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CASO AARON HERNANDEZ

Advogado 'reescreve' documentário da Netflix para limpar imagem de assassino

DIVULGAÇÃO/A&E

Imagem de Aaron Hernandez, sem camisa, com tatuagens no corpo

Aaron Hernandez (1989-2017), ex-jogador de futebol americano; minissérie mostra nova versão da história

Crítico feroz do documentário A Mente do Assassino: Aaron Hernandez, produção da Netflix lançada em 2020, o advogado Jose Baez decidiu apresentar a sua versão sobre o controverso caso do ex-jogador da liga de futebol americano. Ele foi um dos responsáveis pela defesa do atleta e agora trabalha para limpar a imagem do antigo cliente em uma nova minissérie documental do A&E.

"Acho que é importante para os outros latinos saberem que ele [Hernandez] não era o monstro que as pessoas tentam pintar. Era um jovem muito promissor que, infelizmente, sofreu muitas batidas no cérebro por jogar futebol e, junto a isso, andou com um grupo errado de pessoas", defende Baez em conversa com o Notícias da TV.

O jurista atua como produtor da minissérie documental O Caso de Aaron Hernandez, exibida no Brasil pelo canal por assinatura. Em quatro episódios, a produção mostra detalhes e entrevistas inéditas desta história que surpreendeu os norte-americanos na década passada.

Aaron Hernandez (1989-2017) foi um astro do futebol americano, dono de um contrato de US$ 40 milhões (na cotação atual, cerca de R$ 220 milhões) com o time New England Patriots. No entanto, em 2012, sua vida virou de cabeça para baixo quando ele foi acusado de um duplo homicídio. No ano seguinte, a ruína chegou por completo na carreira do atleta, condenado por outro crime, o assassinato de seu amigo e cunhado Odin Lloyd (1985-2013).

Baez provou a inocência de Hernandez no caso de duplo assassinato. Porém, em 2017, o jogador de futebol tirou a própria vida dentro da prisão, segundo as autoridades --a versão é contestada pelos familiares e pelo advogado. 

Após a morte, a família do atleta autorizou que o corpo fosse utilizado para estudos de pesquisadores da Universidade de Boston. Durante as investigações, os cientistas descobriram que o cérebro de Hernandez tinha sido gravemente danificado por golpes constantes e sucessivos na cabeça, lesões provavelmente ocasionadas pelo esporte.

"No futebol, você tem casos nos quais o goleiro 'mergulha', ele usa a cabeça para bater na bola. Isso não é bom para o seu cérebro. Se ele continuar levando golpes repetidos, torna-se um problema. Precisamos atualizar a ciência quando decidimos jogar esportes de contato", pontua Baez.

Não estou dizendo que futebol e o futebol americano não devam ser jogados. Só acho que devem existir restrições, especialmente no que diz respeito à idade e ao contato envolvido, como no boxe. Bater a cabeça de alguém nunca é uma coisa boa para o cérebro. Nós sabemos disso, estamos bem cientes. Mas o fato de gostarmos [do boxe] nos impede de realmente reconhecer os danos que isso causaria às crianças, cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento.

Rivalidade com a Netflix

Jose Baez, advogado e produtor da série (Instagram)

Após o lançamento do documentário da gigante do streaming, Baez disse que a produção não estava "nem perto da verdade" sobre o atleta. "As pessoas não têm ideia de como são feitos os documentários, a verdade costuma ser encontrada no chão da sala de corte. Esses produtores mentiram na minha cara, então não espero que seu esquema de ganhar dinheiro seja muito melhor", reclamou ele em uma publicação no Instagram.

Em 2018, o jurista publicou um livro com a sua versão da história e, agora, aproveita a minissérie para aprofundar a narrativa. "O caso do Aaron foi uma receita para o desastre, o que acabou acontecendo, mas o que é importante para as pessoas saberem é que ele é muito identificável", reforça.

"Ele era engajado com sua comunidade porto-riquenha e, muitas vezes, se ofereceu como voluntário para ajudar a comunidade hispânica. Na verdade, uma de suas instituições de caridade estava envolvida em ajudar crianças hispânicas a obter saúde mental e estava mostrando que não existe problema em receber aconselhamento de saúde mental. Embora desejasse que ele provavelmente tivesse conseguido mais disso para ele mesmo, era algo que ele sentia, ele tinha uma necessidade de ajudar o próximo dada a sua criação e como isso era importante para ele", complementa Baez.

O Caso de Aaron Hernandez é exibido pelo A&E todas às sextas-feiras, às 18h10. A série também encontra-se disponível nas plataformas de video on demand das operadoras.

Confira o trailer da minissérie:


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