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Produções originais

Com 7,5 milhões de assinantes, Brasil é campeão de séries não-inglesas na Netflix

Divulgação/Netflix

Selton Mello na primeira temporada de O Mecanismo, uma das seis séries brasileiras na Netflix - Divulgação/Netflix

Selton Mello na primeira temporada de O Mecanismo, uma das seis séries brasileiras na Netflix

JOÃO DA PAZ

Publicado em 30/5/2018 - 6h07

Terceiro maior mercado da Netflix, o Brasil é o país de língua não-inglesa com mais séries na plataforma. Com o anúncio da nova Ninguém Tá Sabendo, o país terá seis séries originais no serviço de streaming. Já estão disponíveis 3% (duas temporadas) e O Mecanismo (renovada para o segundo ano). E vêm aí Samantha!, Sintonia e Coisa Mais Linda.

Tanto "prestígio" tem uma explicação mercadológica. Segundo dados da consultoria Statista, o Brasil detém 6% dos assinantes da Netflix em todo o mundo, o que corresponde a cerca de 7,5 milhões de clientes. A Netflix só divulga o total de assinantes que tem no planeta todo, 125 milhões, dos quais 57 milhões estão nos Estados Unidos.

Em visita ao Brasil em março, Reed Hastings, diretor-executivo da empresa, confirmou que o país está entre os três maiores consumidores da plataforma, atrás de Estados Unidos e Reino Unido. Logo, é o primeiro país entre aqueles que não têm o inglês como idioma oficial.

Comandada pelo diretor Daniel Rezende, do filme Bingo: O Rei das Manhãs (2017), Ninguém Tá Olhando (sem previsão de estreia) será uma comédia que contará a história de Uli, um anjo da guarda que se rebela contra ordens de seus superiores.

"O Brasil é um dos nossos principais mercados internacionais e está em constante crescimento. Com as primeiras séries nacionais que realizamos, notamos o interesse do brasileiro em consumir ainda mais conteúdo local", disse Erik Barmack, vice-presidente de conteúdo original internacional da Netflix, no comunicado oficial em que anunciou a produção de Ninguém Tá Olhando, ontem (29).

A próxima estreia brasileira na gigante do streaming será Samantha!, em 6 de julho. Com produção-executiva da atriz Alice Braga (A Rainha do Sul), também será uma comédia, sobre uma ex-estrela mirim em uma missão para recuperar a fama. Ela é casada com um ex-jogador de futebol (Douglas Silva), que passou dez anos na cadeia.

No ano que vem, chegam os dramas Coisa Mais Linda, que retratará o auge da bossa nova nas décadas de 1950 e 1960, e Sintonia, uma história que narrará o cotidiano de três amigos moradores de uma favela de São Paulo.

Atrás do Brasil
A Índia também terá seis séries na Netflix, mas todas ainda estão em produção. O país colonizado por britânicos não entra na lista liderada pelo Brasil pois tem o inglês como um de seus idiomas oficiais, juntamente com o hindi.

Entre os países de língua não-inglesa, o México ocupa a segunda posição, com cinco produções originais (Ingobernable, Club de Cuervos, La Casa de Las Flores, Diablero e Clube de Cuervos: La Balada de Hugo Sanchez). Em terceiro, vem a França, com quatro séries (Marseille, Generation Q, Osmosis, Mortel).

Depois, com três produções cada, aparecem Alemanha (Dark, Dogs of Berlin, The Wave), Coreia do Sul (Love Alarm, Kingdom, YG) e Itália (Suburra, Baby, Luna Nera).

A Espanha, do fenômeno A Casa de Papel, tem só duas originais. A série sobre a gangue de assaltantes mascarados, aliás, não nasceu na Netflix. As duas primeiras partes foram compradas pela empresa do canal Antena 3. A terceira parte da atração será feita pela gigante do streaming.

O plano da Netflix de estar presente nos quatro cantos do mundo com produções originais está em andamento, um investimento de US$ 8 bilhões (R$ 29,8 bilhões) somente neste ano. Ela fará uma série nas Filipinas (Amo), terá a primeira produção em árabe, na Jordânia (Jinn), e até uma na China, país no qual sequer estava disponível até o ano passado.

Curiosamente, na Holanda, sede europeia da Netflix, a empresa só tem uma série em desenvolvimento. O serviço de streaming lançará em 2019 Undercover, sua primeira produção falada em holandês.

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