RENATA CASTRO BARBOSA
PEDRO CURI/TV GLOBO
Renata Castro Barbosa vai do humor às novelas; atriz lamenta falta de investimento no gênero
Conhecida por seus diversos papéis em novelas, Renata Castro Barbosa também é lembrada pelo público graças à veia cômica. A atriz, que passou por humorísticos como A Diarista (2004-2006) e Zorra (2015-2020), lamenta a falta de programas do gênero na TV. "É um desperdício de tanta gente genial que temos nesse segmento", avalia.
"Inacreditável que a televisão brasileira, que já teve seus programas disputando prêmios pelo mundo, hoje não tenha quase nenhum humorístico no ar. Acho um atraso", acrescenta a intérprete, em entrevista ao Notícias da TV.
Renata acredita que a polarização política tornou as emissoras mais ressabiadas com novos projetos na área. "Talvez seja mais confortável não lidar com o humor, que toca mesmo nessas feridas todas", diz a artista, que não parou de "fazer graça" a nenhum momento.
Como as televisões não estão querendo fazer humor, a gente está fazendo nos teatros, na internet. A gente sempre acha um lugar para existir. Aliás, nós, artistas, temos essa capacidade de estar sempre nos reinventando. Num país que não valoriza a cultura, só com muita persistência mesmo.
Renata atualmente está envolvida no Humor Contra-Ataca, que acontece entre 12 de janeiro e 3 de fevereiro no Qualistage, no Rio. O festival vem justamente para abrir espaços e provar que o gênero merece tanta atenção quanto o drama.
"A comédia é amada pelo público, os teatros com espetáculos de humor são sempre os mais lotados. Todo mundo comenta sobre o que os comediantes falam, repetem bordões. Mas, na hora de ter um prêmio, de verba mesmo, o humor ainda segue tratado como menor", considera.
Renata explica que, pela carreira em novelas como Vale Tudo (1988) e Tieta (1989), não enfrenta desconfiança do público ao assumir um papel dramático. "Acho que sou vista mais como uma atriz que faz humor. Não chega a ser um susto [para os telespectadores]", acredita.
Ela lastima que, por muitas vezes, a televisão costuma colocar o artista em uma caixinha. "Se você começa sua carreira fazendo a mocinha, provavelmente fará isso para sempre, ou até alguém com mais visão arriscar te colocar como uma vilã ou até no núcleo de humor", diz.
Poucas pessoas do mercado topam chamar para algo diferente do que ele vem fazendo. Com isso, perdemos grandes possibilidades como artistas e como público também. Chico Anysio [1931-2012], por exemplo, era um ator dramático maravilhoso. Nas poucas vezes em que lhe foi dada essa oportunidade, ele foi sensacional.
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