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CAROL HUBNER

Após 15 anos, campeã da Casa dos Artistas enfrenta rejeição na TV: 'Faz mal'

Divulgação/Carol Biazotto

Vencedora de reality, a atriz Carol Hubner não conseguiu emplacar na TV brasileira e foi para os Estados Unidos - Divulgação/Carol Biazotto

Vencedora de reality, a atriz Carol Hubner não conseguiu emplacar na TV brasileira e foi para os Estados Unidos

LUCIANO GUARALDO

Publicado em 9/1/2019 - 5h56

Campeã da quarta edição do reality Casa dos Artistas, realizada há 15 anos e que prometia ao vencedor um papel de protagonista de novela no SBT, Carol Hubner enfrenta a rejeição da TV desde que saiu do confinamento. O destaque prometido em uma novela de Silvio Santos não aconteceu, e ela nunca mais fez televisão. Aliás, sequer foi chamada para fazer testes para trabalhar na emissora, tampouco na Record e na Globo, apesar das várias tentativas.

A atriz de 38 anos sentiu que algo estava errado quando, ao invés da protagonista que ganhou como prêmio no reality show, que tinha o subtítulo Protagonistas de Novela, foi escalada apenas para um papel coadjuvante em Esmeralda (2004). Depois disso, nunca mais teve chances. "Não fiz teste nem para fazer uma participação como vendedora de loja", conta ela.

"Não sei o que aconteceu, eu devo ter ido muito mal na novela, porque não me chamaram para nada. Isso é algo muito difícil de lidar, sabe? Eu me inscrevi para a Casa dos Artistas porque seria uma protagonista. Já era atriz desde os 13 anos, não comecei ali. Na final eu fui elogiada por Paulo Autran [1922-2007], pensei que meu mundo ia virar, que ia me tornar uma grande estrela da TV... E nada aconteceu."

Carol fez seu cadastro no banco de atores da Globo, mas não repetiu os passos da primeira vencedora do reality show do SBT --a atriz Bárbara Paz saiu do confinamento e emplacou diversos papéis. Também não teve sorte nas novelas bíblicas da emissora do bispo Edir Macedo.

"Quando o Rancoleta [Fernando Rancoleta, diretor de elenco] saiu do SBT e foi para a Record, eu pedi para ele se lembrar de mim. Nunca rolou. O Silvio Santos me elogiava no reality, me comparou a grandes atores do Brasil, e também não deu em nada. Isso pode fazer muito mal, porque você começa a se perguntar: 'Que merda é essa? O que há de errado comigo?'. Eu achava que deveria ser a pior atriz do mundo."

Carol se encontrou no teatro. "É um lugar em que consegui me posicionar e que tem muitos projetos. O palco sempre aparece como uma opção para mim, e eu acabei me dedicando mais a ele. Não é que eu fechei a porta para a TV, mas cansei de dar murro em ponta de faca e não conseguir nada além de dor. Continuo procurando, só não é algo que eu faça todos os dias, como era antes."

Voos internacionais
Casada com o ex-tenista Fernando Meligeni, a atriz decidiu tentar a sorte lá fora. Ela está passando uma temporada nos Estados Unidos, onde busca contatos para começar uma carreira no exterior.

"Vim bem organizada para estudar inglês e desenvolver ainda mais minha atuação, com outros professores, porque tem muitos cursos por aqui. Acabei encontrando alguns amigos do teatro musical em Nova York, outros que conhecem gente de cinema em Los Angeles. Estou estreitando relacionamentos, uma das minhas maiores vontades é tentar me lançar por aqui", diz.

Carol chegou em Nova York em novembro do ano passado e agora está em Los Angeles, onde fica até o mês que vem. Depois, volta ao Brasil para uma nova temporada da peça A Banheira, que ela encena desde 2016. E não descarta novas viagens para os Estados Unidos em busca de oportunidades.

"Eu fui ver vários musicais na Broadway, agora em Los Angeles estou visitando os estúdios. Estou fazendo os meus contatinhos. E adorando toda essa experiência, porque amo o teatro, o cinema. Acho que todo ator está sempre em busca de novos desafios, então estou aqui me desafiando", conta, aos risos.

A atriz começou a fazer teatro musical há três anos, descobriu que é um mercado em alta no Brasil e decidiu investir ainda mais. "Eu já estou quase com 40 anos e sinto que a nova geração de atores já chega sabendo cantar, dançar, sapatear. Então, eu passei a estudar mais, porque não quero ficar para trás", assume.

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