B.A: O FUTURO ESTÁ MORTO
REPRODUÇÃO/HBO MAX
Luan Carvalho e Giulia Del Bel em B.A: O Futuro Está Morto, série brasileira da HBO Max
Mais recente projeto brasileiro da HBO Max, B.A: O Futuro Está Morto tem chamado a atenção por se diferenciar de outras séries que colocam adolescentes como protagonistas. Mesmo pautada na revolução, os jovens se baseiam no amor para transformar, e não em raiva, sexo, drogas e rock'n'roll.
Quando uma obra coloca no centro de sua trama um grupo de adolescentes que luta contra forças opressoras de um Brasil distópico, é natural que os espectadores imaginem que a história será uma versão nacional de Euphoria ou Skins (2007-2013), já que o estereótipo do jovem problemático está totalmente enraizado no imaginário popular.
B.A: O Futuro Está Morto, porém, tenta fugir dessa representação exaustiva. "Eu acho que teve um cuidado muito grande, que já começa na criação da história do Rafael [Coutinho, autor da HQ que inspira a série]. Não queríamos criar um adolescente típico de série, sabe? Aquele adolescente depressivo, que usa drogas ou que é rebelde sem causa, porque essa é a visão dos adultos sobre os adolescentes", declara Giulia Del Bel, intérprete de LinLin, em entrevista ao Notícias da TV.
"Agora a gente olha para trás e a gente também se coloca nesse lugar assim, como se as nossas dores não fossem validadas. E não é isso que a gente quer mostrar", acrescenta a atriz.
Eu acho que existe uma referência que são os próprios secundaristas, os adolescentes autônomos que realmente fizeram uma revolução, ocuparam as escolas no Brasil e falaram 'não, aqui isso não vai acontecer. A nossa escola não vai ser fechada', e é sobre mostrar adolescentes que realmente conseguiram fazer alguma diferença.
Para ela, B.A: O Futuro Está Morto é sobre mostrar a força de uma juventude disposta a fazer a diferença. "É sobre todas as pautas que estamos discutindo hoje, esses são os adolescentes de hoje em dia. A série mostra essa força de vontade da juventude, de criar alternativas e meios para construir um futuro que não seja só uma distopia", pontua Giulia.
Intérprete de Nan, Luan Carvalho acrescenta que a leveza da série traz força para a narrativa. "A série traz uma mensagem muito importante, e mantém essa leveza e ingenuidade em um lugar bom. O que acontece com a gente quando a gente vai virando adulto na vida, né? A gente vai tendo problemas, questões, boletos para pagar e, com isso, vêm os preconceitos de todos os tipos, racismo, homofobia, e tudo isso é criado a partir da nossa vida adulta, né?", declara ele.
"Depois de muito processo que a gente passou desde criança, eu acho que a mensagem da série é essa de manter a leveza, manter essa ingenuidade, o amor. A série, inclusive, fala muito sobre amor, e não tanto sobre o sexual especificamente", explica.
"Os personagens amam uns os outros, e o amor mantém essa parceria. O negócio do B.A. é isso, ninguém solta a mão de ninguém, é todo mundo um pelo outro. Temos essa rede de amigos, família, que a gente ama por perto, e se manter amando é se manter longe de preconceitos", finaliza.
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