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ROSANA HERMANN

Apresentadora relata assédio, preconceito e vício de Clodovil: 'Pessoa cruel'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Clodovil Hernandes durante participação em esquete do Zorra Total, da Globo, em 1999 - REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Clodovil Hernandes durante participação em esquete do Zorra Total, da Globo, em 1999

REDAÇÃO

Publicado em 28/1/2019 - 17h00

A jornalista, apresentadora e roteirista Rosana Hermann resolveu abrir seu baú de memórias e compartilhou com os seguidores do Twitter algumas experiências trágicas que teve ao lado de Clodovil Hernandes (1937-2009) nas vezes em que eles tiveram que trabalhar juntos na TV. Entre seus relatos, ela aponta episódios de assédio, preconceito, vício e dívidas protagonizados pelo renomado estilista e apresentador.

A apresentadora do Porta Afora decidiu se pronunciar após ver uma sequência de comentários nas redes sociais comparando o deputado federal Jean Wyllys com Clodovil. Ao ler inúmeros elogios ao falecido estilista, ela decidiu trazer à tona alguns episódios constrangedores que viveu ao lado do ex-colega de trabalho.

"Clodovil brigava e gritava com toda a produção, fazia gente chorar. Queria convidados como Maria Bethânia, que a produção não conseguia porque Bethânia não queria dar entrevista pra ele. Mas ninguém dizia pra não magoá-lo. Então ele chamava as produtoras de incompetentes, que não sabiam produzir, que deviam passar um mês mandando flores pra ela diariamente", relatou.

O episódio ocorreu em 1983, quando Rosana foi contratada para ser redatora do programa de Clodovil na Band. No mesmo período, ela disse ter presenciado uma situação de assédio protagonizada pelo apresentador, que "acabou" com ela.

Rosana Hermann no Porta Afora, que apresenta com Fábio Porchat (Foto: Reprodução/Instagram)

"Vi algo que acabou comigo. Clodovil, com seu bom gosto, mandou fazer uniformes especiais para a equipe técnica. Ele cismou com um câmera (não vou dizer o nome) e ficava cantando o cara no estúdio, na frente de todo mundo. O cara, quietão, na dele, respeitava, não falava nada", contou ela.

"Mas o assédio foi aumentando. E o cara disse 'não' para o apresentador. Que fez o quê? Pediu a cabeça do câmera, que foi demitido. Casado, com três fihos. Perdeu o emprego porque disse 'não' para os assédios do apresentador", continuou a roteirista em seu relato no Twitter.

Rosana disse que a crueldade de Clodovil não tinha limites e ele não poupava sequer seus funcionários de confiança, caso de uma mulher --cujo nome ela não cita-- que teria trabalhado por 30 anos com ele, mas pediu as contas e o processou ao descobrir que ele nunca lhe havia pago seus direitos trabalhistas. A profissional venceu, e o estilista foi obrigado a vender seu ateliê no Itaim Bibi para quitar a dívida.

"Ele fazia não só grandes maldades, mas pequenas, só pra humilhar o outro, como fez com 'J', que era cabeleireiro dele (e meu). 'J' sonhava em ter um perfume Davidoff. Um dia Clodovil disse que ia pra Paris. 'J' juntou um dinheiro, mostrou o perfume numa página de revista e pediu pra Clodovil trazer um. Quando Clodovil voltou, 'J' perguntou: 'Achou o perfume?'. E ele: 'Achei. Mas só tinha um na loja, então eu peguei o dinheiro e comprei pra mim. 'J' chorou", escreveu.

Rosana disse que não conseguia mais conviver com Clodovil e pediu demissão. Até que em 1999, quando ocupava o cargo de diretora artística da extinta Rede Mulher (1994-2007), teve que lidar novamente com o apresentador, recém-contratado. A emissora precisou tomar uma atitude em relação ao salário do ex-funcionário, que gastava todos seus rendimentos com o vício em jogo.

"Ganhava muito bem. Mas ele torrava todo o salário no bingo. O dono da emissora sabia que ele era viciado em bingo e às vezes pegava parte do salário e pagava os funcionários da casa do Clodovil para eles não passarem fome. Porque Clodovil torrava tudo e não pagava ninguém", contou.

Os relatos de Rosana Hermann vão além. Ela também falou de um rapaz de olhos azuis que Clodovil demitiu após o funcionário olhar na cara de um amigo que o visitou em sua casa. "Talentoso. Divertido. Mas uma das pessoas mais cruéis que já conheci. Não só com funcionários, colegas, mas até com pessoas que ele 'mentia' que amava", escreveu.

Confira a "thread" Rosana Hermann no Twitter:

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