PRINCESA EMPODERADA
Divulgação/Netflix
A heroína She-Ra com seu visual 2018, que causou controvérsia entre fãs do desenho oitentista
O novo visual da princesa guerreira She-Ra, que volta à TV em novembro com um desenho inédito, revoltou fãs da animação dos anos 1980. O decote que revelava seios fartos foi substituído por um colete fechado, e a heroína agora usa um short por baixo da saia curta. Look bem mais apropriado para uma atração infantil. As críticas, especialmente as de homens adultos, não afetam a produtora Noelle Stevenson: "Se não gostam, não vejam".
Noelle, que ganhou fama na internet justamente pelos desenhos que compartilhava nas suas redes sociais com sua visão diferenciada para personagens de Os Vingadores e Senhor dos Anéis, prefere focar na resposta positiva que tem recebido dos fãs do que se martelar por causa das críticas _que são poucas, segundo ela.
"No escritório da produção, nós temos uma parede coberta de artes criadas por fãs, com os desenhos que eles fazem dos nossos personagens. Isso para mim é muito maior. Então, se compararmos, os críticos não são as vozes mais altas, não. E aí eu me pergunto: 'Por que damos tanta atenção para esses poucos? Por que não valorizamos mais as outras opiniões? É isso que eu estou tentando fazer", discursa.
Já a atriz Aimee Carrero, que empresta sua voz para a nova She-Ra e também tem no currículo mulheres empoderadas como a princesa Elena de Avalor, do Disney Channel, e a divertida Sofia da comédia Young & Hungry (2014-2018), detona que o público ainda sinta a necessidade de discutir os corpos das mulheres _mesmo que elas sejam desenhadas, caso da guerreira da nova animação.
"Acho incrível que estamos em 2018 e ainda continuamos falando sobre o corpo feminino. Até hoje, sério mesmo? Já não aprendemos o bastante? Isso tudo é meio chato, para ser sincera, e acho bem fácil de ignorar", completa a atriz.
Girl power
A mudança no visual de She-Ra não é a única diferença da nova versão. He-Man, irmão gêmeo da protagonista, sequer existe na produção. "Há um respeito muito grande pela história original, mas tomamos algumas liberdades. Nosso foco é na She-Ra e nas suas relações, não é sobre o He-Man. Se ficarmos presos ao original, não tem sentido fazer de novo, basta rever o que já foi feito", explica Noelle.
Sem o príncipe de Etérnia no elenco, o desenho foca em mulheres. Na primeira temporada, She-Ra e sua amiga Cintilante viajam para reunir um time de princesas para combater o mal. Entre os vilões, mais mulheres fortes, como Felina (ex-melhor amiga da protagonista) e a misteriosa Sombria. "É sobre luz e sombras, sobre buscar esse equilíbrio. Mas é principalmente sobre mulheres poderosas!", diz a produtora.
Em um momento no qual Hollywood discute o empoderamento feminino e o papel das mulheres na arte, a equipe de She-Ra torce para que o novo desenho seja uma inspiração para meninas em busca de heroínas fortes. "Estou animada para ver essas pequenas mulheres crescerem vendo a série, querendo aquele poder. Como eu tive Sailor Moon na minha infância", diz Karen Fukuhara, dubladora de Cintilante.
"Eu quero que o público sinta pelos nossos personagens aquilo que eu senti vendo o desenho dos anos 1980. Só espero que ninguém deixe de assistir por causa de um preconceito bobo [com o novo visual da heroína]. Porque She-Ra é um projeto de amor de todos nós, e eu desejo que as pessoas o amem também", encerra Noelle.
Produzida pela Dreamworks, a primeira temporada de She-Ra e as Princesas do Poder terá 13 episódios e será disponibilizada na Netflix em 16 de novembro.
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