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ANÁLISE

Talento de Naya Rivera transformou 'figurante' em uma das estrelas de Glee

Divulgação/Fox

Com um vestido azul, Naya Rivera aponta para algo fora da câmera enquanto canta em cena de Glee

Naya Rivera durante número musical de Glee em que afronta a protagonista Rachel (Lea Michele)

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 14/7/2020 - 17h37

Naya Rivera (1987-2020), encontrada morta na última segunda (13) em um lago da Califórnia, virou um dos rostos mais conhecidos da série Glee (2009-2015). Mas sua personagem, Santana Lopez, não passaria do elenco de apoio. O talento da jovem intérprete fez o papel crescer a ponto de afrontar a protagonista Lea Michele, que vivia Rachel Berry.

Santana começou Glee apenas como uma "sombra" da líder de torcida Quinn Fabray (Dianna Agron), que deveria ser a verdadeira rival de Rachel --pelo menos na disputa pelo coração de Finn Hudson (Cory Monteith). A latina era uma figurante de luxo, que sequer fazia parte do elenco fixo na primeira temporada.

Dianna, porém, nunca caiu nas graças dos produtores da série e perdeu importância assim que o golpe da barriga de Quinn foi desmascarado. Foi jogada em romances aleatórios e dramas pouco desenvolvidos (como a vez em que foi parar na cadeira de rodas após um acidente, mas voltou a andar em um milagre na formatura).

Naya, por sua vez, cresceu cada vez mais nas graças dos roteiristas e do público --já no início da segunda temporada, tinha sido promovida ao elenco fixo. Santana acabou aparecendo em quase 40 episódios a mais do que Quinn. E Naya bateu de frente com Lea Michele (na ficção e na vida real) ao roubar os holofotes para ela. Em um dos momentos mais icônicos da série, cantou Don't Rain On My Parade, música que era "tema" de Rachel, em uma audição para ser substituta da rival na Broadway.

Com uma intérprete menos talentosa, Santana Lopez não aconteceria. Afinal, a personagem era uma "bitch" (vadia) cuja língua ferina não poupava ninguém. Longe do politicamente correto, criticava da boca carnuda de Sam Evans (Chord Overstreet) ao jeito afeminado de Kurt (Chris Colfer), uma metralhadora de frases de efeito.

Ela poderia ter sido cancelada pela patrulha virtual, mas acabou divertindo por causa do ótimo timing cômico de Naya para soltar tantos impropérios. Sue Sylvester (Jane Lynch), a vilã que atormentava o coral e também não poupava ataques a ninguém que cruzasse o seu caminho, criou bem sua pupila.

O pulo do gato --ou da gata, no caso-- aconteceu com o que deveria ser uma piada momentânea, como tantas outras em Glee. Ainda na primeira temporada, Santana disse que "sexo não é sinônimo de namorar". A burrinha Brittany (Heather Morris) completou: "Se fosse, eu e Santana namoraríamos". A dupla virou queridinha da comunidade LGBTQ+, que passou a exigir uma abordagem mais profunda do affair.

Ao longo dos seis anos da comédia, Santana e Brittany (ou "Brittana", como foram apelidadas pelos fãs) tiveram uma trajetória de par romântico de novela, com rompimentos, recaídas, beijos, brigas e muito drama quando a personagem de Naya Rivera teve de se assumir para a família e foi rejeitada pela avó. No fim, celebraram seu amor em um casamento de contos de fada, com direito a felizes para sempre.

Depois de Glee, Naya atuou em cinco episódios de Devious Maids (2013-2016) e estava no elenco de Step Up: High Water, que teve duas temporadas exibidas no YouTube e cujo terceiro ano migrará para o canal pago Starz. Nenhum papel, no entanto, repetiu o sucesso que a atriz encontrou na comédia musical. Santana era a personagem certa, no momento certo, com a intérprete certa. Ficam as memórias de sua acidez, de sua vulnerabilidade e de números musicais marcantes...


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