MARÍA MARTA
REPRODUÇÃO/YOUTUBE
María Marta Belsunce (1952-2002) e Laura Novoa caracterizada como a socióloga na série da HBO Max
Um crime sem solução que chocou a Argentina em 2002 --e virou documentário da Netflix em 2020-- chega neste domingo (17) à HBO Max em forma de série de ficção. María Marta - O Assassinato no Country Clube revive a tragédia e os mistérios que cercam o crime que vitimou a socióloga María Marta García Belsunce (1952-2002).
Baseada na investigação do caso, a produção reconta a história da mulher que foi encontrada morta na banheira de sua casa, localizada no bairro Carmel Country Club, na cidade de Pilar, região metropolitana de Buenos Aires.
A versão inicial dos fatos indicava que a causa da morte de María Marta teria sido um acidente doméstico. Contudo, cerca de um mês depois, o corpo foi exumado, e a autópsia encontrou cinco disparos de uma arma calibre 32 no crânio da socióloga.
A reviravolta surpreendeu o público, pautou toda a imprensa argentina e Carlos Carrascosa, marido de María Marta, tornou-se o principal suspeito. A polícia também seguiu outras linhas de investigação, mas Carrascosa foi preso e condenado à prisão perpétua. Após mais de sete anos de reclusão, o agente financeiro foi absolvido pela Justiça argentina.
Contudo, para uma parcela dos argentinos, Carrascosa é o culpado pela morte da mulher. Jorge Marrale, ator que interpreta o marido de María Marta na série, conta ao Notícias da TV que enfrentou um "exercício duro" para retratar a pressão enfrentada pelo viúvo.
"Quando a opinião pública te julga, você está condenado para sempre. O Carrascosa não é um verborrágico que fala com a imprensa o tempo todo. Ele não se ocupou em falar ao mundo: 'Sou inocente'. O que, de alguma forma, também fez com que as pessoas, acostumadas com os verborrágicos, a uma defesa mais explícita, dissessem: 'Bom, parece que esse cara pode ser [o assassino]'", opina Marrale.
Pensar em uma pessoa, não um personagem, que tem que viver isso durante toda a sua vida é um calvário. Foi um exercício duro, mas que parece valer a pena.
Ao longo de duas décadas, a morte segue coberta de mistérios e permanece no imaginário dos argentinos. Além da série ficcional da HBO Max, este crime também serviu como base para o documentário Quem Matou María Marta? (2020), da Netflix.
Na outra ponta da trama, os roteiristas tinham o desafio de escrever uma série de ficção que já tinha início, meio e fim determinado --similar ao que ocorreu com a equipe de Inventando Anna, da Netflix.
Martín Méndez, roteirista de Maria Marta, enxerga esse voo limitado à imaginação com uma perspectiva positiva: "Do ponto de vista dramatúrgico, por assim dizer, sempre é um lindo desafio, porque temos material à disposição para imaginar como esses personagens falam. Muitos deles, basta ir ao YouTube para escutá-los, ver quais palavras usam. Depois, existe um vasto material nos jornais, as declarações estão gravadas lá também".
Também tem a direção para ter uma referência, e o desafio talvez seja como sintetizar isso nas cenas, porque tem tanto material, então como ser preciso em cada cena para que a ação avance sem perder de vista que é uma ficção, não deixa de ser entretenimento no bom sentido, sem banalizar.
"Um gênero como o policial, o thriller, tem suas regras, mistérios e enigmas. Temos que jogar uma informação e recuperá-la mais na frente. Jogar com uma ambiguidade constante. Os episódios tinham finais com certos ganchos, cliffhangers como os gringos dizem. Tudo isso está dentro do nosso trabalho", reforça Méndez.
Maria Marta - O Assassinato no Country Clube estreia neste domingo (17) na HBO Max. Confira o trailer:
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