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SÉRIE DA NETFLIX

Cidade Invisível driblou falta de recursos para fazer efeitos especiais; entenda

Divulgação/Netflix

Mula Sem Cabeça em cena da segunda temporada da série Cidade Invisível

A Mula Sem Cabeça é uma das novas entidades da segunda temporada de Cidade Invisível na Netflix

ANDRÉ ZULIANI

andre@noticiasdatv.com

Publicado em 25/3/2023 - 6h30

Sucesso internacional da Netflix, Cidade Invisível conquistou o público com uma trama que mistura mistério e várias entidades do folclore nacional. Um dos destaques da série, contudo, foi a forma como a equipe de produção encontrou para representar algumas lendas no audiovisual. Para isso, foi necessário muita preparação e efeitos especiais.

Com o avanço da tecnologia no novo século, cada vez mais filmes e séries apresentam efeitos sofisticados. Em grandes produções de Hollywood, blockbusters como filmes da Marvel e Star Wars criam personagens, criaturas espaciais e até guerras com gráficos quase perfeitos. No Brasil, contudo, o nível de investimento nessa área ainda é muito menor.

Se a produção nacional carece das cifras estratosféricas dos estúdios de Hollywood, gravar cenas ou sequências com muitos efeitos especiais (ou CGI, no linguajar da indústria) é um desafio muito maior. No caso de Cidade Invisível, alguns obstáculos precisaram ser superados para que entidades como a Mula Sem Cabeça e o Menino Lobo ganhassem vida.

A experiência da equipe de produção foi essencial para que as entidades de Cidade Invisível tivessem um design de alto padrão. Criador da série, Carlos Saldanha tem em seu currículo trabalhos importantes em animações norte-americanas, como as franquias A Era do Gelo e Rio. Já o diretor geral Luis Carone fez carreira em pós-produção antes de se consolidar como cineasta.

"Eu vim de pós [produção], né. O Carlos [Saldanha] fazia animação e eu fazia efeitos especiais. É um lugar onde eu me sinto muito seguro de fazer. Uma das coisas que nós tentamos é fazer poucas cenas bem-feitas ao invés de fazer uma série inteira com superefeitos. Você vai penar e com certeza vai fazer cenas nem tão interessantes", explica Carone em bate-papo com jornalistas do qual o Notícias da TV participou.

"Essas cenas [com efeitos] são muito difíceis de filmar, então você tenta ter o máximo possível gravado certinho para fazer o efeito. Vamos pegar a Mula [Sem Cabeça], por exemplo. Ela [o animal] foi treinada antes com LEDs na cabeça, assim como fizemos com o Curupira. Ela precisa ficar à vontade porque isso já gera interferência em toda a luminosidade e ambiente em seu corpo", acrescenta.

Segundo o diretor, para evitar maiores gastos financeiros com efeitos, a equipe contou com animais de verdade para gravar as cenas com a Mula e a coruja. A preparação dos cuidadores foi tão boa que surpreendeu até mesmo a equipe, já que os bichos sabiam exatamente o que fazer em cena.

A estratégia ajudou a produção de Cidade Invisível a fazer mais com menos. Como o objetivo era deixar o foco em poucas cenas com muitos (e bons) efeitos especiais, eles priorizaram algumas sequências para se dedicarem ao máximo e deixar tudo o mais crível possível para o espectador.

DIVULGAÇÃO/NETFLIX

Letícia Spiller

Letícia Spiller como Matinta

Escolhendo as novas entidades

Se o primeiro ano de Cidade Invisível trouxe criaturas clássicas do folclore brasileiro como Curupira, Cuca e Saci-Pererê, a segunda temporada não ficou para trás. Os novos episódios introduziram as versões da Mula Sem Cabeça, Menino Lobo e Matinta Perera.

Aos jornalistas, Carlos Saldanha detalhou como foi feita a "seleção" das novas entidades que seriam apresentadas na segunda temporada da série. De acordo com o criador e produtor executivo, os roteiristas definiram suas escolhas com base na história que eles queriam contar, mas sempre levando em conta a cultura local --os novos episódios se passam em Belém do Pará.

"A escolha das personagens varia dependendo da temática da história que a gente quer contar, e nós buscamos dentro de um contexto não só do local, mas das personagens presentes. É preciso ter coerência narrativa com a nossa história", afirma.

Além da coerência citada, Saldanha admitiu que os roteiristas tinham as entidades preferidas de cada um. A presença da Mula Sem Cabeça, por exemplo, foi determinada logo no início, mas lendas como a Matinta foram encaixadas após a definição de que o Pará seria o cenário do novo ano.

"Nesse caso, como nós levamos a história para o Pará, a Matinta é uma personagem muito forte da região. Então, a gente trouxe esse personagem com um protagonismo maior por ter uma origem muito forte dentro daquele contexto regional. Mas também temos elementos como o Menino Lobo que é mais global e reconhecido em outros cantos do Brasil. Nós trabalhamos muito nessa mistura e escolhemos os nossos preferidos."

A segunda temporada de Cidade Invisível já está disponível completa na Netflix. Assista ao trailer:


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