Sandstorm
Reprodução/ONU
O ditador Muammar Gaddafi durante discurso na Assembléia Geral da ONU, em 2009
REDAÇÃO
Publicado em 10/4/2018 - 13h18
A Amazon fará uma série sobre a vida do ditador líbio Muammar Gaddafi (1942-2011), que imitará a estrutura de Narcos, da rival Netflix. Intitulada de Sandstorm (Tempestade de Areia), a produção vai misturar ficção com imagens reais para contar como um garoto pobre, filho de um beduíno, governou a Líbia por 42 anos e foi morto em uma onda de protestos.
Ainda sem data prevista de estreia, Sandstorm terá roteiros de Carter Harris (de Bloodline e Friday Night Lights) e direção do egípcio Mohamed Diab (do filme Clash, destaque no Festival de Cannes). O drama será uma coprodução da O3 Productions (voltada a produções do mundo árabe) e da Anonymous Content, a mesma por trás de sucessos como 13 Reasons Why, Mr. Robot e True Detective.
A ideia inicial é mostrar todo o período de Gaddafi no poder, assumido aos 27 anos de idade. A trajetória do líder tem idas e vindas que rendem bons episódios. A princípio, ele era um idealista e chegou a ter apoio da CIA (a central de inteligência norte-americana). Anos depois, foi chamado de "cachorro louco do Oriente Médio" pelo então presidente Ronald Reagan (no cargo entre 1981 e 1989).
O ocidente sempre viu Gaddafi com desconfiança. Era um ditador de um país rico em petróleo e pouco habitado, acusado de crimes contra humanidade. Esbanjava riqueza em seus trajes e tinha várias peculiaridades, como contratar mulheres para serem seguranças particulares _segundo as más línguas, ele tinha muitas taras.
Em 2011, uma onda de protestos tomou conta do mundo árabe contra regimes ditatoriais na região. As revoltas populares entraram para a história como Primaveram Árabe. Alguns líderes, como os de Egito e Tunísia, deixaram o poder sem resistir. Mas Gadaffi não abriu mão e só saiu morto, por uma ação militar da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em conjunto com combatentes líbios.
Novo rumo
A Amazon mira em séries de apelo global e Sandstorm se encaixa perfeitamente neste modelo, por trazer uma figura conhecida, controversa e com uma boa história.
Nessa mesma toada, vem aí uma megaprodução baseada em Senhor dos Anéis, franquia de sucesso no cinema, vencedora do Oscar. A rival da Netflix abriu o cofre e vai gastar mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,4 bilhões) no drama fantasioso.
Para abrir espaço a esses e outros novos projetos, a Amazon fez uma limpeza caprichada em casa e cancelou até Mozart in the Jungle, série vencedora de dois Globos de Ouro. Atrações menos prestigiadas, como One Mississipi, I Love Dick, Hand of God e Jean-Claude Van Johnson, também receberam a foice.
O catálogo da Amazon ainda tem atrações interessantes, como a intrigante The Man in the High Castle e a popular Bosch. Além da atual vencedora do Globo de Ouro de melhor comédia, The Marvelous Mrs. Maisel, uma das favoritas ao Emmy deste ano.
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