Nem 3%
Divulgação/The CW
De ascendência porto-riquenha, Gina Rodriguez faz Jane The Virgin, que termina após a 5ª temporada
REDAÇÃO
Publicado em 11/9/2018 - 13h18
Não há grupo étnico tão mal representado na TV dos Estados Unidos como o das mulheres latinas. De acordo com o relatório anual sobre representatividade feminina em séries e realities, divulgado nesta terça-feira (11) pela Universidade de San Diego, elas são apenas 135 personagens com fala em um universo de 4.833 homens e mulheres nas mais de 500 atrações exibidas entre setembro de 2017 e maio deste ano. Representam apenas 2,8% do total.
"Latinas são a etnia mais sub-representada [na TV], se comparadas com a representatividade delas na população americana", disse Martha Lauzem, diretora-executiva do Centro de Estudos da Mulher no Cinema e TV, divisão da Universidade de San Diego que realiza esse levantamento. Segundo dados do próprio governo dos EUA, a cada cinco mulheres americanas, uma é latina.
A pesquisa compilou personagens de atrações da TV aberta, paga e de plataformas de streaming. Em comparação com o relatório do ano passado, apenas um dado foi positivo: personagens latinas com fala cresceram de 5% para 7%. Mas ainda é pouco, aponta o levantamento.
O dado mais desencorajador mostra que a porcentagem de mulheres com fala caiu da temporada 2017-2018 para a passada: foram 40%, contra o número recorde de 42% do ano anterior.
Como mudar esse quadro? Além de apresentar números que corroboram a irrisória participação de latinas em séries, a pesquisa aponta soluções. Séries com mulheres na criação ou como showrunners têm mais mulheres no elenco protagonista do que aquelas comandadas por homens: 47% contra 38%.
"Esses indivíduos [produtores] têm em mãos o poder de fazer com que o telespectador veja mais personagens femininas", comentou Martha. "E eles também têm a condição de contratar mulheres para trabalhos importantes atrás das câmeras, como roteiristas e diretoras."
Séries com criadoras contam com uma sala de roteiristas formada por 45% de mulheres (contra 16% das produções feitas por homens). Da mesma maneira, elas contratam mais diretoras, 27% (as criadas por um produtor têm em média 13%).
Dramas e comédias com personagens latinas protagonistas ou no mínimo com papel de coadjuvantes podem ser contadas nos dedos. Uma das mais emblemáticas é One Day at a Time (Netflix), com uma história genuinamente latina, assim como Jane The Virgin (Lifetime) e Vida (inédita no Brasil), série do canal Starz.
Vale destacar, claro, A Rainha do Sul (Netflix), que tem a brasileira Alice Braga na pele de uma traficante mexicana. Outra grande atração da TV, Orange is the New Black (Netflix) sempre abriu espaço para latinas entre suas prisioneiras.
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