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MARCELA MAR

Atriz entrega tática de negociação para cenas de sexo e nudez na TV

DIVULGAÇÃO/A&E

Marcela Mar e Humberto Busto como Berta e Don Sol para El Chapo, do A&E

Marcela Mar e Humberto Busto como Berta e Don Sol para El Chapo, do A&E; atriz negocia cenas de nudez

ELBA KRISS

elba@noticiasdatv.com

Publicado em 11/10/2020 - 7h10

A atriz colombiana Marcela Mar, 41 anos, é uma das novidades da terceira temporada de El Chapo (2017-2018), exibida pelo canal A&E. Intérprete da política Berta, uma de suas primeiras cenas na produção foi em uma sequência ardente de sexo. Em nome da arte, ela aceita a nudez como parte de seu trabalho. Mas por trás de um episódio picante, há toda uma negociação com a direção antes de assinar qualquer contrato. A tática é estudar, analisar e questionar cada nu frontal.

Em El Chapo, série que narra a história real de Joaquín Guzmán, um dos maiores traficantes de drogas do mundo, Marcela vive uma deputada que se submete a um casamento de fachada com Don Sol, um político corrupto e gay. O enlace, na verdade, é uma escada para sua ambição maior: ela quer ser a primeira mulher presidente do México.

Disposta a conquistar projeção política, ela vive uma união de mentira e, no decorrer dos episódios, se revela uma mulher sem escrúpulos para alcançar seus objetivos. Em meio ao emaranhado sujo do poder, Berta tem encontros sexuais com Miguel (Quique Sanmartín), seu ex-marido. Uma solução prática para evitar parceiros diversos.

Para as cenas em que Berta precisa extravasar a tensão política com sexo, Marcela aparece seminua. Porém, em sequências tórridas. "Quando me escolhem para um personagem, a primeira coisa que faço é entender e indagar o papel, porque alguns têm uma carga sexual, e outros não. No caso da Berta, era importante usar a sexualidade para mostrá-la como uma mulher completamente sozinha e contar essa ambição, que está acima de qualquer efeito e princípio", diz ela em entrevista ao Notícias da TV.

"Era necessário ter essa parte dos encontros sexuais às escondidas e até clandestinos. Ao entender isso, o passo seguinte é falar com o diretor e perguntar: 'O que vocês querem mostrar?'. É importante para mim como mulher e atriz saber. O bom é que os diretores são muito claros e dizem 'sim, há nudez' ou 'não há nudez'", detalha. 

Quique Sanmartín (Miguel) e Marcela Mar (Berta) em cena quente de El Chapo (Foto: Reprodução/A&E)

Após a primeira negociação, a artista costuma avaliar a proposta. "Neste caso, não queriam que a Berta tivesse nus frontais, não havia necessidade. Então, isso é sempre acordado antes de começar o trabalho. Quando se assina o contrato, na hora de filmar está tudo muito tranquilo", explica.

Marcela, no entanto, frisa que se o papel exigir e for coerente, ela vai além do sugerido no quesito nudez. "No meu trabalho anterior, Sitiados [2015], que foi rodado aqui na Colômbia, interpretei uma pirata. Para ela, a sexualidade era uma arma de guerra", relembra.

"Quando consegui essa personagem, me falaram que teria muita nudez porque era importante mostrar essa parte. Aceitei e achei que era necessário para o enredo. Então, [a nudez] é de acordo com a história que se vai contar. Para mim, é o critério de seleção", considera.

Na terceira temporada, Joaquín Guzmán (Marco de la O) é visto já na liderança do cartel de drogas mais poderoso do mundo. Por ter fugas cinematográficas da cadeia em seu histórico e alianças com políticos do alto escalão do governo, ele se imagina invencível. Por muitas vezes, o telespectador se enxerga tendo até uma empatia pelo anti-herói.

Para Marcela, a série teve todo um cuidado em seu enredo para não enaltecer o crime, e, sim, mostrá-lo de forma nua e crua para exemplificar que seguir por esse caminho não compensa.

"Quando El Chapo chegou nas minhas mãos, me interessou conhecer e dar visibilidade para essa história recente do México, e fazer com que as pessoas conheçam esse emaranhado do poder. Interessa a mim, artisticamente, explorar como funciona a cabeça de uma mulher que pensa assim e me colocar no lugar de pessoas que manipulam o poder", exemplifica.

"Creio que contar essa narrativa serve para mostrar que não estamos idealizando os narcotraficantes. Serve para nós como latinoamericanos para ver essas rupturas sociais, que levaram os homens de nossos países a irem para o mundo do crime. Porque, como é visto, todos terminam mortos ou presos. Creio que essas tramas servem para conhecer a história e tentar não repeti-la", finaliza.

A terceira temporada de El Chapo é exibida às terças-feiras, às 22h, no canal pago A&E.

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