma, iniciar o processo de demissão daqueles que lutam por melhores condições de trabalho.

A reunião ocorreu às 14h, e quem a conduziu foi a diretoria de Recursos Humanos. Primeiramente, os funcionários que não aderiram à greve foram parabenizados por se manterem em seus postos.

Em seguida, foram informados de que a emissora tem estudado toda a movimentação do grupo desertor para encontrar ilegalidades na greve. Avisou também que a RedeTV! não cederá ao pedido de "estabilidade de emprego" dos funcionários que seguem paralisados.

A reportagem ouviu diferentes funcionários que participaram dessa reunião, e todos entenderam a mesma mensagem: sentiram que o RH da RedeTV! tentou intimidar aqueles que ainda cogitam aderir à greve. Além disso, interpretaram essa "busca por ilegalidade" como um pretexto para demitir todos que protestam por seus direitos na porta da emissora.

Procurada, a emissora não se manifestou a respeito da reunião promovida por seu departamento de RH até a publicação deste texto.

Greve

A paralisação dos funcionários foi iniciada à meia-noite de 31 de agosto. Com o apoio do Sertesp (Sindicato dos trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo), do SJSP (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo) e do Sinrad (Sindicatos dos Trabalhadores em Radiodifusão e TV de São Paulo), eles lutam por um reajuste salarial compatível com a defasagem perante a média do mercado.

Além disso, afirmam que os donos da RedeTV! se opuseram a cumprir direitos trabalhistas que são essenciais, como o fim do aviso prévio para trabalhadores com mais de 45 anos e o pagamento de adicional de tempo de serviço para quem tem cinco anos de contrato.

Na quinta-feira (9), a emissora propôs repor as perdas pela inflação até 2020, com aumento de 7,7% nos salários, a serem pagos em três parcelas, um valor menor do que a metade exigida pelos grevistas (eles pedem 17%). A estabilidade no emprego em nenhum momento foi citada pela empresa.

A RedeTV!, por meio de seus advogados, já informou que considera a greve ilegal, já que os sindicatos envolvidos não avisaram a emissora com 72 horas de antecedência sobre a paralisação dos funcionários.

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