ANÁLISE
Divulgação/HBO
Matt Smith em foto da segunda temporada de House of the Dragon; série não concorrerá ao Emmy
Grande vencedora do Emmy 2023, com 31 estatuetas, a HBO deve sofrer um baque daqueles na premiação deste ano. Agora sob o guarda-chuva de David Zaslav, executivo que assumiu a Warner Bros. Discovery em 2022 com a missão de cortar custos, o canal premium se enroscou nos próprios delírios de grandeza e corre o risco de passar batido no "Oscar da TV".
É que, de todas as cinco atrações de drama que compõem a grade atual da HBO, apenas A Idade Dourada está apta para concorrer ao Emmy 2024. Sua primeira temporada, porém, foi quase ignorada pelos votantes da Academia de Televisão --teve apenas uma indicação a melhor design de produção em série de época ou de fantasia, categoria que venceu. Parece difícil que o segundo ano se saia muito melhor agora.
A aguardada segunda temporada de House of the Dragon teve sua estreia marcada para 16 de junho --ou seja, um pouco depois do prazo limite para concorrer à premiação, 31 de maio. O épico derivado de Game of Thrones (2011-2019), portanto, precisará esperar o Emmy 2025, correndo o risco de já ter sido esquecido pelos votantes quase um ano depois.
The Last of Us e The White Lotus começaram a gravar seus novos episódios em fevereiro e devem estrear apenas no ano que vem, também ficando de fora do prêmio. Já a produção de Euphoria, enrolada nos devaneios do criador Sam Levinson e na agenda lotada de Zendaya, Jacob Elordi e Sydney Sweeney, sequer tem previsão de rodar sua terceira temporada.
Sem nenhum grande produto para inserir na corrida pelo Emmy, a HBO pode investir em As Garotas do Ônibus: Jornalistas de Campanha, produção original da plataforma Max. Mas, mesmo que o faça, não há muitas expectativas para prêmios: a série protagonizada por Melissa Benoist tem apenas 56% de aprovação no site Rotten Tomatoes, uma média considerada baixa.
Nos últimos cinco anos, a HBO reinou absoluta na premiação --só não foi a emissora mais reconhecida em 2021 (quando a Netflix levou a melhor com The Crown e O Gambito da Rainha). O canal premium foi carregado por séries como Succession (2018-2023), que venceu 19 estatuetas em suas quatro temporadas, e The White Lotus, que levou 15 troféus em duas edições.
Sem seus principais produtos nas categorias de drama, a HBO apostará suas fichas em minisséries para não sair de mãos vazias. No próximo Emmy, ela concorrerá com três atrações: Os Encanadores da Casa Branca (2023), O Regime (atualmente em exibição) e O Simpatizante (que estreia em abril e tem o brasileiro Fernando Meirelles na direção de um episódio).
A ausência da HBO promoverá uma grande mudança nas categorias de drama do próximo Emmy. Das oito séries indicadas ao quesito principal em 2023, apenas The Crown (2016-2023) poderá concorrer neste ano. Succession e Better Call Saul (2015-2022) chegaram ao fim, enquanto Andor e Yellowjackets se juntam a House of the Dragon, The Last of Us e The White Lotus na lista de produções que não têm novos episódios prontos a tempo.
A expectativa da mídia especializada é que a reviravolta forçada faça os votantes da Academia de Televisão olharem para produções novas e que não teriam tantas chances em anos de concorrência forte. São os casos de Fallout (Prime Video), The Curse (Paramount+) e O Problema dos 3 Corpos (Netflix).
As três novatas devem competir com veteranas que ainda não foram lembradas na categoria, como The Morning Show (Apple TV+), Loki (Disney+) e Slow Horses (Apple TV+), com atrações como Avatar (Netflix), Ahsoka (Disney+) e Sugar (Apple TV+) correndo por fora.
Os indicados ao Emmy 2024 serão anunciados em 17 de julho --e, até lá, muita coisa pode mudar. A entrega dos prêmios está marcada para 15 de setembro, mas a corrida já começou...
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