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CAÇADORA DE DEMÔNIOS

Warrior Nun: Buffy da geração Z é órfã, boca suja, tetraplégica e freira

REPRODUÇÃO/NETFLIX

A atriz Alba Baptista com um colete cinza, com freiras praticando artes marciais ao fundo, caracterizada como a Ava em cena de Warrion Nun

A atriz portuguesa Alba Baptista interpreta a protagonista Ava em Warrion Nun, da Netflix

DANIEL FARAD

Publicado em 15/7/2020 - 6h51

A fórmula de um jovem escolhido por um poder divino para combater as forças do mal está longe de ser uma novidade nas séries adolescentes. Herdeira direta de produções como Buffy: A Caça Vampiros (1997-2003) e Charmed (1998-2006), Warrion Nun tenta quebrar as regras do gênero na Netflix com uma protagonista que exala diversidade --Ava (Alba Baptista) é órfã, boca suja, tetraplégica e, acredite se quiser, freira.

A primeira temporada caiu no gosto dos brasileiros e ficou na frente até mesmo de Dark no ranking de atrações mais vistas no serviço de streaming. A premissa, aliás, é bastante simples. Uma jovem tetraplégica ganha uma segunda chance ao retornar da morte após uma religiosa esconder uma relíquia da Igreja Católica em seu corpo.

Com um halo (aro de luz que circunda a cabeça dos anjos na iconografia cristã) em suas costas, a garota recupera não só o movimento de seus membros como também passa a ganhar superpoderes. Além de uma força sobre-humana, ela ainda adquire a habilidade se teletransportar.

Solta nas ruas, ela passa a correr atrás do tempo perdido que passou em uma cama em um orfanato depois da morte de seus pais no acidente que lesionou a sua coluna. Entre festas e rolês com amigos, a menina passa a ser perseguida por forças sobrenaturais até ser resgatada por um grupo de monjas armadas até os dentes.

Ela descobre assim que é a "escolhida" de uma sociedade secreta que combate o próprio demônio dentro da Igreja há séculos. Ava então se vê em dúvida entre aceitar a missão sacrossanta ou finalmente perder o "BV" e dar o primeiro beijo em J.C (Emilio Sakraya). 

REPRODUÇÃO/NETFLIX

J.C (Emilio Sakraya) e Ava (Alba Baptista) em Warrion Nun: "freira" tem par romântico na série 


Em nome de Deus

À primeira vista, Warrion Nun é feita sob medida para o público da Geração Z, os jovens que nasceram entre o final da década de 1990 e início dos anos 2000. Com 19 anos, a protagonista está justamente nessa faixa etária e traz alguns valores considerados "essenciais" por seus contemporâneos --questionadores por natureza.

Ava não só quebra a desconfiança com a temática religiosa como está a anos-luz do estereótipo da mulher cristã "bela, recatada e do lar". Voluntariosa, ela experimenta drogas lícitas e ilícitas, explora a sua sexualidade e, principalmente, tem sempre um palavrão na ponta da língua, mesmo dentro de templos sagrados, para chocar os mais conservadores.

A narrativa é rápida e sem maiores reviravoltas para quem assiste a TV com o celular na mão para xingar muito em alguma rede social do momento. Há até um suposto romance lésbico entre Mary (Toya Turner) e Shannon (Melina Matthews) para fisgar o público LGBTQ+ --o famoso queerbait.

Os resultados para a Netflix, aliás, têm sido positivos. A série vira e mexe surge entre os assuntos mais comentados do Twitter, e a portuguesa Alba Baptista tem vivido um crescimento exponencial de seguidores em seu Instagram. Se a maré continuar a favor, ela tem tudo para se tornar uma Sarah Michelle Geller para os mais "novinhos".

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