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IRMANDADE

Ficção ou realidade? 'PCC da Netflix' ganha apoio de presos de verdade

Fotos: Aline Arruda/Netflix

Lee Taylor, Seu Jorge e elenco de apoio em cena de rebelião de Irmandade, nova série nacional da Netflix

Seu Jorge (à frente) interpreta o líder da Irmandade, facção criminosa que dá nome à nova série da Netflix

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 24/10/2019 - 5h14

Série que mostra os primeiros passos de uma facção criminosa similar ao PCC (Primeiro Comando da Capital), Irmandade contou com "figurantes" que entendem muito do assunto. Prisioneiros de verdade adotaram o grupo fictício como se fosse real e até gritaram palavras de apoio a ele durante as gravações no presídio onde cumprem pena.

Parte da nova atração nacional, que chega à plataforma de streaming nesta sexta (25), foi rodada em um setor desativado da Penitenciária Estadual de Piraquara, na Grande Curitiba. O pavilhão ao lado, porém, ainda funcionava normalmente.

"Os presos podiam nos ver pela janela. E eles gostaram da Irmandade, ficavam gritando o nome da facção fictícia, tivemos uma interação muito única aí", conta Pedro Morelli, criador da série, da qual também é diretor e roteirista.

As cenas no presídio servem como ponto de apoio para a jornada da protagonista, Cristina (Naruna Costa). Advogada em início de carreira no Ministério Público, ela é demitida do órgão em 1994 por causa de uma fraude. Acaba se associando ao detetive Andrade (Danilo Grangheia), que dá a ela uma missão: se infiltrar na Irmandade e desmanchá-la por dentro, entregando os cabeças da operação.

O problema é que um dos líderes da facção criminosa é Edson (Seu Jorge), irmão mais velho da mocinha, preso duas décadas antes por porte de drogas --e Cristina se culpa por ter denunciado o parente ao pai, que acabou chamando a polícia.

Cristina (Naruna Costa) conversa com Edgar (Seu Jorge) em cena no presídio de Irmandade

Dividida entre a ética e os laços familiares, a advogada se afunda cada vez mais nos problemas da facção, e sua lealdade é testada tanto pela polícia quando pela Irmandade o tempo todo. A jornada é valorizada por sua intérprete.

"Eu acho linda a desconstrução da moral que é feita na série. Você percebe que não dá para ser igual, porque a sociedade é desigual. O que eu faria no lugar da Cristina? Essa pergunta ressoa até hoje em mim", diz Naruna, que tem no currículo papéis menores em novelas como Tempos Modernos (2010) e Deus Salve o Rei (2018).

História 'encomendada'

A ideia de fazer uma série sobre facções criminosas partiu da própria Netflix, que procurou Morelli com uma lista de temas que o streaming desejava abordar. Como já se interessava pelo assunto, o produtor uniu o útil ao agradável e topou o desafio.

"Acho que a abordagem mais esperada e menos bacana para o tema seria mostrar um policial investigando uma facção. Outra opção seria fazer algo focado no líder dos criminosos. Mas nenhuma dessas ideias me atraía muito. Achei interessante ter uma mulher como protagonista, fugir um pouco do óbvio", diz Morelli.

O cineasta por trás de Entre Nós (2013) e Rua Augusta (2018), porém, rejeita as comparações da sua facção fictícia com o PCC, apesar de as duas terem origens bem parecidas. "Irmandade não é inspirada em nenhuma facção específica, pegamos coisas de várias diferentes para criar algo nosso", resume.

A primeira temporada da série tem oito episódios. O elenco fixo conta ainda com Hermila Guedes (Segunda Chamada), Lee Taylor (A Dona do Pedaço), Wesley Guimarães (Tungstênio) e Pedro Wagner (Onde Nascem os Fortes).


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