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AMILCARE DALLEVO NETO

Filho de dono da RedeTV! diz que não entende greve de funcionários: 'Não devo'

REPRODUÇÃO/REDETV!

Amilcare Dallevo Neto com uma camisa branca, dando entrevista para a RedeTV!, em um Fórum realizado em 2019

Amilcare Dallevo Neto: filho de dono da RedeTV! diz que vai demitir quem entrou em greve

GABRIEL VAQUER, colunista

vaquer@noticiasdatv.com

Publicado em 13/9/2021 - 13h24
Atualizado em 13/9/2021 - 13h25

O Sinrad (Sindicato dos Radialistas do Estado de São Paulo) divulgou uma nota para falar sobre a reunião de profissionais com a direção da RedeTV!, que ocorreu na última sexta-feira (10). A emissora foi representada por Amilcare Dallevo Neto, filho do dono e executivo, para tratar da greve que ocorre desde 31 de agosto. Ele disse não entender os motivos da paralisação. "Quando a gente deve, abaixa a cabeça e pede desculpas. A gente não deve. Eu não devo", disse ele na reunião.

A nota divulgada pelo sindicato relata que a reunião foi feita apenas com profissionais que não entraram em greve. Nela, Dallevo Neto tentou adotar um estilo informal para conversar com os funcionários e agradeceu àqueles que não pararam. Para comprovar as falas, o Sindicato diz ter imagens da reunião, que serão anexadas ao processo da greve que corre na Justiça do Trabalho.

"Frente a tudo isso que a gente passa, eu me senti no dever e no direito de dizer obrigado para todos vocês que estão aqui. Obrigado!", disse Neto, como é chamado. Ele também negou atrasos de salários: "Hoje, nós não devemos um real de salário", disse.

De fato, a RedeTV! não atrasou salários recentemente, como já aconteceu diversas vezes nos últimos anos. Mas Sinrad e funcionários reclamam que há uma defasagem 17,70% nos salários, sem reajustes desde 2017. A RedeTV! só propôs 7,70% de aumento, o que só repõe a inflação até 2020. A proposta foi considerada "baixa e ridícula" por grevistas. 

Dallevo Neto disse que, se a greve continuar, a RedeTV! pode ter problemas no futuro, já que anunciantes e fornecedores teriam ligado para a direção para saber mais detalhes da saúde financeira.

"A gente tá cutucando numa ferida que pode haver um desfaturamento da emissora. As pessoas investem nas companhias que elas confiam. E é a nossa companhia. A companhia que paga o meu salário, que paga o seu salário. O salário de todo mundo. E se a gente vai bem vai todo mundo bem.", argumentou.

Por fim, o executivo também contou que não pretende negociar estabilidade de trabalho para profissionais, grevistas ou não, além de dar a entender que demitiria quem estivesse na greve.

"Nós não vamos negociar estabilidade de emprego. Eu não acho fair [justa], com o salário em dia, a gente negociar estabilidade de emprego. Quando a gente deve, abaixa a cabeça e pede desculpas. A gente não deve. Eu não devo nada. Se há uma coisa que não está na mesa é estabilidade de emprego. De jeito nenhum. Sou um cara que tenho que me manter pelos meus princípios.", concluiu.

Vale ressaltar que, pela Justiça do Trabalho, demitir profissionais que entram em greve de forma legal por problemas trabalhistas é contra lei. A RedeTV! pode ser punida a recontratar quem for demitido e até mesmo pagar uma indenização por assédio moral para quem parou.

Greve na RedeTV!

A paralisação dos funcionários foi iniciada à meia-noite de 31 de agosto. Com o apoio do Sertesp (Sindicato dos trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo), do SJSP (Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo) e do Sinrad (Sindicatos dos Trabalhadores em Radiodifusão e TV de São Paulo), eles lutam por um reajuste salarial compatível com a defasagem perante a média do mercado.

Além disso, afirmam que os donos da RedeTV! se opuseram a cumprir direitos trabalhistas que são essenciais, como o fim do aviso prévio para trabalhadores com mais de 45 anos e o pagamento de adicional de tempo de serviço para quem tem cinco anos de contrato.

Na quinta-feira (9), a emissora propôs repor as perdas pela inflação até 2020, com aumento de 7,7% nos salários, a serem pagos em três parcelas, um valor menor do que a metade exigida pelos grevistas (eles pedem 17,70%).

A RedeTV!, por meio de seus advogados, havia informado que considera a greve ilegal, já que os sindicatos envolvidos não avisaram a emissora com 72 horas de antecedência sobre a paralisação dos funcionários. O Sinrad nega e afirma que avisou sobre o estado de greve bem antes. 


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