Com nu em minissérie gay, ator transforma papel pequeno em fenômeno virtual

Há uma máxima no show business de que "não há papéis pequenos, apenas artistas pequenos". A frase, atribuída ao ator e diretor russo Constantin Stanislavski (1863-1938), poderia ser um mantra para David Tomlinson. O canadense de 27 anos participa apenas do primeiro episódio da minissérie Companheiros de Viagem, mas chamou tanto a atenção que virou um fenômeno na internet.

Tomlinson interpreta Eddie Kofler na atração criada por Ron Nyswaner (indicado ao Oscar pelo clássico Filadélfia). Logo de cara, ele aparece em uma sequência intensa de sexo com o protagonista, Hawk (Matt Bomer). Seu nu frontal causou furor online, especialmente entre o público gay. O resultado? Ele atualmente acumula 85 mil seguidores no Instagram.

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"Eu nunca tinha vivido nada parecido. É curioso porque é um papel menor, mas as pessoas parecem ter gostado muito do personagem. Elas me procuram nas redes sociais, me mandam mensagens desde que o episódio foi ao ar, acho que se identificam com o Eddie", conta o ator ao Notícias da TV.

Depois da transa (a primeira de várias sequências quentes que embalam todos os episódios de Companheiros de Viagem), Eddie parece desenvolver sentimentos por Hawk. Mas o protagonista não só faz questão de rejeitá-lo com requintes de crueldade como ainda o despacha para o abate para salvar a pele de um colega político --a história da atração começa em 1952, quando a homossexualidade ainda era crime nos Estados Unidos.

"Acho que essa vulnerabilidade que o Eddie demonstra chamou a atenção dos telespectadores, não sei se esse público também já se sentiu usado ou diminuído pelas pessoas com quem se relacionaram ou ficaram", aponta Tomlinson, que admite se identificar com o personagem nesse aspecto: "Acho que todo mundo já se envolveu com alguém que só queria uma coisa de você".

O ator afirma não se importar com a nudez, desde que ela tenha um propósito. "O Ron me disse que a cena era importante, porque serve de transição para a vida de mentira que o Hawk leva nos anos 1980, com uma esposa e filhos, e depois o público pode ver quem ele é de verdade [na cama com Eddie]. Aquilo revela o que ele é capaz de fazer para se dar bem na carreira."

"Quando eu li o episódio completo, pensei: 'Essa é uma história ótima, o roteiro, o contexto, tudo é excelente'. Aquilo mexeu comigo de um jeito que não tinha como eu não fazer", elogia ele, que valoriza o trabalho da equipe: "Tenho certeza de que a série vai ganhar muitos prêmios".

"E todo mundo fez com que eu me sentisse muito confortável na hora de gravar. A gente ensaiou algumas vezes e depois rodou. Matt Bomer é um cara incrível, uma das pessoas mais simpáticas com quem já trabalhei, me deixou muito à vontade e eu adorei contracenar com ele."

David Tomlinson também não tem do que se envergonhar: é evidente que ele é cliente assíduo da academia e cuida bastante do corpo. Não por acaso, foi parar na atuação após uma tentativa (frustrada) de ser modelo fitness. "Eu odiava aquilo, não era para mim (risos). Mas minha agência conseguiu um primeiro teste para um filme estudantil, e aquilo me interessou muito mais. Pensei: 'Esquece isso, não sou modelo. Eu quero é ser ator!'".

Com Companheiros de Viagem se aproximando do final --o sétimo episódio, de um total de oito, será disponibilizado no Paramount+ neste fim de semana--, o ator já está de olho no futuro.

No ano que vem, ele será visto no filme Psycho Killer, dirigido por Gavin Polone (Gilmore Girls), escrito por Andrew Kevin Walker (Seven: Os Sete Crimes Capitais) e no qual contracena com Georgina Campbell (Noites Brutais).

Com apenas cinco anos de carreira, ele almeja voos mais altos. "Acho que deve ser divertido interpretar o vilão, eu me divirto bastante quando faço testes para os caras malvados. E adoraria ser o herói de um filme de ação também, poder mostrar os meus músculos (risos)", diverte-se.