AGORA É DOUTORA
Eike Schroter/Netflix
Parker Posey em cena da segunda temporada de Perdidos no Espaço, lançada pela Netflix em dezembro
Fãs da versão original de Perdidos no Espaço (1965-1968) ficaram em choque com o anúncio de que o vilão Dr. Smith, vivido por Jonathan Harris (1914-2002), seria interpretado pela atriz Parker Posey no remake lançado pela Netflix. Mas a estrela defende a mudança de sexo do personagem, que também acompanha uma transformação no tom da atração.
"Achei essa ideia dos produtores muito louca, na verdade", diz Parker, em entrevista exclusiva para o Notícias da TV. "Não era uma mudança esperada, porque Dr. Smith é um personagem tão icônico. Mas acho que eu também não seria uma escalação esperada. A equipe está se arriscando, e eu adoro isso!", continua.
A atriz de 51 anos, de fato, não era a escolha mais óbvia para interpretar o vilão, mesmo depois de os produtores Matt Sazama e Burk Sharpless transformarem o personagem em uma mulher. É que, ao longo de sua carreira, Parker se tornou uma espécie de musa do cinema independente: ela esteve em Jovens, Loucos e Rebeldes (1993), Geração Maldita (1995), SubUrbia (1996) e Os Grandes Músicos (2003). Estar em uma superprodução em um serviço tão popular parecia fora dos seus desejos.
Mas foi justamente essa experiência e essa falta de estrelismo que saltaram aos olhos dos produtores e renderam a Parker um convite para a série da Netflix: eles viram nela uma atriz que conseguia ir da comédia escrachada ao drama sombrio, e até de misturar tudo de uma vez. Também precisavam de alguém que pudesse atuar em equipe, já que a atração espacial distribui o protagonismo entre sete atores.
"Quando você tem tanta gente junta em uma série, o trabalho precisa ser quase como o de uma orquestra. Cada um toca o seu instrumento e, de alguma maneira, tudo dá certo no fim", define a atriz.
reprodução/cbs
O ator Jonathan Harris em cena da versão original de Perdidos no Espaço: pegada cartunesca
Com duas temporadas já lançadas no streaming, a nova Perdidos no Espaço é bem mais tensa do que a versão sessentista, na qual Dr. Smith era um personagem com pegada mais cômica, extravagante, exagerado e covarde, bastante caricato.
"A coisa com vilões é que você quer ter piedade e medo ao mesmo tempo. Tem aquele lado clássico, teatral, como o Iago [antagonista de Otelo, peça de William Shakespeare], que é quem eu busquei como inspiração", justifica Parker.
"A minha Smith está quebrada, teve a família destruída. E agora ela tenta descobrir quem é, está ciente de sua capacidade de destruição e tem a certeza de que consegue o que quer por meio das outras pessoas. O divertido para mim é poder jogar com isso, porque ela também brinca. Não é puramente má, sabe?", especula.
Na construção de sua personagem, a atriz ainda teve a oportunidade de conversar com um dos atores do elenco original.
Bill Mumy, que viveu o pequeno Will Robinson na série dos anos 1960, participou do primeiro episódio como o verdadeiro Dr. Zachary Smith, que teve sua identidade roubada pela golpista interpretada por Parker, uma farsante que na verdade se chama June Harris (uma homenagem dos produtores aos atores June Lockhart e Jonathan Harris).
"É um papel muito complicado. Por sorte, os roteiros são excelentes. Então, meu trabalho principal é aprender minhas falas, memorizá-las, colocá-las no meu celular para ouvir várias vezes, e depois adicionar um pouquinho do meu tempero", diz ela.
Veja o trailer da segunda temporada de Perdidos no Espaço, já disponível na Netflix:
© 2024 Notícias da TV | Proibida a reprodução
Mais lidas
Política de comentários
Este espaço visa ampliar o debate sobre o assunto abordado na notícia, democrática e respeitosamente. Não são aceitos comentários anônimos nem que firam leis e princípios éticos e morais ou que promovam atividades ilícitas ou criminosas. Assim, comentários caluniosos, difamatórios, preconceituosos, ofensivos, agressivos, que usam palavras de baixo calão, incitam a violência, exprimam discurso de ódio ou contenham links são sumariamente deletados.