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REALITY Z

Produtor de BBB zumbi com Sabrina Sato detona o país: 'Já estamos no apocalipse'

Suzanna Tierie/Netflix

O produtor Cláudio Torres, Sabrina Sato e Ted Sarandos, chefe de Conteúdo da Netflix: trio de peso - Suzanna Tierie/Netflix

O produtor Cláudio Torres, Sabrina Sato e Ted Sarandos, chefe de Conteúdo da Netflix: trio de peso

LUCIANO GUARALDO, no Rio de Janeiro

Publicado em 25/4/2019 - 5h03

Escalado pela Netflix para conduzir a adaptação da minissérie Dead Set (2008), sobre um apocalipse zumbi com participantes do Big Brother, o produtor Cláudio Torres aproveitou a chance de fazer uma crítica à situação política do país. "Os brasileiros sabem que nós já estamos no apocalipse, a aparição de zumbis era uma questão de tempo. Bem, a hora chegou", disse ele, que terá Sabrina Sato como principal chamariz.

O Notícias da TV publicou em primeira mão na segunda-feira (22) que a Netflix prepara uma versão nacional de Dead Set, mas a plataforma de streaming só anunciou a novidade na noite de quarta (24), no Rio2C, maior evento do mercado audiovisual da América Latina. Para se diferenciar da original, a nova série ganhará o título de Reality Z.

Para Torres, sua atração é meio que um herdeiro da original, produzida por Charlie Brooker e Annabel Jones (dupla da premiada Black Mirror), que também vieram ao Brasil para anunciar a novidade durante o Rio2C.

"Dead Set vai ser sempre Dead Set. Acho que Reality Z é meio que um filho distante, que cresceu em uma terra estranha chamada Brasil. Acho que estamos conectados por esse senso de humor estranho", explicou o produtor da Conspiração Filmes.

Fã, mas nem tanto

Torres declarou ser fã da dupla Brooker e Annabel, mas admitiu que, quando recebeu o convite da Netflix para adaptar Dead Set, foi pego de surpresa. "Eu nunca tinha ouvido falar da minissérie. Depois que vi, voltei para a Netflix e perguntei: 'Por que vocês querem refazer isso? Ela é perfeita, é um risco muito grande refazer'", contou.

Mas a plataforma insistiu na adaptação, e seus executivos questionaram se Cláudio Torres teria alguma maneira de dar sequência à história original. "Eu menti, disse que sim (risos). E aí continuei mentindo, fui propondo algumas coisas, e eles amaram. Depois, Charlie e Annabel nos deram sua bênção e liberdade completa para criar, o que eu achei muito generoso da parte deles", elogiou.

Para Annabel, o universo de Dead Set é ainda mais atual agora do que era quando foi exibida no Reino Unido, em 2008. "É uma série que trata de voyeurismo, fama, da auto-obsessão... Mas nós fizemos isso há 11 anos, antes mesmo da palavra 'selfie' existir. Então, eu acho que ela é muito relevante", disse a produtora.

A adaptação, além de trocar os cenários frios da Inglaterra pelo Brasil --algo que Torres definiu como "uma Black Mirror tropical" --, também terá de fazer algumas concessões. Por exemplo, todas as referências ao Big Brother serão cortadas, já que no Brasil os direitos do reality estão com a Globo. Em Reality Z, Sabrina Sato será a apresentadora de Olimpo, a Casa dos Deuses, gravado no Rio de Janeiro.

Além de Sabrina, o elenco conta com Guilherme Weber, Ana Hartmann, Emilio de Mello, Carla Ribas, Luellem de Castro, Ravel Andrade e Jesus Luz. Reality Z está em processo de gravação e será lançada no ano que vem em todo o mundo.

divulgação/e4

Davina McCall morre em cena de Dead Set: ela fez o papel que será de Sabrina Sato na Netflix


Zumbis e confinamento

Dead Set é é um drama catástrofe de cinco episódios com muito sangue e tripas e que já sinalizava muitos dos elementos usados por Brooker em Black Mirror, como a crítica à tecnologia e à sociedade do consumo e o terror com pegada cômica.

A personagem principal da minissérie é Kelly (Jaime Winstone), uma assistente de produção do Big Brother que sonha em ter um cargo maior na equipe do reality, mas é vista apenas como a profissional que busca café para os chefes.

Tudo muda em uma noite de eliminação, quando começa o apocalipse zumbi e a casa onde os brothers são confinados se torna o lugar mais seguro do planeta. Depois de ver boa parte de seus colegas ser morta, Kelly entra no reality e precisa convencer os participantes, totalmente alheios ao que acontece lá fora, de que ela não é uma infiltrada pela produção --e que os zumbis não são uma prova do líder.

A versão original britânica explorou ao máximo o tema Big Brother. Como o E4, canal da minissérie, é do mesmo grupo do Channel 4, que exibia o reality na época, a equipe pode aproveitar parte dos cenários. Participantes de edições anteriores do reality também fizeram pontas na atração.

Até a apresentadora do BB, Davina McCall, foi escalada para comandar a versão fictícia --o papel dela passará para Sabrina no remake brasileiro da Netflix. Davina é transformada em zumbi logo no primeiro episódio, mas não some da trama: ela continua atormentando o produtor Patrick (Andy Nyman) e a eliminada Pippa (Kathleen McDermott) no decorrer dos capítulos.

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