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MANHÃS DE SETEMBRO

Após Madeleine em Pantanal, Karine Teles volta como 'mãe errada' em série

REPRODUÇÃO/PRIME VIDEO

Leide (Karine Teles) sorrindo para Gersinho (Gustavo Coelho)

Leide (Karine Teles) ao lado de Gersinho (Gustavo Coelho); personagem luta pela sobrevivência

JOSÉ VIEIRA

jose@noticiasdatv.com

Publicado em 21/9/2022 - 6h25

Seja na versão original ou no remake, é impossível falar de Pantanal sem relembrar Madeleine. A personagem, interpretada neste ano por Karine Teles, é caracterizada por sua conturbada relação com o filho, Jove (Jesuita Barbosa). Para a segunda temporada de Manhãs de Setembro, Karine retorna a abordar as diferentes nuances da maternidade ao interpretar a vendedora Leide. Apesar de serem retratadas em condições financeiras diferentes, as duas lidam com a culpa de serem mães fora das expectativas.

A segunda temporada de Manhãs de Setembro é uma continuação direta dos eventos transmitidos na anterior. A série conta a história de Cassandra (Liniker), uma mulher trans que descobre que teve um filho com Leide no passado, antes de sua readequação de gênero.  

Mesmo com as ofensas transfóbicas dirigidas por Leide a Cassandra na reta final da primeira temporada, as duas se unem em prol do filho, Gersinho (Gustavo Coelho), e embarcam em uma viagem para levá-lo a um torneio de matemática no Paraná.

A relação entre a vendedora ambulante e a motogirl tem altos e baixos. A aproximação de Cassandra e Gersinho permite que Leide tenha tempo para se dedicar a si mesma. Por outro lado, o ciúme causado pelo afastamento do filho de dez anos cria obstáculos para a completa redenção da personagem.

"Eu sinto que o ciúme que a Leide começa a sentir pela Cassandra dá uma pesada nessa segunda temporada, porque a relação entre o Gersinho e a Cassandra se estreita", explica Karine no evento para imprensa no qual o Notícias da TV esteve presente. "O Gersinho é a parte mais bonita da Leide, é o melhor que ela tem".

Durante muitos anos, Gersinho foi a única companhia de Leide. Karine diz que, desde que o menino nasceu, a personagem entrou em modo de sobrevivência, no qual o raciocínio é deixado de lado muitas vezes. "Ela está exausta de ter que dar conta de tudo sozinha, numa vida precária, sem apoio de lado nenhum".

A atriz afirma que a maternidade causa um sentimento de solidão e culpa. Apesar de construir uma rede de apoio após reencontrar Cassandra, Leide estranha quando o primogênito passa a não ser tão dependente quanto antes. "Esse jeito atrapalhado de tentar se enfiar na vida de Cassandra é muito desse desespero da solidão. A maternidade em si já é um lugar solitário, mesmo quando estamos em volta de outras pessoas".

Tem uma solidão na maternidade, que acho que é parte desse amor que você tem por uma outra pessoa, uma pessoa que você quer que cresça independente e que vá para o mundo. O meu desafio era experimentar essa maternidade da Leide, que é diferente da minha, mas emprestando minha afetividade.

Mãe dos gêmeos Artur e Francisco, de 11 anos, Karine conta que Manhãs de Setembro a ajudou a não se cobrar tanto com a maternidade. "A gente achou esse lugar na Leide, de ela ser toda errada, mas amar profundamente o filho, fazer o que for por ele. Além da solidão, tem uma culpa na maternidade muito grande", complementa.

Aos poucos, Leide desconstrói o mito da mãe perfeita e prova que está tudo bem em não atender às expectativas cobradas pela sociedade. "A Leide erra muito, mas consegue se recuperar, sacudir a poeira e seguir em frente. Eu, pessoalmente, acredito que muito do preconceito, até da violência, vem do desamparo e da ignorância. Começando a ter uma rede de afeto, a Leide consegue entender os próprios erros".

Manhãs de Setembro

Na série, a personagem de Liniker é uma motogirl que apresenta covers da cantora Vanusa (1947-2020) em uma boate. A nova temporada segue ao acompanhar o cotidiano de Cassandra que, enquanto se acostuma com a ideia de ser mãe, lida com desafios financeiros e familiares que colocam em risco sua independência.

Liniker revela como trabalhou a maternidade repentina na vida de sua personagem. "Cassandra parte de um ponto de vista do que se diz impossível, se tratando de uma mulher trans e toda violência do nosso dia a dia", pontua. "Quando vem um plus de um filhos à procura de um pai e encontrando uma mãe, é onde o negócio se transforma".

A atriz conta que precisou se basear em vivências próprias para construir Cassandra. Abandonada pelo pai quando criança, a artista foi criada sozinha pela mãe. "Para poder mergulhar nessa maternidade possível e entender como acolher a chegada de uma criança, eu precisei mergulhar na minha família".

"Precisei entender como essa personagem pode colaborar com o crescimento do Gersinho, mas, também, entender a necessidade da Cassandra de atingir a independência", completa.

Além de Liniker e Karine Teles, a segunda temporada conta com nomes como Samantha Schmütz e Seu Jorge no elenco. Com estreia prevista para a próxima sexta (23), assista ao trailer:


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