The Feed
Imagens: Reprodução/Amazon
Michelle Fairley, ex-GoT, em The Feed; esse é o ponto de vista de quem assiste a um vídeo no mundo da série
JOÃO DA PAZ
Publicado em 5/12/2019 - 5h12
Com personagens que acessam a internet apenas pelo pensamento, por ter chips inseridos nos neurônios, a série britânica The Feed é o drama futurista da Amazon que assusta pela proximidade com a realidade. Com uma história que mistura elementos das consagradas Black Mirror (Netflix) e Years and Years (HBO), essa nova série chega para causar medo.
Em uma era na qual as pessoas vivem conectadas e mais de 5 bilhões de pessoas no mundo todo têm acesso a um smartphone, não é exagero crer que o futuro apresentado por The Feed é muito provável de se concretizar.
O nome da série é o mesmo de uma empresa, A Fonte (pela tradução da Amazon), que criou a tecnologia surreal na qual um humano vira um celular ambulante. Uma ligação, uma foto e um vídeo estão a um pensamento de distância.
Acha isso muito Black Mirror? Pense de novo e tenha em mente (com o perdão do trocadilho) que na nossa realidade há estudos em andamento, encabeçados pelo excêntrico bilionário Elon Musk, para colocar implantes neurais em pessoas tetraplégicas. Com esse dispositivo, o usuário com esse chip teria a capacidade de acessar smartphones ou computadores apenas usando a mente.
Tal avanço tecnológico foi destaque em Years and Years. Nessa série, também britânica, o apetrecho mirabolante transformava uma pessoa em transumana, que era capaz de literalmente tirar uma foto com um piscar de olho e fazer uma ligação usando somente a ponta dos dedos, naquele gesto usual do hang loose. Em The Feed, o usuário da Fonte consegue um retrato do mesmo jeito, com uma piscadela.
O ator Shaquille Ali-Yebuah em The Feed; desconexão ao vivo para ganhar likes e dinheiro
The Feed, que vem com uma pegada generosa de drama familiar, é baseada em um livro homônimo de Nick Clark Windo. Mas a primeira temporada, composta de dez episódios e disponível no Prime Video desde o último dia 22, abordou apenas 14 páginas da obra, segundo a atriz Nina Toussaint-White em entrevista para o site The Hollywood Reporter.
A série trata de muitos problemas que a sociedade moderna experimenta, como o vício em redes sociais e internet. Como o chip da Fonte está inserido no corpo, interligado no sistema nervoso, o usuário que vive online fica viciado a um ponto que, se tentar se desconectar, passa mal, como se tivesse uma convulsão. Soltar um vídeo online com essa reação quase mortal rende likes. Parece familiar?
Em contrapartida, surgem os rebeldes, pessoas tidas como excêntricas que escolhem ficar desconectadas e ter uma vida considerada "normal", mesmo com o chip instalado dentro do cérebro. É um choque para quem se acostuma a usar a Fonte para tudo e não consegue nem escrever ou cortar uma cebola offline.
Quem está por trás dessa empresa que vendeu a inovação para quase todos os países do mundo é o sinistro Lawrence, vivido pelo excelente David Thewlis (que já foi um ótimo vilão em Fargo). Ele é o cabeça de tudo, o mentor de uma ferramenta que em tese veio para melhorar a comunicação e salvar vidas.
A face pública da companhia é a mulher de Lawrence, a diretora-executiva Meredith (Michelle Fairley, a Catelyn Stark de Game of Thrones). É ela quem dá para o público as notícias desagradáveis.
A principal delas, que transcorre durante toda a temporada de estreia, é uma invasão que ocorre na Fonte e que deixa todos os usuários fora de si por poucos segundos. Existe um grupo que age contra a empresa e é suspeito de armar esse ataque.
Ainda por cima, há outro agravante. Pessoas aparentemente sãs e inocentes agem enlouquecidamente ao redor do mundo como assassinos, capazes de matar e arrancar o próprio olho direito após terem a visão escurecida e dores de cabeça.
Lawrence investe para descobrir quem planeja esses atos, pois é como se uma outra pessoa possuísse um estranho usando falhas no sistema da Fonte. Tudo para causar medo na população e chamar a atenção para os perigos dessa tecnologia.
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