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MEMÓRIA DA TV

Autora conseguiu primeira novela na Globo após mandar rezar missa

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Maria Adelaide Amaral sorri e está com uma blusa roxa

Maria Adelaide Amaral recebeu 'sinal' de Cassiano Gabus Mendes (1929-1993) antes de novela

THELL DE CASTRO

Publicado em 17/4/2022 - 9h00

Dramaturga portuguesa radicada no Brasil desde os anos 1950, Maria Adelaide Amaral escreveu diversas obras de sucesso para o teatro e para a televisão. Mas a novelista só conseguiu sua primeira novela na Globo como autora principal em 1997 --e de maneira inusitada.

A autora considera ter recebido uma ajuda dos Céus para atingir seu objetivo e produzir o remake de Anjo Mau (1997), folhetim originalmente escrito por Cassiano Gabus Mendes (1929-1993) e que fez grande sucesso entre fevereiro e agosto de 1976.

Em entrevista ao lado Autores, Histórias da Teledramaturgia, do projeto Memória Globo, Maria Adelaide contou como o convite surgiu. Colaboradora em tramas como Meu Bem, Meu Mal (1990), Deus nos Acuda (1992), O Mapa da Mina (1993), Sonho Meu (1993) e A Próxima Vítima (1995), ela teve sucessivas tentativas frustradas de emplacar uma sinopse própria na Globo.

Tudo mudou quando a novelista resolveu mandar rezar uma missa em memória de Cassiano, um dos principais nomes da história da televisão brasileira, como se estivesse pedindo um sinal. E deu certo.

"Naquele mesmo dia, o Boni me ligou e me chamou para conversar: 'Queremos fazer um remake de Anjo Mau, de Cassiano Gabus Mendes. Não pensamos em convidar você porque achávamos que você não ia topar fazer remake'. Eu respondi: 'O que? Do Cassiano? Lógico que quero!'. E pensei: 'É o Cassiano quem está me dando esse presente'", enfatizou.

Mudanças

Anjo Mau estreou em 8 de setembro de 1997 e teve 173 capítulos, sendo exibida até 28 de março de 1998. Maria Adelaide acabou usando a história central, mas teve que atualizar muitos fatos da sinopse, considerada antiquada para o final dos anos 1990. Novos personagens e entrechos acabaram sendo criados.

Quando começamos a ler os capítulos originais, percebemos que era uma novela datada. Tinha sido exibida numa época em que o controle remoto não existia. Havia cenas intermináveis sobre o preço do chuchu e da abobrinha na feira, e páginas e páginas nas quais os personagens só jogavam baralho. Em 1997, a realidade era outra. O remake precisava ser mais ágil.

No elenco da novela estavam nomes como Gloria Pires (intérprete da babá Nice), Kadu Moliterno, Alessandra Negrini, Leonardo Brício, Maria Padilha, Daniel Dantas, Cláudio Corrêa e Castro (1928-2005), Regina Maria Dourado (1953-2012) e Mauro Mendonça.

A principal mudança aconteceu no desfecho do enredo: ao contrário da trama original, na qual a protagonista Nice (Susana Vieira) morria no parto do filho, a personagem vivida por Gloria Pires conquistou seu final feliz ao lado de Rodrigo (Kadu Moliterno) na adaptação.

A autora ainda emplacou na emissora as bem-sucedidas Ti-Ti-Ti (2010) e Sangue Bom (2013), a problemática A Lei do Amor (2016) e várias séries e minisséries.


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