ESTREIA HOJE
Divulgação/Paramount+
Mary Elizabeth Winstead incorpora glamour dos anos 1920 na série Um Cavalheiro em Moscou
Prestes a completar 40 anos, Mary Elizabeth Winstead precisou enfrentar a própria vaidade e envelhecer na frente das câmeras para a série Um Cavalheiro em Moscou, que estreia nesta sexta (17) no Paramount+. É que a atração acompanha um grupo de personagens desde a década de 1920 até a de 1950, e o passar do tempo é um elemento essencial para a história. "Você começa a entender a sua mortalidade", filosofa a atriz.
A trama baseada no livro homônimo de Amor Towles segue o conde Alexander Rostov (Ewan McGregor), que volta a Moscou após a Revolução Russa de 1917 e descobre que sua ligação com a nobreza o tornou persona non grata diante do governo bolchevique. Ele consegue fugir da execução imediata, mas é banido para o sótão do Hotel Metropol --se deixar o local, será morto.
Rostov, então, tenta aproveitar sua "prisão" da melhor maneira possível, construindo relações de amizade com os funcionários e com os hóspedes do hotel. Ele acaba desenvolvendo uma relação de amor e ódio com a atriz Anna Urbanova (Mary Elizabeth Winstead), grande estrela do cinema russo.
A química entre os dois protagonistas é evidente --afinal, Mary Elizabeth e McGregor estão juntos desde 2017 e se casaram em abril de 2022. Mas os fatos de interpretar uma atriz e de formar par romântico com o próprio marido não abalaram a artista, que encontrou diferenças suficientes entre ela e Anna para criar uma separação da ficção para a vida real.
"Não pensei que seria próximo demais da minha realidade nem nada do tipo, porque a personalidade dela é muito distante da minha. Anna é essa mulher fabulosa, uma diva grandiosa dos anos 1920, e eu não sou nada disso (risos)", diverte-se a atriz em conversa exclusiva com o Notícias da TV.
Incorporar o estilo exagerado da diva fictícia, aliás, foi um dos motivos que levaram a intérprete para a série. "Foi tão divertido! É libertador viver alguém que é tão confiante, tão segura no que ela deseja, sabe? Ela é do tipo: 'Eu quero essa coisa e vou obtê-la' (risos). É muito raro poder agir dessa maneira na realidade; então é gostoso, pelo menos, interpretar alguém assim."
Claro que Mary Elizabeth também achou elementos que a conectavam com Anna. "Quando ela fala sobre dar entrevistas à imprensa, achei engraçado. E, conforme a série avança e ela mostra outras camadas, a maneira como sua carreira vai mudando conforme ela envelhece, o quanto ela se transforma por causa desse relacionamento... São paralelos que fui estabelecendo com a minha realidade de um jeito muito bonito. E trabalhar com o meu marido também ajudou, claro (risos). Foi mais fácil vivê-la por causa disso", admite.
E, como alguém que está na atuação desde 1997 --ou seja, ela passou mais da metade de sua vida na frente das câmeras--, Mary Elizabeth Winstead entende bem o drama que Anna atravessa ao envelhecer no decorrer dos episódios. Afinal, se a indústria ainda demonstra preconceito com atrizes mais velhas nos dias de hoje, imagine a situação no meio do século passado?
"Eu pude vivê-la em diferentes épocas de sua vida e tive a chance de mostrar como a idade vai afetando Anna. Acho que todos nós somos afetados pelo envelhecimento, mesmo quem não está em uma carreira artística. Chega um ponto de sua vida em que você começa a entender a sua mortalidade e pensa: 'Nossa, eu não sou mais tão jovem assim'", confessa.
"Mas para uma atriz, ainda mais naquela época, a idade chega de um jeito mais brutal. Ela percebe que sua vida começa a mudar muito rapidamente depois de uma certa fase. E eu pude encarar um pouco disso ao ver Anna ir dessa mulher confiante, dona do próprio nariz, para alguém que começa a se sentir meio invisível. Não é fácil! Mas, como artista, foi delicioso!", aponta ela.
Todos os oito episódios de Um Cavalheiro em Moscou chegam juntos ao catálogo do Paramount+ nesta sexta-feira (17). Confira o trailer da série:
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