De olho no lucro
Divulgação/CBS
Kaley Cuoco e Johnny Galecki conversam com a plateia durante pausa em gravação de Big Bang Theory
JOÃO DA PAZ
Publicado em 20/3/2019 - 5h22
As principais redes da TV aberta norte-americana encontraram uma solução para conter gastos: fazer mais séries tipo The Big Bang Theory. Na chamada pilot season, período de encomenda de novas atrações, ABC, CBS, Fox e NBC pediram 13 comédias multicâmera, aquelas gravadas em estúdio com plateia, mais baratas e com grande potencial de lucro.
É um número próximo ao do ano passado (16) e quase o dobro do encomendado em 2017 (sete). A produção desse tipo de comédia vai na contramão da previsão de alguns especialistas que decretavam o enterro das séries com claque (risadas de fundo) e o domínio das comédias filmadas com câmera única (tipo Modern Family). Tudo porque esse último modelo é mais aceito no circuito de premiações.
Porém, como as redes de TV estão com o bolso apertado, é melhor investir no que tende a trazer um retorno financeiro certo, em detrimento do reconhecimento dos votantes do Emmy ou do Globo de Ouro.
Fazer uma comédia multicâmera é muito barato e, se ela der certo, chegar a pelo menos quatro temporadas gera lucros com a venda para reprises nos Estados Unidos (no modelo syndication) e com a comercialização no mercado internacional e no streaming. Neste caso, o saldo chega ao azul com mais facilidade.
Há ainda o potencial de a produção virar um hit, como The Big Bang Theory. Mas o cenário atual não é tão empolgante. Mom é a segunda série multicâmera mais vista entre os telespectadores americanos e até marca presença nas premiações (com indicações para Allison Janney), mas não goza de tanta popularidade.
Logo depois no ranking vem a ótima The Neighborhood, mas a série novata ainda não virou sucesso no mercado internacional --no Brasil, por exemplo, segue inédita.
No campo das premiações, a última vez que uma comédia multicâmera concorreu ao principal prêmio da categoria no Emmy foi em 2014, com a própria The Big Bang Theory. A última vencedora do formato foi Everybody Loves Raymond (1996-2005), há 14 anos. No Globo de Ouro, a última comédia desse tipo a vencer foi 3rd Rock from the Sun (1996-2001), no longínquo ano de 1996.
As redes apostam em rostos familiares como os protagonistas das novas comédias multicâmera. O ator Leslie Odom Jr., famoso pelo musical de teatro Hamilton, será um pastor em uma produção, ainda sem nome definido, a ser exibida pela ABC e com produção de Kerry Washington (Scandal). Destaque do filme Podres de Ricos (2018), Ken Jeong estará na atração The Emperor of Malibu, da CBS.
Ator conhecido do público brasileiro, Jaime Camil (Por Ela Sou Eva, Jane The Virgin) encabeça o elenco de Broke, também na CBS. Ele irá contracenar com Pauley Perrette (a Abby de NCIS). O renomado produtor Chuck Lorre assina Bob Hearts Abishola (CBS), com Billy Gardell (Mike & Molly) como estrela.
Após o fim de The Middle (2009-2018), uma comédia de câmera única, Patricia Heaton volta a ficar de frente para uma plateia. Vencedora do Emmy pelo papel da emotiva Debra em Everybody Loves Raymond, a atriz será a protagonista de Carol's Second Act (CBS), ao lado de Kyle MacLachlan (Twin Peaks).
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