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DALLAS JENKINS

Diretor de Jesus do SBT fez vaquinha para série e nunca viu tramas bíblicas da Record

Divulgação/Angel Studios

Caracterizado como Jesus, Jonathan Roumie ergue o braço direito enquanto discursa entre seguidores

Jonathan Roumie interpreta Jesus na série Os Escolhidos, que será exibida pelo SBT em breve

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 1/9/2023 - 7h00

Anunciada como nova arma do SBT na briga pela audiência, a série The Chosen: Os Escolhidos é um caso raro no audiovisual norte-americano. Sem conseguir emplacar um projeto sobre a vida de Jesus Cristo entre os grandes estúdios, o diretor e roteirista Dallas Jenkins fez uma vaquinha virtual para financiar a produção. Arrecadou mais de US$ 10 milhões (R$ 49,3 milhões, na cotação atual) só para tirar a primeira temporada da gaveta.

No terceiro ano, Jenkins decidiu inovar: lançou os dois primeiros episódios nos cinemas norte-americanos em novembro do ano passado, antes de serem disponibilizados gratuitamente no aplicativo desenvolvido para a série. O resultado? O "filme" faturou US$ 14,6 milhões (R$ 72,1 milhões) nas bilheterias. Ele chegou nesta quinta-feira (31) às telonas brasileiras, onde a  grande população cristã deve ajudar a repetir o sucesso no exterior.

O Brasil, aliás, entrou no radar de Jenkins logo que ele lançou Os Escolhidos, em 2019. Afinal, sua equipe divulgou a produção como a primeira adaptação da vida de Jesus em uma série de múltiplas temporadas. Ali, ele tomou conhecimento das tramas bíblicas da Record. "Eu ainda não assisti às novelas brasileiras, mas me contaram que elas existem. Mas ainda somos a primeira série com várias temporadas (risos)", diz Jenkins ao Notícias da TV.

"Desde o começo, não possuíamos muito dinheiro para o marketing, mas nossas redes sociais sempre tinham comentários em português, muitas mensagens de 'obrigado'. O Brasil é nosso maior mercado, tirando os Estados Unidos. Recebemos bastante apoio, até de pessoas que não são religiosas, mas que gostam das histórias. Elas já viram a estátua gigante [do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro] e agora estão vendo Jesus humano, sem ser uma estátua, e seus discípulos fora dos vitrais das igrejas."

Em conversa exclusiva com a reportagem, durante sua passagem pelo Brasil para promover a estreia de Os Escolhidos nos cinemas, Dallas Jenkins aponta que vê o esquema de financiamento coletivo como uma alternativa para produções audiovisuais que fogem do lugar-comum. "Acho que vai acontecer cada vez com mais frequência, mas seria irresponsável de minha parte fazer as pessoas pensarem que é um processo fácil. Não é!", ressalta.

É difícil quando você precisa pedir para que as pessoas doem dinheiro, porque na maior parte das vezes você não tem nada pronto para mostrar. Eu tinha feito um curta na minha igreja, que empolgou o público e ajudou na hora de as pessoas investirem. Nunca vai se tornar a única maneira de produzir, mas é um processo que te dá mais controle sobre o produto, sem dúvida.

reprodução/instagram

Dallas Jenkins brinca com Jonathan Roumie nos bastidores

Para Jenkins, o diferencial de Os Escolhidos é pegar as histórias bíblicas e as parábolas de Jesus, que boa parte do mundo já conhece, e contá-las sob perspectivas diferentes. "Na Bíblia, as passagens são pequenas: 'Jesus fez isso, Jesus disse aquilo'. Não tem um contexto. É divertido olhar essas histórias, pegar a cultura da época, e preencher as lacunas", justifica.

"Nós seguimos fiéis à mensagem, mas construímos o passado com muita pesquisa, muita cultura e muita imaginação também. Você já ouviu a história outras vezes, mas ela fica mais empolgante quando tem outra perspectiva. É como Titanic [1997], você conhece o final, mas quer ver o desenrolar. As pessoas sempre me dizem: 'Mal posso esperar para ver como Os Escolhidos vai contar tal milagre!'", conta o diretor e roteirista.

Curiosamente, Dallas Jenkins não planejava que sua carreira de cineasta iria levá-lo para as histórias religiosas. Ele começou trabalhando em produções "seculares" (ou seja, sem relação com a Bíblia). Mas a fé falou mais alto, e ele não pôde negar seu chamado. "Minha mulher ficou até envergonhada quando eu fiz a transição, ela não queria que eu fizesse Os Escolhidos", admite.

"Mas todo cineasta se torna melhor quando conta histórias que mexem com ele, quando é autêntico ao seu coração. Quando eu comecei a fazer produções religiosas, minha obra ficou muito mais popular. Inclusive com o público que não é religioso, porque não é uma série pregadora. Mesmo que você não acredite que Jesus é o filho de Deus, você pode gostar da mensagem, da história que estamos contando."

Os Escolhidos ainda não tem previsão de estreia no SBT. A primeira temporada da série está disponível para clientes da Netflix e também do Globoplay, para assinantes do pacote + Canais ao vivo. Ainda é possível assistir à série gratuitamente no app The Chosen, dublada e legendada em português.


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