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SEM MEDO

No BBB 24, brothers rejeitam pecha de vilões; nos EUA, participante 'mata' até avó

Divulgação/E!

Jonny Fairplay está sentado em uma poltrona em uma sala pouco iluminada; os braços e as pernas dele estão na escuridão, enquanto ele força um sorriso

Jonny Fairplay é envolto pelas sombras no cenário do reality House of Villains, do canal E!

LUCIANO GUARALDO

luciano@noticiasdatv.com

Publicado em 5/3/2024 - 9h00

Se no Brasil os confinados do BBB 24 tentam a todo custo escapar das pechas de vilão e de planta, nos Estados Unidos há participantes que abraçam a malvadeza. E, em casos extremos, podem até transformá-la em uma carreira. Alguns dos maiores vilões da história dos reality shows norte-americanos se uniram no programa House of Villains, atualmente em exibição no canal E!.

Jonny Fairplay é um dos participantes. Ele fez história na sétima temporada de Survivor (versão gringa do No Limite), em 2003, ao pedir para um amigo forjar a morte da própria avó para ganhar a piedade dos rivais e prorrogar sua participação no jogo. Deu certo: ele ficou no terceiro lugar da temporada. Mas sua "distorção da verdade" o transformou em uma das pessoas mais odiadas dos Estados Unidos --até mesmo à frente de terroristas internacionais.

"Saddam Hussein [1937-2006] foi capturado pouco depois da mentira sobre minha avó. O [jornal] New York Post tinha na capa a manchete 'O homem mais odiado da América'. Mas era uma foto minha, o Saddam estava na segunda página", lembra Fairplay em entrevista exclusiva ao Notícias da TV. "E eu só pensava: 'Pessoal, eu nunca matei ninguém. Na verdade, eu só menti sobre uma pessoa que sequer estava morta' (risos)."

O participante chegou a ser criticado até pelo próprio apresentador de Survivor, Jeff Probst, que ainda tentou barrar o mentiroso de retornar em 2008, numa temporada que reunia fãs do formato e os eliminados preferidos do público. Foi voto vencido pela produção da rede CBS, que exibe o reality.

Fairplay é sincero ao ser questionado sobre o rótulo de vilão. "Não tenho motivos para fugir disso. Se você pedisse para os norte-americanos me descreverem com duas palavras em 2003, elas seriam 'mentiroso' e 'vilão'. Hoje, se você fizer a mesma pergunta, vão usar 'lendário' e 'inovador'. Mas eu gostaria que 'vilão' estivesse ali também, porque eu não me importo. Mesmo! Já se passaram 21 anos e eu nunca mais precisei trabalhar em um emprego de verdade, isso é ótimo!", ironiza o ex-consultor de artes.

Ele admite, no entanto, que o ódio nas redes sociais não é uma coisa fácil de lidar. "Eu bloqueio. Para cada dois fãs que postam 'você é o melhor, eu te amo', tem um que deseja mal para mim, para minha família e para minha avó. Fica mais fácil bloqueá-lo assim, e aí essa pessoa nunca mais vai acompanhar minha vida. Porque eu não quero que ela saiba da minha vida!", sentencia.

Quero ser seguido por pessoas que consigam reconhecer que eu torno os programas mais interessantes, que apreciam a minha estratégia e o entretenimento que eu provoco com minha vilania. Eu poderia ser o cara bonzinho em todos os 90 realities de que já participei e venceria todos eles. Isso seria divertido? Não! Nem eu ia querer assistir a esses programas.

Para Jonny Fairplay, os realities são como os programas de telecatch: é necessário dividir os lutadores entre os bons e os maus, mas um não funciona sem o outro. "Quando eu vejo luta livre, eu quero ver Ric Flair e Roddy Piper [dois dos maiores vilões da WCW e da WWE nos anos 1990]. Quero ver Roman Reigns [grande vilão do wrestling atualmente]. Eu sacrifico as minhas vitórias pelo seu entretenimento, então reconheçam que eu sou um dos melhores! E também perguntem qual é a minha conta no banco para fazerem algumas doações (risos)", brinca ele.

Mas Jonny faz uma distinção importante entre vilões que geram entretenimento --categoria na qual ele mesmo se coloca-- e aqueles que são apenas pessoas ruins. "Se você tiver uma personalidade de merda, os fãs vão te eliminar logo de cara e ninguém nunca mais vai querer saber de você", define o expert em vilania.

"Eu me comparo um pouco com Loki [Tom Hiddleston], do Universo Cinematográfico da Marvel. Ele é o vilão da história, mas tem um lado travesso, é pernicioso, divertido. É por isso que, de todos os antagonistas da Marvel, quem ganhou uma série própria? Loki! Thanos [Josh Brolin] não tem uma série só dele, pois quem ia querer ver isso?", alfineta.

Novos episódios de House of Villains são exibidos toda terça-feira, às 23h, pelo canal E!. A lista de vilões ainda inclui a temida Omarosa Manigault, ex-O Aprendiz e ex-Big Brother que trabalhou com Donald Trump na Casa Branca, além de participantes de 90 Dias para Casar, Casamento às Cegas, The Bachelor e Vanderpump Rules, entre outros.


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