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CLARICE

Negociações emperram, e série de Silêncio dos Inocentes deve ser cancelada

Divulgação/CBS

Rebecca Breeds em cena da primeira temporada Claric

Rebecca Breeds em cena da primeira temporada Clarice; série da CBS tem futuro incerto

REDAÇÃO

redacao@noticiasdatv.com

Publicado em 14/6/2021 - 15h48

Série que dá sequência aos eventos de O Silêncio dos Inocentes (1991), Clarice tem o seu futuro incerto e deve ser cancelada. Antes parte da programação da rede CBS, a atração estava na lista de produções que iriam da TV aberta para o Paramount+, mas as negociações entre a ViacomCBS e a MGM TV, que dividem os custos de produção, emperraram.

Se a ida para o streaming é pouco provável, o retorno para a TV aberta é impossível. A CBS já oficializou a sua grade de programação para a temporada 2021/2022 com novas séries e não abriria espaço para uma atração como Clarice, que teve números de audiência abaixo do esperado.

De acordo com o site Deadline, veteranos da indústria descrevem a situação da produção estrelada por Rebecca Breeds como uma das mais inusitadas por se tratar de uma série quer tinha uma segunda temporada assegurada. Com o cancelamento, cerca de 300 pessoas seriam dispensadas.

As justificativas para os problemas nas negociações não poderiam ser mais diversas. Fontes com conhecimento sobre as conversas dizem que a MGM interrompeu o que seria um acordo de boa-fé, enquanto outros envolvidos dizem que o valor oferecido pela ViacomCBS para a ida da série para o streaming foi considerado medíocre.

A saga de Clarice se tornou incerta desde que a série ficou na bolha da CBS sobre o seu futuro. Na TV aberta, era a atração da programação linear com os menores números de audiência. A audiência no Paramount+, no entanto, era considerada muito interessante.

DIVULGAÇÃO/CBS

Elenco de Clarice aguarda definição

Segundo fontes internas da MGM Television, os produtores do estúdio só ficaram sabendo da decisão da Viacom de transferir a série para o Paramount+ no dia do anúncio oficial, o que teria causado mal estar entre as partes. Títulos como SEAL Team e Evil também estavam na lista de mudança para o streaming e já foram oficializadas.

O Deadline afirma que a falta de acordo é vista por ambos os lados de maneiras diferentes. Na visão da Viacom, o Paramount+ e o CBS Studios chegaram muito próximos de aceitar todas as concessões pedidas pela MGM, mas ainda assim o parceiro não aceitou.

A taxa de licença da série teria passado de entre US$ 1,2 milhão e US$ 1,3 milhão por episódio na TV aberta, onde o modelo de negócios é baseado no financiamento do déficit, para US$ 3,8 milhões na Paramount+, que, como streamer, está mais próximo de um custo maior.

Assim como com a CBS, o acordo proposto com a Paramount+ é doméstico (apenas nos EUA), com a MGM negociando as vendas internacionais da série (MGM Television e CBS Studios dividem os lucros). Ao se tornar uma uma produção original do streaming, a atração não conseguiria mais um acordo em outros países, embora, de acordo com especialistas do setor ouvidos pela reportagem, a taxa de licença da plataforma da Viacom mais do que cobre o valor que seria atingido.

O número de episódios por temporada também teria influenciado no fracasso da negociação. O Paramount+ teria oferecido 10, enquanto a MGM teria solicitado o mínimo de 15.

Apesar do número de episódios tradicional da plataforma ser o oferecido, as outras atrações que migraram da TV aberta conseguiram oficializar uma quantidade superior. Evil já está com a segunda temporada de 13 capítulos pronta, enquanto o quinto ano de Seal Team terá 14 --os quatro primeiros serão exibidos na CBS, e o restante será exclusivo do Paramount+.

Envolvidos com a MGM também afirmam que a compra do estúdio pela Amazon não influenciou na falta de acordo com a ViacomCBS. O fato do Paramount+ ser concorrente do Prime Video não impediria que a franquia O Silêncio dos Inocentes fosse explorada em outros players, e a MGM enxerga que Clarice seria muito valorizada se continuasse em exibição na TV aberta.

Mais novidades sobre o destino da série só serão anunciadas nos próximos meses. Por enquanto, o elenco encabeçado por Rebecca Breeds e Michael Cudlitz segue com contratos em andamento.


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