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Supergirl

Série da prima do Superman traz heroína submissa e revolta fãs

Reprodução/CBS

A atriz Melissa Benoist olha no espelho ao vestir o uniforme de Supergirl na série homônima - Reprodução/CBS

A atriz Melissa Benoist olha no espelho ao vestir o uniforme de Supergirl na série homônima

JOÃO DA PAZ

Publicado em 17/5/2015 - 11h37

Com mais de 6 milhões de visualizações em apenas três dias, o primeiro trailer da nova série Supergirl está gerando um intenso debate sobre como a personagem, prima do Super-Homem, será retratada na produção, uma das mais aguardadas do ano, a estrear em setembro ou outubro na rede CBS. Para fãs de histórias em quadrinhos, o visual teen e o comportamento da personagem rebaixam a heroína, reafirmando clichês femininos.

O trailer mostra a atriz Melissa Benoist como Kara Zol-EL, identidade secreta da Supergirl. Ela trabalha como secretária da executiva Cat Grant (Calista Flockhart), chefe do conglomerado de mídia CatCo. O trailer mostra que Kara se presta ao papel de capacho de Cat. É uma serva dela. Além disso,a Supergirl se apresenta em um uniforme sexy, curto, e está dividida entre dois pretendentes.

O escritor Glen Weldon, autor do livro Superman: A Biografia Não-Autorizada (2012), usou o Twitter para demonstrar seu descontentamento com a série: "Típica CBS. Transformou Supergirl em uma comédia romântica ruim. Por que eles não fazem apenas uma série sobre uma personagem de história em quadrinhos?". 

Assim como Weldon, fãs protestaram nas redes socias. "Todo mundo (homens) falando mal do trailer de Supergirl. Meu lado feminista, louca, deu aquela cotovelada, né? Fui assistir. Realmente tá ruim", reforçou uma internauta. Outra fã de seriados foi além: "Realmente, não importa a Supergirl ser 'mulherzinha'. O que incomoda nesse cenário todo é a diferença de tratamento dados aos heróis e às heroínas." 

Uma das sequências que têm incomodado os fãs são as que trazem Kara no escritório. As cenas têm sido comparadas com as do filme O Diabo Veste Prada (2006), nas quais Miranda Priestly (Maryl Streep), uma chefe de uma importante revista de moda, assedia e explora a assistente Andrea Sachs (Anne Hathaway).

Outro aspecto perturbador são os diálogos clichês de uma comédia romântica. Kara fica toda extasiada ao conhecer Jimmy Olsen (Mehcad Brooks), fotógrafo que trabalhou com Clark Kent (o Super-Homem) no jornal Daily Planet. Ele será o paquera de Kara, que por sua vez estará no alvo de Winslow Schott (Jeremy Jordan), colega de trabalho dela. Está, então, formado um triângulo amoroso clássico.

Supergirl feminista

Presidente de entretenimento da CBS, Nina Tassler defende a caracterização da Supergirl. Em um seminário, ela reforçou a importância de Supergirl no contexto atual das séries de super-heróis e descreveu a personagem como "uma mulher jovem, forte e independente". A executiva acrescentou ainda que Supergirl agrega valor para a discussão sobre o papel da mulher na sociedade. “Ela representa alguém que é ousada e encara os desafios de ser uma mulher nos dias de hoje”. 

Profissionais da indústria do entretenimento discutem o espaço das heroínas na enxurrada de séries e filmes baseados em histórias em quadrinhos que são lançadas a todo instante. Na TV, a última produção sobre heroínas foi a malsucedida Birds of Prey (Aves de Rapina), que foi ao ar entre 2002 e 2003 nos Estados Unidos. Supergirl chega com a responsabilidade de preencher esse vazio.

O escritor Mike Madrid, em 2009, abordou essa questão no livro Supergirls: Moda, Feminismo, Fantasia, e as Histórias das Heroínas nos Quadrinhos. Na seção dedicada à Supergirl, ele mostra como a personagem, criada em 1958, mudou ao longo dos anos, acompanhando o que as principais forças do movimento feminista alcançavam no mundo real: sucesso profissional, independência, estabilidade, confiança sexual.


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