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LOUCURA?

Do bebê diabo a Renata Lo Prete, série do Notícias Populares explica caos do Brasil

DIVULGAÇÃO/CANAL BRASIL

A atriz Luciana Paes caracterizada como Paloma segurando dois jornais impressos na série Notícias Populares, do Canal Brasil

Paloma (Luciana Paes) com edições do Notícias Populares; série mistura ficção com realidade

DANIEL FARAD

vilela@noticiasdatv.com

Publicado em 29/9/2023 - 10h00

O jornal Notícias Populares já não circula há duas décadas, mas ainda segue no imaginário do povo. A série homônima do Canal Brasil, que estreia nesta sexta (29), captura não só a nostalgia de quem acompanhou reportagens como a do Bebê Diabo. Os episódios também ajudam a explicar um pouco da realidade, às vezes bastante surreal, do país.

A produção acompanha Paloma (Luciana Paes), que chega à Redação após anos como correspondente em Paris de um jornal que se leva muito a sério. O papel é fictício, mas a atriz se inspirou em profissionais da vida real para criar esse palimpsesto.

"A personagem é uma junção de várias pessoas, porque no processo de ensaio a gente queria entender quem seria o Ovni [Objeto Voador Não Identificado] dentro do Notícias Populares hoje?", explica o diretor Marcelo Caetano ao Notícias da TV.

Eles chegaram à figura de Renata Lo Prete, que apresenta o Jornal da Globo, para representar a profissional de grande credibilidade que se vê em meio à loucura não só do Notícias Populares, mas da própria realidade brasileira.

"A gente tirou muito dessa brincadeira de imaginar a Renata trabalhando dentro da Redação do NP para construir a Paloma", acrescenta ele, que também foi buscar na televisão as referências para Rata (Bruna Linzmeyer).

Rata é uma jornalista que disputa os furos mais espetaculares com Paloma, ainda que não use dos meios mais éticos para obtê-los. "Nós assistimos muita Sonia Abrão, vimos o Aqui Agora [1991-1997] e até a Andrea Caracortada [Victoria Abril, que vive uma apresentadora um tanto exagerada no filme espanhol Kika, de 1993]", complementa.

DIVULGAÇÃO/CANAL BRASIL

A atriz Bruna Linzmeyer como Rata na série Notícias Populares

Rata (Bruna Linzmeyer) em entrevista

Experiência coletiva

Um dos criadores da série, André Barcinski explica que também quis resgatar uma experiência que acabou se perdendo com o digital. Ele lembra que, nos anos 1990, o consumo de notícias ainda era algo "coletivo" --e não tão individualizado e solitário como hoje.

"O Notícias Populares não tinha assinantes; pelo contrário, sobrevivia por meio das vendas. As pessoas liam o jornal na banca ou a caminho do trabalho. Elas estavam no meio da cidade, do barulho", ponderou ele, que se inspirou na própria juventude:

Eu me lembro de comprar o NP antes de ir para a escola, e toda a garotada ler junto no fundo do ônibus. É uma experiência cada vez mais rara. Quem não pôde ler o original vai fazer isso assistindo à série.

Fake news?

André Barcinski e Marcelo Caetano ainda argumentam que, por mais sensacionalista que fosse na abordagem, o Notícias Populares não fazia parte da indústria das fake news.

Por diversas vezes, reportagens ganhavam ainda mais asas nas imaginações dos leitores --e até de quem vivia fora de São Paulo. As reportagens sobre a gangue dos palhaços, que sequestravam crianças em uma Kombi branca, ultrapassaram o jornalismo para virar lenda urbana.

"Se o NP existisse até hoje, talvez não tivéssemos tantas notícias falsas. Porque ele chegava nas pessoas no sentido de emocionar, deixando aquela dúvida: é verdade ou não?", aponta Barcinski.

A série Notícias Populares estreia nesta sexta-feira (29), às 22h30, no Canal Brasil, com um novo episódio toda semana. A produção também estarão disponível no pacote + Canais do Globoplay.


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