Jurada do Drag Race, Bruna Braga critica humor padrão da TV: 'Parado no tempo'

Bruna Braga se une a Dudu Bertholini e Grag Queen no trio protagonista do Drag Race Brasil. A humorista faz parte da bancada de jurados do reality show, e traz a comédia "underground", que também emplacou outros representantes nas versões gringas do programa. Com participações em programas como o Roda Viva, da TV Cultura, e o Programa do Porchat (2016-2018), da Record, ela diz que as piadas da televisão não evoluíram. "A comédia ficou muito parada no tempo", critica.

"Somos entretenimento, mas o Drag Race é um movimento, acima de tudo, político; então, tem muita coisa linda e foda. Minha expectativa é de que todo mundo veja para amar ou odiar, isso é particular de cada um. Mas não tem por que não gostar", aponta ela, em entrevista ao Notícias da TV.

A artista se consolidou com a linguagem drag, que foge da "farofa" do humor popular e de simples entendimento. Ela baixa a guarda das formas rebuscadas do underground --aquele que não segue os modismos e dificilmente é encontrado na TV--, mas promete entregar o que o público quer.

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"Eu nunca fui uma comediante mainstream, embora eu circule por ele. Tenho um tipo de comédia que para o Drag Race foi perfeito, mas que ainda não é visto com essa amplitude pelo país", lamenta ela, que critica a maneira como o humor é visto no Brasil.

"A gente tem formato de comédia muito parado no tempo; estão criando outras fórmulas e ganhando outros núcleos, mas ainda existe um padrão dentro dessa comédia. Sair dela com tranquilidade dentro de uma plataforma que me respeita é ótimo", dispara.

No formato primogênito do programa, a gente tem um comediante ali na bancada, e o Brasil não poderia fazer diferente. Tinha a opção de fazer, mas ele quis insistir nessa ideia, e eu abracei porque acredito que a comédia é muito presente dentro da cultura drag. Muito do que eu sei sobre a comédia eu aprendi vendo as drag queens.

Para Bruna, o humor que foge do senso comum terá mais capacidade de atingir novas pessoas com o Drag Race Brasil. As referências claras à cultura pop, LGBTQIA+ e de minorias se unem a outros pontos já familiares para quem acompanha esse tipo de programa. O reality das drags foi criado para uma cúpula, porém o peso da comédia será o responsável por trazer mais público através da aproximação.

"Eu gosto da comédia improvisada, que vem desse lugar daí na adequação. É tão genuíno que às vezes sai uma coisa, mas nada de crime! Precisava desse lugar [do humor], mesmo que não fosse necessariamente ser preenchido por mim", conclui Bruna Braga.