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CRISE DO CORONAVÍRUS

Bolsonaro vai à Justiça contra a Globo e exige direito de resposta no Jornal Nacional

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Montagem de fotos com o presidente Jair Bolsonaro e William Bonner, âncora do Jornal Nacional

Jair Bolsonaro, por meio da Advocacia-Geral da União, entrou com uma ação contra o JN (de William Bonner)

REDAÇÃO

Publicado em 28/8/2020 - 20h55
Atualizado em 28/8/2020 - 22h14

O presidente Jair Bolsonaro cumpriu a promessa que fez em uma live no último dia 13 e entrou com uma ação judicial contra a Globo. Ele exige um espaço para direito de resposta no Jornal Nacional. Há três semanas, quando o Brasil atingiu a marca de 100 mil mortes pela Covid-19, o noticioso apresentado por William Bonner e Renata Vasconcellos fez um editorial em tom crítico às ações do governo federal durante a pandemia.

Nesta sexta-feira (28), a coluna Radar, da revista Veja, antecipou que a Advocacia-Geral da União protocolou uma petição no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, no Rio de Janeiro, pedindo um espaço para direito de resposta. O governo fez um pedido extrajudicial antes da ação, mas não houve acordo.

Em sua live semanal, há duas semanas, sem citar o Jornal Nacional nominalmente, Bolsonaro disse que o telejornal da Globo o acusou de ser genocida. 

"Vamos tentar a responsabilização e o esclarecimento da verdade no tocante a essa matéria, porque não dá para a gente não se defender disso. Uma acusação de genocida para cima de mim no horário nobre, ou que eu sou o responsável e que deveria cumprir a Constituição", reclamou ele.

O presidente ainda citou uma das perguntas feitas por William Bonner durante o editorial. "Será que o presidente está cumprindo a Constituição?", e continuou: "Com tudo o que nós fizemos? Quase R$ 700 bilhões [investidos], de uma forma ou outra, pra combater o vírus e evitar o desemprego", afirmou ele.

A defesa de Bolsonaro alega na Justiça que o editorial tem "indevidas ilações sobre uma suposta omissão deliberada por parte do Governo Federal, no contexto de combate à pandemia do gerada pelo Covid-19". De acordo com a Veja, a AGU quer a divulgação da resposta, com a leitura do texto durante a edição do Jornal Nacional logo após a intimação da emissora.

Ao Notícias da TV, a Globo afirmou por meio de nota que o JN não acusou o presidente pelas mais de 100 mil mortes, e que apenas listou alguns acontecimentos para que o telespectador refletisse sobre as atitudes das autoridades.

"O editorial do Jornal Nacional não acusou o presidente pelas mais de 100 mil mortes da pandemia de coronavírus. Apenas listou fatos ocorridos durante a pandemia e convidou o telespectador a uma reflexão sobre que autoridades (prefeitos, governadores e presidente) cumpriram seu dever constitucional de zelar pela saúde da população. Na mesma edição, foi divulgada nota da Secom defendendo as ações do governo federal no combate à pandemia", se defendeu a emissora em comunicado.

Veja abaixo, a partir dos 33 minutos e 40 segundos, o momento em que Bolsonaro rebate o editorial do JN e cita as medidas que defende contra a Covid-19:

Jornal Nacional x Bolsonaro

Apesar de não terem dito que Bolsonaro era genocida, na edição de 8 de agosto do JN, William Bonner e Renata Vasconcellos subiram o tom. Os âncoras dispensaram o habitual "boa noite" ao iniciar a escalada do noticiário e foram direto ao assunto. Com pausas dramáticas e semblantes apreensivos, eles apontaram os erros do presidente da República ao citar as mais de 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil.

"Primeiro o presidente menosprezou a Covid. Chamou de gripezinha. Depois, quando um repórter pediu que ele falasse sobre o número alto de mortes, Bolsonaro disse que não era coveiro. Disse duas vezes 'não sou coveiro'. Quando os óbitos chegaram a 5 mil, a resposta dele a um repórter foi um 'e daí?'", relembrou Bonner.

"Agora, o presidente repete que a pandemia é uma chuva e que todos vão se molhar. Ou que a morte é o destino de todos nós e que temos de enfrentar a doença, como se fosse uma questão de coragem. Como se nada pudesse ter sido feito", continuou.

"É necessário relembrar a Constituição, porque isso nos levanta uma pergunta importantíssima. Nós já mostramos o que diz o artigo 196: 'É dever das autoridades que governam o país implementar políticas que visem reduzir o risco de doenças'", disse Renata.

"E a pergunta que se impõem é: O presidente da República cumpriu esse dever? Entre os governadores e prefeitos, quem cumpriu? Quem não cumpriu? Mais cedo ou mais tarde, o Brasil vai precisar de respostas para essas perguntas. É assim nas democracias e nas repúblicas, em que todos temos direitos e deveres e onde ninguém está acima da lei", acrescentou a jornalista.

Assista ao vídeo completo abaixo:

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