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30 ANOS DE SEINFELD

Como a Elaine de Seinfeld fez uma revolução sexual na TV dos anos 1990

Imagens: Reprodução/NBC

Julia Louis-Dreyfus viveu a Elaine em Seinfeld; sete indicações ao Emmy enquanto fazia revolução na TV - Imagens: Reprodução/NBC

Julia Louis-Dreyfus viveu a Elaine em Seinfeld; sete indicações ao Emmy enquanto fazia revolução na TV

JOÃO DA PAZ

Publicado em 30/6/2019 - 5h58

Em uma época na qual o estereótipo da mulher domesticada predominava nas séries de TV, surgiu a incomparável Elaine Benes (Julia Louis-Dreyfus), sexualmente empoderada em Seinfeld (1989-1998), comédia que completa 30 anos no próximo dia 5. A personagem abriu espaço para uma nova narrativa feminina, atualmente vista em profusão em atrações que vão de Fleabag a Broad City (2014-2019).

Única mulher entre os protagonistas da série, sempre cercada pelos três amigos homens, Elaine mostrava ser segura de sua sexualidade e falava sobre tudo: masturbação, coleção de namorados, métodos anticoncepcionais... Isso sem precisar aparecer seminua em uma cena ou em relações sexuais embaixo dos lençóis. No máximo, ela era mostrada na cama no pós-sexo.

Elaine é a maior namoradeira da história da TV americana, com 56 relacionamentos na sua lista, à frente até mesmo da fogosa Samantha (Kim Cattrall) de Sex and the City (1998-2004). Tanta experiência e diversidade deu ao telespectador a oportunidade de testemunhar diversas facetas da personagem, e aprender com elas.

Mesmo nos assuntos mais masculinizados, Elaine não gostava de ficar de fora e queria tratamento igual aos homens. Tal postura rendeu um dos melhores episódios de Seinfeld, chamado The Contest (A Competição), no qual os três amigos dela fizeram uma aposta para saber quem conseguiria ficar mais dias sem se masturbar. A cota de entrada no concurso era de US$ 100.

Presente na hora da brilhante ideia, Elaine queria participar da aposta também. Em um primeiro momento, os rapazes a rejeitaram, argumentando que a fisiologia da mulher é diferente e ela sairia em vantagem. Após um acalorado debate, eles aceitaram a entrada de Elaine --mas ela teria de pagar mais na brincadeira: US$ 150.

Ela foi a segunda a ceder à tentação, atraída por John F. Kennedy Jr., seu crush de academia. George Costanza (Jason Alexander) foi o vencedor do concurso.

Incrédulos, George (Jason Alexander) e Jerry (Jerry Seinfeld) observam Elaine pagar aposta

Sem freio, Elaine não tinha vergonha de tocar nos assuntos mais íntimos com seus amigos. Certa vez, ela estava com Jerry (Jerry Seinfeld) e uma paquera do comediante ao seu lado, chamada Marla (Jane Leeves), e desembestou a falar sobre um mico que pagou ao deixar seu diafragma cair da bolsa no meio de uma festa.

"Grande coisa! Eu ando com meu diafragma, quem não anda?", falou Elaine, sem cerimônias. "Nunca se sabe quando vai precisar", arrematou. O detalhe é que a colega de Jerry, que ouviu toda a história, era virgem e ficou toda embaraçada.

Esponja do sexo

Se tinha uma coisa em que Elaine investia tempo e carinho era em seus métodos anticoncepcionais. Não podia ser qualquer um, como ela deixou claro para Kramer (Michael Richards) quando ele ofereceu camisinhas coloridas, daquelas altamente suspeitas. O que Elaine gostava mesmo era de uma esponja contraceptiva, uma "paixão" que rendeu outro episódio maravilhoso.

Em The Sponge (A Esponja), Elaine entrou em desespero ao descobrir que a bendita esponja sairia do mercado. Ela, então, fez uma varredura em todas as farmácias possíveis e estocou caixas e mais caixas do produto em casa. Isso a levou a ser muito criteriosa com os parceiros merecedores da esponja, fazendo até entrevistas para ver quem realmente era digno do método anticoncepcional tão badalado.

Elaine dizia que o boy David Puddy (Patrick Warburton) "exalava uma sexualidade selvagem"

Elaine também transava com um cara só porque o sexo era bom. O parceiro chamado David Puddy (Patrick Warburton), era burro, mas ela não conseguia largá-lo. A mulher também arranjou um acordo de sexo sem compromisso com Jerry --os dois já tinham sido namorados no passado.

Tanta libertinagem a fez ficar mal vista no trabalho, julgada por uma mulher mais velha que temia pegar germes de Elaine porque ela saía com muitos homens. Desaforada, Elaine a confrontou, não admitiu a afronta e deu piti, esfregando o teclado da colega na bunda e tossindo na maçaneta da porta da sala dela. 

O coito para Elaine era vital, quase uma questão de vida ou morte, e acabou entrando para a história das séries com uma jornada revolucionária de uma personagem. Transar a deixava mais esperta e inteligente. Isso ficou claro quando ela fez uma greve de sexo até seu namorado passar em um teste e virar médico, período no qual ela perdeu todos os sentidos de esperteza e sagacidade.

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