Turma da Mônica cresce e deixa gibis para trás ao entrar no Globoplay

A Turma da Mônica deu as caras no Globoplay nesta quinta (21) de um jeito que o público não está acostumado a ver nos gibis. Os personagens de Mauricio de Souza deixaram a infância para trás e encaram o início da adolescência na série para o streaming da Globo. A produção é o primeiro live-action a contar com um roteiro original, sem se basear nas graphic novels --a exemplo dos filmes Laços (2019) e Lições (2021).

"Turma da Mônica - A Série é a primeira história 100% original dessa versão live-action. Então, tivemos a oportunidade de explorar outros assuntos e temas. Já tínhamos acompanhado a jornada de crescimento nos filmes. O desafio agora era amadurecer a dramaturgia de acordo com essa nova fase: a entrada na adolescência", explica o diretor Daniel Rezende ao Notícias da TV.

"Temas como padrões a busca da perfeição e vulnerabilidade foram nossos guias nos roteiros, além das famosas perguntas: 'quem sou eu agora?' e 'devo me adaptar ao que todos esperam de mim nessa fase?', que eram ditas o tempo todo na sala de roteiro", lembrou o diretor. 

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Para Mauricio de Souza, a série foi uma forma de expandir o projeto, dar espaço para personagens já conhecidos dos gibis, mas que não tinham tido a oportunidade a aparecer tanto nos filmes. 

"É muito bom estar mais uma vez com esse elenco maravilhoso e acompanhar o crescimento e o desenvolvimento de cada um deles nesse novo projeto. A série está linda, cheia de mistério e com muita diversão. Está do jeitinho que a turma gosta, e ainda traz outros personagens, já conhecidos dos quadrinhos, como Milena, Denise e Carminha Frufu, que vão agitar ainda mais o Limoeiro", revelou.

Maurício de Sousa admite influência

Para além de relação de criador e criatura, o cartunista esteve de olho no roteiro e na montagem. Modesto, no entanto, ele garante: o grande gênio por trás das câmeras foi o diretor, não ele. "Apenas supervisionando os roteiros, sinopse, elenco, figurino e aprovação dos episódios finais", começou.

"O Daniel Rezende teve toda autonomia no trabalho, mesmo porque também foi leitor da turminha e se identifica com os personagens. Na escolha dos atores, fui acompanhando todo processo e apoiando todas as escolhas do diretor", disse. 

Para o diretor, a série exigiu mais que os filmes. "Tudo nessa série foi maior: mais personagens, mais locações, mais tempo de filmagem, mais complexidade dramatúrgica. Tivemos que filmar em duas unidades ao mesmo tempo para conseguirmos nos encaixar no período de férias escolares dos atores", revelou.

Atores mirins eternizados

A série, assim como os dois filmes já lançados, repetem o sucesso dos quatro atores principais nos papéis de Mônica (Giulia Benite), Magali (Laura Rauseo), Cebolinha (Kevin Vechiatto) e Cascão (Gabriel Moreira). A filha mais famosa de Mauricio, Monica Sousa, foi quem deu a ideia de prolongar o projeto com o grupo. 

"A Mônica Sousa nos fez a provocação de prolongar a jornada da Turma da Mônica live-action no formato série. Contamos a ideia para o Globoplay, que topou na hora. Poder acompanhar uma mesma história em vários episódios era um formato novo. Para nós, como contadores de história, nos pareceu o próximo passo", revelou Rezende.

E o diretor entrega: quando o assunto é amizade, a vida imitou a arte. "Todos os maravilhosos atores que fazem parte dessa versão live-action da Turma da Mônica se tornaram amigos para toda vida", contou.

"[Os quatro] Cresceram, mudaram, se reinventaram, assim como os seus personagens. A cada nova história da turminha que fazemos, incluímos novos personagens ou trazemos antigos que tinham aparecido apenas em participações no primeiro filme e agora voltam com mais importância", acrescentou.   

O Globoplay ainda não confirmou se pretende renovar a série para uma nova temporada.