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EVELYN RODRIGUES

Antes do UFC, repórter foi dublê da Hebe e fotógrafa de celebridades: 'Loucura'

Reprodução/Instagram

Evelyn Rodrigues em frente ao tatame do UFC segurando um microfone

Evelyn Rodrigues no UFC; jornalista fez de tudo antes de se tornar especialista no esporte

Evelyn Rodrigues se tornou uma verdadeira autoridade em UFC. A brasileira foi a primeira correspondente internacional do esporte, inovou na cobertura dos combates, mergulhou profundamente na história dos lutadores e conquistou o posto de uma das repórteres pioneiras do Brasil no assunto. Engana-se, porém, quem acredita que sua trajetória sempre foi voltada para o mundo do MMA --ela, na verdade, nunca quis nem saber do tema e fez coisas inimagináveis até chegar onde está hoje.

Ex-repórter do canal Combate, da Globo, Evelyn foi contratada pelo UFC Fight Pass, que transmite com exclusividade os eventos do esporte no Brasil. Ela está há cerca de dez anos em Las Vegas, berço do esporte, mas foi parar lá totalmente por acaso, com o intuito de estudar inglês quando ainda trabalhava em uma assessoria de imprensa de uma empresa de materiais de construção.

Antes de se deparar com o universo do UFC, Evelyn Rodrigues apostou em trabalhos freelancers nos Estados Unidos para poder ter uma vida mais confortável no país. "Eu comecei a encontrar freelas malucos. Descobri que a Adriane Galisteu viria para Vegas para passar a lua de mel, então contatei a assessoria de imprensa dela para ver se eu conseguiria fazer algumas fotos para alguns veículos", relembra a jornalista em entrevista exclusiva ao Notícias da TV.

"O assessor me disse que ela estava em Las Vegas por exclusividade da revista Caras, então deixei para lá. Dois dias depois, o diretor da Caras me liga e conta que o fotógrafo contratado não poderia fazer as fotos, e pede para eu substituí-lo. Eu não sou fotógrafa, mas topei mesmo assim."

Evelyn foi surpreendida por um gigantesco set de fotografia em uma vila, preparado para uma sessão de fotos com dezenas de trocas de roupas. Ela, porém, quase não tinha experiência com a câmera, mas fingiu tão bem que todos acreditaram que ela sabia o que estava fazendo no momento.

"As fotos saíram na capa e em oito páginas da revista. A partir dali, começaram a me mandar muitos trabalhos. Durante um tempo, fiquei seguindo celebridades em Las Vegas."

Um de seus momentos mais icônicos como freelancer foi quando ela trabalhou como produtora do casamento da apresentadora Hebe Camargo (1929-2012) com um cover do cantor Roberto Carlos, com direito a sósia de Elvis Presley (1935-1977) como cerimonialista.

"Ela estava se recuperando do câncer e tinha assinado com a RedeTV!, a minha missão era fazer o casamento dela com o cover do Roberto Carlos acontecer. Fui ver vestido de noiva, buquê, carro, até a capela. O carro quebrou, e tivemos até que empurrá-lo para gravar a cena da chegada", conta, aos risos.

"Na época, ela estava bem debilitada e ainda usava peruca. Estava um baita vento, e o sobrinho dela disse que ela não poderia andar no conversível, até que o diretor me mandou colocar a roupa, prender meu cabelo e eu acabei sendo dublê da Hebe naquele dia."

De paraquedas no UFC

Autoridade no UFC atualmente, Evelyn Rodrigues descobriu o esporte por pura curiosidade. A escola de inglês que a repórter frequentava em Las Vegas ficava de frente para a academia sede do UFC.

"Por acaso, descobri que ia rolar o UFC 126, do Anderson Silva contra o Vitor Belfort, e me credenciei para saber do que se tratava. Eu estava perdida, o Belfort eu conhecia da Casa dos Artistas, mas o Anderson eu não fazia ideia de quem era. Fui conversando com os jornalistas e comecei a filmar algumas coisas. Por sorte, peguei o momento em que Belfort chama Anderson de mascarado, e isso teve grande repercussão", acrescenta.

Eu comecei, então, a ir às academias, ver os treinos, e pensei que podia investir nisso. Comecei a escrever para a revista do UFC, depois virei correspondente e fazia mil coisas ao mesmo tempo. Para cada lugar eu vendia uma coisa diferente: fotos iam para revistas de celebridades, outras matérias eram mais focadas no esporte, e aí eu fui parar na Globo.

Em 2013, Evelyn fazia reportagens sobre lutas para a Globo e, depois, entrou oficialmente para o time do canal Combate. Ela era a única correspondente brasileira em Las Vegas, mesmo sem ter experiência como repórter de TV. Acabou sendo chamada para fazer coberturas locais. "Eu comecei a entender o esporte e conseguia muitas entrevistas legais, então comecei a ganhar espaço", pontua.

A jornalista se apaixonou pelo UFC no momento em que percebeu que, para além das lutas, o esporte carrega histórias e muita humanidade. "No UFC é difícil não ter uma história de superação muito foda. Os caras saem do nada e chegam a algum lugar, e comecei a entender que meu papel seria realmente contar essas histórias, porque o esporte muda a vida as pessoas", explica.

Machismo e xenofobia

Apesar de ser um ambiente majoritariamente composto por homens, Evelyn não sentiu tanto o machismo na pele por ter construído sua carreira simultaneamente à ascensão do esporte no Brasil, mas a xenofobia por ser uma latina nos Estados Unidos foi algo que precisou superar diariamente.

"Na época que eu cheguei, o Brasil não era um mercado, então o preconceito que eu sofria era por ser latina. Os próprios atletas não sabiam muito qual era a minha, mas eles foram vendo que eu queria fazer o negócio funcionar, queria conhecer o esporte de fato", relembra.

"Eu também sou repórter, não dou minha opinião como comentarista, então não sei como seria a receptividade das pessoas se eu virasse comentarista. Mas como repórter não passei por machismo nem nada do tipo."

A jornalista pontuou que outras mulheres pavimentaram o caminho para que ela pudesse atravessá-lo sem grandes problemas. "Eu me inspirei muito nelas, porque elas estavam ali muito antes de mim, desbravando aquele matagal com facão", acrescenta.

Ela, inclusive, acredita que o UFC seja um dos únicos esportes que tenha equidade salarial entre homens e mulheres, o que é inspirador. "Elas recebem a mesma coisa, competem no mesmo lugar, no mesmo evento, têm a mesma condição de treinamento."

Evelyn espera inspirar outras mulheres a seguirem carreira, mesmo em meios tão masculinizados. "A gente trabalha muito mais duro, a gente trabalha cinco ou seis vezes mais para poder entrar. É importante não desistir, porque haverá obstáculos. Se é seu sonho, vá atrás, porque o meu deu certo e eu nem sabia que era o meu sonho", declara. "A gente também constrói sonhos ao longo da caminhada, então você pode ter novos desejos e buscá-los também."


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