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ESTREIA DIA 13

Ator enfrenta vingança de coronel na época da ditadura: 'Presos mais perigosos'

REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Ravel Andrade está em cena como Egídio na série O Jogo que Mudou a História, do Globoplay

Ravel Andrade está em cena como Egídio na série O Jogo que Mudou a História, do Globoplay

MÁRCIA PEREIRA, colunista

marcia@noticiadastv.com

Publicado em 8/6/2024 - 10h00

Ravel Andrade vivencia cenas extremamente violentas na série O Jogo que Mudou a História, inclusive de estupro coletivo. A produção conta como o crime organizado surgiu no Rio de Janeiro nas décadas de 1970 e 1980, com uma guerra dentro do presídio de Ilha Grande. O personagem dele, Egídio, tem a função de mostrar como o sistema carcerário transforma um jovem de classe média em criminoso. 

"Por uma infelicidade, ele sai um dia com o carro do pai e atropela uma menina. Mata essa menina que é filha de um coronel. Então, na época da Ditadura [Militar, 1964-1985], esse coronel resolve se vingar e bota ele no presídio de Ilha Grande. Um presídio de segurança máxima, que tinha muitos assaltantes de banco, presos políticos, os mais perigosos do país", resume.

O ator de 30 anos destaca o choque que esse rapaz leva ao cair de paraquedas em uma realidade completamente diferente da sua. "Eu entendo que ele está ali para mostrar a rapidez que o sistema carcerário transforma uma pessoa em um criminoso. Porque o Egídio não é aquele garoto que bebe e faz merda, necessariamente. Ele, por uma infelicidade, faz uma merda", diz.

Sem maldade, Egídio vê como a realidade do presídio é muito pior do que poderia imaginar. "Isso porque ele é um cara branco, de classe média. Quando ele entra ali, vê que a realidade para pessoas negras e pobres é muito mais cruel", aponta o intérprete.

Egídio é fictício, mas a trama conta também com personagens reais. O Jogo que Marcou a História apresenta o surgimento de duas facções criminosas, a Falange Vermelha (que depois virou Comando Vermelho) e o Terceiro Comando, e mostra a primeira grande guerra entre elas.

Essa disputa durou 25 anos: começou em 1983, por causa de uma partida de futebol que também é relatada na série. A guerra só acabou quando uma facção dominou a outra. 

A série conta com 12 protagonistas, e 71% do elenco é preto. As gravações não ocorreram em estúdios; foram em favelas reais e presídios desativados.

Questionado sobre a sequência do estupro coletivo quando Egídio chega à cadeia, Andrade explica que ela foi feita com muita técnica, depois de vários ensaios. "Mostra um momento da cadeia em que isso acontecia com os presos que chegavam, era de praxe. Na década de 1970, não tinha muita lei na cadeia. Então, é muito interessante retratar isso para mostrar a crueldade dentro de dentro desses lugares."

Mesmo sendo uma cena pesada, ele se sentiu protegido graças ao trabalho de preparação. "Quando a gente começou a fazer esse jogo [de cena], tinham 40 homens, muito maiores do que eu, que sou mais franzino. A gente começou a fazer esse jogo de eles me envolverem, de ir para a ação do estupro. Na minha cabeça era uma coisa que poderia ser muito traumatizante, e a condução consegue criar esse ambiente, mas não ultrapassa nenhum limite."

O Jogo que Mudou a História estreia no próximo dia 13 no Globoplay. Dois episódios serão disponibilizados por semana, toda quinta-feira. Ao todo, a série tem dez capítulos.


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