BOB CHAPEK
REPRODUÇÃO/DISNEY
Specter, de Dois Irmãos (2020), foi a primeira personagem abertamente LGBTQ+ da Disney
Bob Chapek, CEO da Disney, se desculpou com acionistas e funcionários, nesta sexta-feira (11), após a empresa ser alvo de críticas por realizar uma doação de US$ 5 milhões (cerca de R$ 25 milhões, na cotação atual) para a campanha Don't Say Gay, organizada por políticos que apoiam um projeto de lei anti-LGBTQ+ na Flórida, nos Estados Unidos. O executivo se comprometeu a se tornar um aliado ativo na luta por direitos iguais: "Sei que tem muito trabalho a ser feito."
"Obrigado a todos que me alcançaram ao compartilhar suas dores, frustrações e tristezas sobre a atitude da companhia em relação ao projeto Don't Say Gay da Flórida", iniciou Chapek ao direcionar a mensagem diretamente para a comunidade LGBTQ+. "Conversar com vocês, ler suas mensagens, e conhecê-los me ajudou a entender melhor o quão doloroso nosso silêncio foi."
Chapek deixou claro que as denúncias vão além da questão na Flórida e atinge desafios que envolvem direitos humanos básicos. "Vocês precisavam que eu fosse um aliado mais forte na luta por direitos iguais e eu os decepcionei."
De acordo com o site Deadline, Bob Chapek afirmou que as doações à campanha, que permite que pais processem escolas que abordem temas sobre a comunidade, foram feitas com o intuito de convencer senadores a vetarem o projeto Don't Say Gay.
Na carta, o executivo apontou ainda a Disney como uma ferramenta para fazer o bem e ressaltou a influência da empresa na criação de histórias inclusivas. Chapek também deixou claro que, a partir de hoje, irá intensificar a criação de equipes judiciárias em estados americanos com o intuito de combater projetos que impeçam a luta por igualdade.
"Eu realmente acredito que nós somos uma empresa infinitamente melhor e mais forte por causa da nossa comunidade LGBTQ+. Eu perdi a marca nesse caso, mas eu sou um aliado com quem vocês podem contar --e eu serei um defensor declarado das proteções, visibilidades e oportunidades que vocês merecem", finalizou.
Na quarta-feira (9), funcionários da Pixar, estúdio responsável por animações como Toy Story (1995) e Carros (2006), escreveram uma carta em que acusavam a Disney de censurar momentos abertamente homoafetivos em suas produções.
"Nós da Pixar testemunhamos pessoalmente lindas histórias, cheias de personagens diversos, retornarem das revisões de executivos da Disney reduzidas e migalhas do que eram originalmente. Mesmo que a criação de conteúdo LGBTQIA+ fosse a resposta para reverter leis discriminatórias no mundo todo, nós estamos sendo impedidos de criá-los", afirmaram.
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