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GUI AGUSTINI

Brasileiro dribla desconfiança de fãs e faz sucesso como X-Men que sequer conhecia

REPRODUÇÃO/INSTAGRAM e DISNEY+

Montagem com uma foto de Gui Agustini de braços cruzados em forma de X e do personagem Mancha Solar na animação X-Men '97

O ator Gui Agustini em sua estreia na CCXP 24; ele é a voz de Mancha Solar na animação X-Men '97

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 3/1/2025 - 21h00

Nascido em Campinas, no interior de São Paulo, o ator Gui Agustini atuou em uma das séries mais elogiadas de 2024, mas sequer foi visto em cena. É que o brasileiro é a voz do mutante Roberto da Costa, mais conhecido como Mancha Solar, na animação X-Men '97. Ele precisou driblar a desconfiança dos fãs mais afoitos até conseguir cair nas graças do público, e admite que não sabia nada sobre seu personagem antes de ser escalado para interpretá-lo.

"Eu não conhecia o Mancha Solar, essa é a grande verdade. Fico até com um pouco de vergonha de dizer, mas é a verdade", confessa Agustini em conversa exclusiva com o Notícias da TV. "Cresci vendo a série animada [1992-1997], com Wolverine e Gambit como meus favoritos, eu era fã daqueles heróis."

Apesar de não ser considerado um mutante do primeiro escalão, como os citados por Agustini, Roberto da Costa ganhou popularidade entre os fãs brasileiros justamente porque nasceu no país. Em X-Men '97, justamente uma continuação tardia da animação dos anos 1990, ele é meio que os olhos do público, por ser recrutado para se juntar ao time de heróis no início da série.

"Depois, eu descobri que muitos fãs gostam do Mancha por causa de X-Men: Evolution [2000-2003], que eu conheci no meu processo de pesquisa, olhei tudo o que dava para ver do personagem. Só que Evolution não é tão grande nos Estados Unidos quanto é aqui, então eu não conhecia", conta o ator.

A nova série corrige um erro de Evolution ao escalar um brasileiro para a voz de Roberto --na outra animação, o personagem ficou a cargo do canadense Michael Coleman. No cinema, o mexicano Adan Canto (1981-2024) viveu Mancha Solar em Dias de um Futuro Esquecido (2014), e Henrique Zaga (esse, sim, brasileiro!) interpretou Costa no criticado filme Novos Mutantes (2020).

Curiosamente, o acerto de X-Men '97 também rendeu críticas de fãs. É que, nos quadrinhos, Mancha Solar é um jovem negro, e Agustini é branco. O ator lembra que a repercussão negativa o assustou em um primeiro momento.

"No fim de 2023, quando vazou a informação da minha escalação e a de alguns outros atores, eu comecei a receber um pouco mais de atenção nas redes sociais. E foi mais negativamente do que positivamente. Teve esse momento chato, que eu não sabia como reagir. Porque, até então, minhas sessões de gravação eram esporádicas, eu fazia muito na minha, seguindo com minha vida, com a minha correria", lembra o ator.

"Depois, quando a Marvel anunciou a data de lançamento, veio a ansiedade. Você fica naquela coisa de: 'Será que eu fiz um bom trabalho? Será que vai ser bem recebido'. E, no geral, acho que a galera curtiu bastante, né? Isso dá um alívio muito grande, ver a repercussão positiva, ver as indicações a prêmios, ter 100% de aprovação no Rotten Tomatoes [site que compila críticas]. Só aí você entende que está fazendo parte de uma coisa surreal."

"Agora, existe uma pressão e um desejo de todos nós do elenco e da equipe de fazer uma segunda temporada tão boa quanto a primeira. Sei que não vai ser fácil, porque existe uma expectativa para bater, e é uma nova história, algo diferente. Eu só espero que seja de boa qualidade, que tenha uma recepção boa, que o público goste e continue se relacionando. Esse é o meu desejo."

Do tênis para a atuação

Trabalhar como ator foi um desvio de rota para Gui Agustini, que deixou o Brasil e foi para os Estados Unidos em 2009 com a intenção de ser tenista --ele ganhou uma bolsa de estudos para uma universidade na Carolina do Sul justamente por causa de seu talento com a raquete.

"Aí, cheguei na universidade e fiz minha primeira peça, porque lá tinha um programa de teatro que foi uma bênção para mim. Depois do primeiro ano, eu fui para Miami e comecei a estudar mais, fiz uns cursos de verão", lembra.

O bichinho da arte mordeu o brasileiro e não largou mais. "Ali eu decidi que queria seguir a carreira de ator, que queria me formar para essa área, larguei o tênis e passei a me dedicar 100% à atuação", conta Agustini, que conciliou os dois mundos ao interpretar um tenista na série Elsbeth, spin-off de The Good Wife (2009-2016) e de The Good Fight (2017-2022).

Agora, o ator torce para poder conciliar a carreira nos Estados Unidos com projetos no Brasil --ele já atuou em longas como O Faixa Preta (2022) e Solteira Quase Surtando (2020), mas sonha com mais.

"Independentemente de ser filme, série, eu gostaria muito de poder trabalhar aqui. As séries brasileiras estão incríveis, fiquei impressionado com a qualidade de Senna [2024], por exemplo. Faria novela também, mas acho que exige um comprometimento de tempo maior, e eu queria poder continuar com meus projetos lá fora também. Mas estarei sempre com as portas abertas e o coração aberto para meu país e para atuar aqui", arremata.


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